Agora vai?

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A comida foi servida e educadamente todos começaram a comer, a minha cara de desgosto ao olhar o que estava no meu prato era nítida, tem exatamente tudo o que eu me recuso a comer. Para disfarçar, tomei um gole de suco e puxei um assunto aleatório, mas a Sophia fez questão de me cutucar chamando a atenção de todos e eu acabei sendo obrigada a comer.

Eu: A comida está divina, senhora Mendonça — Digo com o máximo de sinceridade possível e ela sorrir toda fofa — Mas eu já me sinto satisfeita — Afasto o prato.

Patrícia: Mas você nem tocou na comida direito, querida, está se sentindo bem? — Vejo o meu pai me olhar desconfiado.

Eu: Sim sim, perfeitamente bem, obrigado — Ela assente — Enfim, tenho permissão para ir ao banheiro? — Luísa me olha franzindo o cenho e com um riso irônico no rosto.

Luísa: Amiga, você está na minha casa e não em um batalhão do exército — Dou de ombros — Eu vou com você ao banheiro!.

Eu: Não precisa, amiga, eu sei o caminho!.

Luísa: Eu vou com você — Diz me olhando com um olhar ameaçador.

Ela me acompanha até lá e quando penso que ela vai me deixar sozinha, ela entra no banheiro e tranca a porta me olhando com a sobrancelha erguida como se estivesse lendo a minha mente. Ignoro qualquer julgamento da parte dela e coloco tudo para fora sem ao menos enfiar o dedo na garganta, Luísa com toda paciência segurou o meu cabelo e não falou nada até ver que eu já tinha me recuperado.

Luísa: Preciso levar você em um médico — Diz me olhando preocupada.

Eu: Precisa não, eu estou super bem — Lavo a minha boca.

Luísa: Tá sim, tão bem do jeitinho que um hospício gosta — Ela ajeita o meu cabelo — Você nem comeu direito e já colocou tudo pra fora, amiga!.

Eu: Amiga, olha pra mim. Sinto que não estou com o corpo ideal, eu treino para um caceta e não vejo resultados!.

Luísa: Como não, Carla?, você é gostosa abessa. Tira essas paranóias da sua cabeça, você vai ficar doente, amiga — Ela me abraça — Por favor, para com isso!.

Eu: Vamos descer?, não quero que o meu pai apareça aqui reclamando — Ela assente com um semblante preocupado e eu agradeço mentalmente por ter conseguido fugir do assunto.

Voltamos a mesa e o assunto era Hugo e Sophia, dava para ver no olhar do meu pai o orgulho que ele estava sentindo, orgulho esse que eu não entendo. Meu tio não estava muito feliz com esse namoro, pois ele sabe dos meus desejos pelo Hugo e sabe muito bem que a filha não sentia esse amor todo pelo namorado. Maiara vez ou outra soltava indiretas me fazendo cair na gargalhada, Marília não ficava muito atrás, vez ou outra dava patadas na Sophia juntamente da Melissa que se recusava a ficar perto da mesma.

Esse jantar estava um caos, estou adorando.

Saímos da mesa e o senhor Mendonça nos levou até a sala onde nos sentamos bebendo vinho, eu com duas taças já me sentia pronta para falar merda e Luísa na terceira já estava olhando para a Maiara com um olhar que eu nunca vi vindo da parte dela porque sempre foi ao contrário.

Luísa: A Maiara sempre foi tão bonita assim? — Pergunta analisando a Maiara de cima embaixo e eu balanço a cabeça afirmando — Caralho, a sua família é uma família abençoada — Diz me fazendo rir.

Xx: Carla, como está indo no seu trabalho como secretária do meu namorado? — Vejo os pais do Hugo me olharem franzindo o cenho.

Caio: Está sendo secretária na empresa do seu próprio pai? — Afirmo.

O Fruto ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora