O Hugo me tira a paciência na mesma proporção em que me deixa excitada, está para nascer homem mais cabeça dura e teimoso do que ele. Qual é?, qualquer um daria tudo para apenas encostar um dedo em mim, por que ele não consegue me enxergar de maneira diferente?, será que vou ser sempre a "pirralha" dele?.
Não entra na minha cabeça o fato de ele estar ficando com a vaca da minha prima, desde quando isso começou?, por que Maiara não me contou nada?, e por que o Hugo não me parece estar cem por cento feliz nesse rolo?.
Enfim. Tomei um banho um tanto quanto demorado, quando acabei, passei meu hidratante caro e meu perfume importado e depois me vesti com uma calcinha preta, uma saia curta de cintura alta e um cropped de alça fina sem sutiã, coloquei o meu chinelinho de andar em casa no pé e fui ao encontro do Hugo. Não estava sentindo nem um pouco de fome, mas estava afim de provocar.
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Eu: Estou de volta — Digo com um sorriso iluminado no rosto, mas ele morre logo em seguida assim que coloco os meus olhos na pessoa que estava ao lado dele — Sophia?, está fazendo o quê aqui?, tem casa mais não? — Termino de descer as escadas com a minha cara de poucos amigos.
Sophia: Vim fazer companhia para o meu gatinho, nem tivemos tempo hoje e por isso quero aproveitar — Ela beija o rosto dele — Ah você demorou muito lá em cima, está quase na hora do jantar e nem café da tarde você tomou, come alguma coisa!.
Eu: Não estou com fome, obrigada — Digo cabisbaixa.
Sophia: Você comeu alguma coisa hoje, prima? — A cara de sonsa dela estava me estressando.
Eu: Olha, você não precisa fingir para o Hugo que se preocupa comigo. Você sabe muito bem que não sou de comer muito e nunca ligou para isso!.
Sophia: Ah é que você está tão magrinha, prima, essas dietas que você faz são perigosas. Seu pai tá ciente disso? — Que garota filha da mãe.
Eu: Não, e te garanto que ele não se importa com as coisas que acontecem comigo, então, fique tranquila em relação a isso — Ela nega com a cabeça — Eu vou no jardim, com licença — Já ia passando por eles quando o Hugo segura o meu braço — O que você quer?.
Hugo: Vai comer alguma coisa — Nego — Carla, aposto que você nem almoçou hoje. Anda, vai comer alguma coisa, fizemos bolo de cenoura com calda de chocolate e tem suco natural também — Faço uma careta.
Eu: O suco natural até vai, mas esse bolo de cenoura com calda de chocolate eu dispenso — Ele cruza os braços — Você quer me deixar obesa com esse bolo?, minha dieta não me permite comer chocolate!.
Hugo: Então come o bolo de laranja, coloque algum alimento nesse seu estômago — Bufo e caminho em direção a cozinha.
Pego o suco natural que ele falou e o bolo de laranja que me parecia estar muito gostoso, coloco em um pratinho e depois vou para sala, me sento no outro sofá e ligo a TV, percebo o olhar da Sophia ameaçador para cima de mim, mas ignoro. Fico procurando algo bom na prime-vídeo enrolando para comer e pude escutar o Hugo puxar e soltar o ar.
Sophia: Prima, por que você não come no seu quarto?, eu queria ter um momento a sós com o meu namorado!.
Eu: Não vou a lugar nenhum, vou ficar sentadinha aqui. Essa é a minha casa e não um motel, priminha. Se quiser trepar, procure um mato e se esfregue por lá — Digo sem ao menos olhar para eles — Aliás, você pode ir embora, Mendonça, não preciso de babá!.
Hugo: Eu não vou embora, López. Agora come logo esse bolo — A feição dele era neutra — Vai querer jantar?, posso pedir uma pizza se quiser — Faço careta novamente — O que foi agora?.
Eu: Eu não como essas porcarias, quantas vezes vou ter que repetir?.
Sophia: Mas você é chata, hein, o que você come afinal? — Reviro os olhos e deixo ela sem resposta — Vamos pedir comida japonesa?, estou com vontade, amor!.
Eu: Eca!.
Sophia: Eca?, você adora comida japonesa — Diz indignada.
Eu: Não falei "eca" por causa da comida, e sim por escutar você chamando o meu tio de amor, que nojo!.
Sophia: Hugo não é o seu tio!.
Eu: É como se fosse, não é, titio? — Ele assente e sorrir sem mostrar os dentes — Enfim, vai pedindo aí que eu vou levar isso na cozinha — Digo e me levanto seguindo para o outro cômodo.
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Depois que a comida chegou e depois de comer tudo, fui escovar os meus dentes e deixei o casal bizarro sozinhos na sala, eles avisaram que iam assistir um filme e obviamente eu voltei para sala. Não troquei de roupa, continuei com a saia e com o cropped mesmo, porém, peguei uma coberta para me tampar do frio.
O filme que eles escolheram foi o "365 dias finais" e sinceramente, foi uma perca de tempo ficar acordada assistindo isso. Eu estava deitada em um sofá sozinha, enquanto no outro Sophia tentava a todo custo tirar casquinha do Hugo, mas pude perceber de rabo de olho, que ele travava ela e a forçava a se concentrar no filme. Esse filme é pra lá de ruizinho, e para fazer jus ao roteiro, teve um final meio bosta, meio merda, mas enfim.
Não vi a hora exata em que fui dormir, mas sei que já era altas horas da madrugada quando senti o meu corpo sendo carregado e depositado na minha cama quentinha, lentamente fui abrindo o meus olhos e me deparei com o Hugo me ajeitando.
Eu: Cadê a Sophia? — Ele diz que ela foi para a casa dela — Você levou ela? — Ele nega.
Hugo: Por que não põe um pijama confortável e volte a dormir?, já é tarde, daqui a pouco amanhece e temos que trabalhar — Ele já ia se levantando, mas eu seguro o braço dele — O que foi?.
Eu: Para de correr de mim, Hugo. Não pareço um bicho de sete cabeças, ou pareço?.
Hugo: Nem de longe!.
Eu: Então pronto. Por que insiste em ficar com ela sendo que não gosta dela? — Ele franze o cenho — Fala sério, vocês dois destroem a química em todos os sentidos — Ele sorrir — Você não faz nem questão de ter ela por perto, em um dia eu consegui perceber isso!.
Hugo: É complicado, você não entenderia — Ele fixa o olhar em mim — Chega de assunto, vai dormir — Ele tenta levantar novamente e novamente eu puxo ele pelo braço, mas dessa vez eu me aproximo mais dele aproximando nossas bocas — Carla — Sussurra.
Eu: Eu sei que você quer me beijar, Hugo — Sussurro de volta — Só tem nós dois aqui, ninguém vai precisar ficar sabendo!.
Tento selar nossos lábios, mas ele acabou entrelaçando os dedos no meu cabelo puxando com uma certa força e se jogou em cima de mim me fazendo deitar. Minhas pernas ficaram uma de cada lado do corpo dele e minha saia levantou revelando a minha calcinha.
Hugo: Você vai fuder com a minha vida, Carla López — Diz contra a minha boca — Que porra de garota que você é — Acabo soltando um gemido involuntário ao sentir o volume dele fazer pressão no meu sexo — Não faz isso, não geme assim — Pude notar o tesão no tom de voz dele.
Hugo passeia com o rosto pelo o meu pescoço e deixa um beijo alí, a essa altura eu já estava pra lá de molhada e fico ainda mais quando ele morde o lóbulo da minha orelha para depois sussurrar:
Hugo: Você está me fazendo perder o foco — Sem mais e nem menos, ele sai de cima de mim — Não me fode, Carla, não estraga a minha vida — Ele sai do meu quarto fechando a porta devagar.
Eu: Meu Deus, que pegada — Digo e deixo um sorriso escapar — Que calor — Ligo o ar-condicionado e me ajeito na cama — Mas foi quase, viu — Bato palminhas comemorando a evolução — Sabia que eu mexo com você, Hugo Mendonça — Mordo o meu lábio inferior e fecho os olhos me lembrando de segundos atrás.
Quem nunca ficou no quase, né não?

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O Fruto Proibido
Fanfiction"A paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõe". William Shakespeare Fanfic criada no dia 27/07/2022 Fanfic postada no dia 16/09/2022