Secretária?

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Voltei para o meu quarto batendo a porta de tanta raiva que eu estava sentindo do meu pai, não sei como ainda tenho lágrimas para chorar depois de tanto tempo recebendo tanto descaso vindo dele. Como um pai pode não gostar da sua única filha?, geralmente as filhas se dão melhor com seu lado paterno, certo?, no meu caso, isso não é real.

Tem dias que eu só quero sumir dessa casa, mas penso em como vou sobreviver sem um teto para morar, penso em como vou me virar sendo que eu não sei fazer nada. Em partes é muito ruim ser uma garota como eu, uma garota "herdeira", tive e tenho tudo o que quero a vida inteira, por que eu me preocuparia em aprender alguma coisa?.

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Estava sentada na minha cama olhando para o nada e com o meu rosto inchado de tanto chorar, quando escuto alguém bater na minha porta.

Eu: Vai embora, não quero ver ninguém — E a pessoa continua batendo — EU DISSE PARA IR EMBORA — Jogo algo que estava no criado-mudo em direção a porta.

Xx: Não desconte sua raiva em objetos caros como este — Vejo o Hugo entrar e pegar o objeto que joguei.

Eu: O que está fazendo aqui?, se veio me dar broncas, pode ir embora — Ele se aproxima devagar e coloca o objeto de volta no lugar.

Hugo: Não sou o seu pai para te dar broncas, só quero conversar um pouco, pode ser? — Não respondo e ele senta na cama — Seus pais estavam discutindo lá embaixo — Continuo sem responder e fixo o meu olhar em um canto qualquer — Sua mãe estava te defendendo com unhas e dentes!.

Eu: Que bom para ela — Dou de ombros.

Hugo: Bonito o seu pijama de bichinho — Ele estava a todo custo tentando puxar assunto comigo — Fica fofo em você — Finalmente olho para ele, ele sorrir e puta merda, sendo visto assim de tão perto, o sorriso dele fica mais perfeito ainda — Você está com o rosto inchado, pretende chorar a noite inteira? — Digo que sim — Quer que eu chame a Luísa para te fazer compania?.

Eu: Não. Eu estou de castigo, esqueceu?, e aliás, meu pai vai me obrigar a trabalhar — Reviro os olhos.

Hugo: É, eu estou sabendo. Ele veio conversar comigo no escritório e me deu um novo trabalho — Ergo a sobrancelha sem entender — Seu pai me colocou no cargo de babá, você vai trabalhar como minha secretária e eu tenho que te ensinar o básico!.

Eu: SECRETÁRIA? — Levanto a voz espantada — Você está de brincadeira comigo — Ele nega com a cabeça — Dios mío, soy animadora, no tengo vocación de simple secretaria. Sem ofensa as secretárias!.

Hugo: Eu sei que não tem, tentei fazer o seu pai te dar outra função porque também não estou afim de ser babá, mas não teve jeito — Acabo por franzir o cenho.

Eu: Não estou te entendendo, Hugo Mendonça, não tem nenhuma criança aqui para você ser babá — Protesto.

Hugo: Verdade, é pior, tem uma quase adulta que contém espírito de criança birrenta — Bufo batendo o pé.

Eu: Este hombre se ha vuelto completamente loco. Está loco, loco, cómo puede menospreciarme tanto?, qué pensarán los empleados?.

Hugo: Pelo amor de santo Cristo, fale apenas um idioma — Reviro os olhos — Carla, só se comporta. Faz o que o seu pai está mandando e depois você pode ficar livre do castigo — Fixo o meu olhar no dele com segundas intenções — Estou falando sério!.

Eu: Eu sei que está!.

Hugo: Então por qual motivo você está me olhando assim?, já vai começar com os assédios?.

O Fruto ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora