high hopes - (Anna)

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Quando eu era pequena e vinha passar as férias aqui, o que eu mais gostava fora a torta de maçã da minha avó, era andar de bicicleta no parque que tinha no final da rua. Eu ia sozinha e passava a maior parte do dia ali. As vezes me deitava na grama e ficava tentando achar formato nas nuvens, e quando achava, criava uma história com os objetos. Resolvi em um sábado ir ate a esse parque e fazer a mesma coisa, só que não era mais tão interessante assim. Tinha perdido o encanto de criança. Então decidi caminhar um pouco. Entrei em uma rua que eu antes nunca tinha passado. Era incrível. Mesmo no inverno as árvores tinha flores num lindo tom de azul. Caminhei até o final da rua e percebi algo de tirar o fôlego. Era um casarão todo de pedra, a coisa mais linda. Portões altos circulavam toda a residência, então não dava para ver muito. Parecia que não morava ninguém ali, pois as janelas estavam todas fechadas. Nesse momento uma vontade enorme de entrar ali tomou conta de mim. Lamentei por aqueles muros serem tão altos, porque se não fosse, eu certamente o pularia, tamanha era a minha vontade. Voltei pelo mesmo caminho de flores, deslumbrada. Quando cheguei em casa, minha avó estava preparando a comida. Me sentei na mesa.
- Vó?
- Oi?
- A senhora sabe alguma coisa sobre aquela mansão de pedras? É tão magnífica.
A colher que minha vó usava caiu no chão, e ela veio ate mim rapidamente.
- Anna, você precisa prometer pra mim que não vai chegar perto daquela maldita casa! Tem que prometer pra mim!!!
- Vó, calma! É só uma casa, o que tem demais? Porque tudo isso?
- Anna, só me promete!
- Tá bom, eu prometo. Se acalma agora, OK?
Eu nunca cumpri essa promessa.

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