Toda a minha vida eu passei caçando esses seres das trevas.
Quando nasci e completei uma idade em que eu pudesse entender as coisas, meus pais me contaram a história toda sobre os vampiros. Eu não acreditei. A ficha custou a cair. Aquilo não podia ser verdade, era impossível. Infelizmente era verdade. Num mundo como o nosso, não podemos desacreditar de nada, tudo é possível. Formei esse pensamento quando parti pra minha primeira caçada. Meus pais sempre me treinavam e eu não entendia o porquê, mas naquele dia entendi perfeitamente. No primeiro instante me senti um monstro, mas depois, foi revigorante. Eu me sentia poderosa matando todos aqueles seres nojentos, e quando mais eu os matava, mais ódio por aqueles seres crescia dentro de mim.
Nessa vida, conheci meu atual marido. Nos apaixonamos perdidamente. Nosso maior prazer era sair a noite e aniliquilar aqueles malditos. Quando engravidei, meu marido e eu sabíamos perfeitamente que nossa filha seria uma grande caçadora. Para nossa surpresa, não era apenas uma menina. Eram duas. Gêmeas. Quando minhas meninas completaram sete anos começamos a treina las. Eram fortes e rápidas.
Com 15 anos de idade nossas guerreiras foram para sua primeira caçada. Mas apenas uma retornou com vida. Aquilo acabou conosco. Tentei a todo custo parar Joane, não queria que ela corresse mais esse risco, só que ela nunca parou. Queria vingar a morte da irmã a todo custo. Joane conheceu seu marido em uma caçada, assim como eu. Quando tinha 25 anos, me disse que estava grávida. Foi uma maravilha. A fiz me prometer que quando essa criança nascesse, não contariamos nada sobre essa vida. A criança cresceria sem saber desse mundo, não seria treinada, viveria normalmente. Felizmente Joane concordou com isso. Quando Anna nasceu foi uma alegria enorme. Teríamos a chance de ser diferentes.
Anna sempre foi uma menina muito esperta. Cresceu questionando tudo. As vezes tínhamos que nos esforçar pra que ela não descobrisse nada.
Recebemos a notícia que nossa filha e o marido tinham morrido em uma caçada. O mundo desabou. Anna veio morar conosco desde então.
Os vampiros que tiraram a vida de nossa filha entrou em contato comigo. Era um clã pequeno, 15 pessoas. Pediram uma trégua. Viveriam aqui em Signtown e não atormentaria nossa vida. Viveríamos em paz a partir de agora. Aceitei imediatamente. Não existia nada que eu mais queria do que essa trégua.
Certo dia, Anna me perguntou sobre a casa em que vive o clã. Perdi o chão. A fiz implorar que não procuraria saber sobre aquilo.
Mas conhecendo Anna como eu conheço, ela não esqueceria aquilo.
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sur(real)
RandomQuando pequena minha avó contava histórias de vampiros malvados, e eu adorava. Dizia para eu tomar cuidado, que eles adoravam sair a noite. Eu ria e debochava dela, porque é claro, vampiros não existem. Hoje, depois de alguns anos, percebi que a min...