lucy - (Anna)

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Theo e eu estamos juntos. Escondidos, é claro. Passamos a maior parte do tempo na caixa dágua e quando meus avos saem conseguimos ficar em minha casa. Ninguém desconfiou de nada até agora. Espero que continue assim.
- Como é? - perguntei. Theo arqueou uma das sobrancelhas.
- Como é o quê?
- Ser um vampiro.
- É horrível, Anna. Nós machucamos pessoas que não tem culpa nenhuma. Quer dizer, eu sempre tento me controlar, mas uma bolsa de sangue a cada dois dias não mata a nossa fome. Tem aqueles que saem da linha e nunca mais se recuperam, são horríveis, verdadeiros monstros. As vezes eu saio do controle também e no outro dia me sinto péssimo.
- Mas existem as partes boas, não existem? Tem que existir.
Ele sorriu.
- Ah, sim... Claro que existem. - Ele se aproximou de mim, e com a ponta dos dedos foi traçando a veia de meu pescoço. - Consigo ouvir o sangue circulando na sua veia. É uma tentação, e eu... - Ele se aproximou mais. O que estava acontecendo? Observei o rosto dele e vi a coisa mais horrorosa que eu já vi. Duas presas enormes. - THEO! - o empurrei pra longe. Ele avançou em minha direção. Queria me morder.
- Anna... - Ele sussurrou - Anna, você tem que sair daqui. VOCÊ TEM QUE IR EMBORA DAQUI AGORA! - ele gritou.
Desci apressada aquelas escadas. O que é que estava acontecendo?

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