120- Adaptação

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- João Phelipe

Eu pensei bem no que a Gabi falou, e resolvi ver no que isso vai dar, aliás, eu não tenho muita escolha.

Gabriela já tinha ido embora.

Eu coloco um boné na cabeça, uma camiseta e saio do quarto.

Vejo o Pedro na cozinha... Cozinhando

— Está querendo impressionar quem ? — eu falo e ele se assusta

Mas logo sorri quando me vê

— Não quero que me odeie ainda mais, mas eu ofereci ajuda a sua mãe nas coisas de casa enquanto eu fico por aqui — ele diz

— Contando que não fique no meu quarto — eu falo pegando uma maçã — E eu não te odeio. — falo me sentando

Ele tampa a panela que ele estava mexendo e se senta na minha frente.

— João, você não sabe o quanto eu esperei por esse dia, espero que um dia você me veja como um irmão mais velho, um braço direito sabe — ele diz

— Só se for na sua história, porque na vida normal, os irmãos mais velhos são chatos — eu falo e ele ri

— Gosto do seu jeito de lidar com uma adaptação, é um pouco engraçado — ele diz voltando a mexer nas comidas — E outra coisa, eu não estava dando em cima da sua namorada — ele ri

— Tu acha que eu não conheço essa estratégia de chegar nas mulheres? — Dou uma risada fraca — Oh! que falta de educação minha, deixa-me me apresentar...— eu imito

— Eu não sou desse tipo, sou bem discreto, raramente me apaixono — ele diz

— Uhmm... Que cheiro bom! — minha mãe chega e me dá um beijo na testa — E que imagem linda dos irmãos se dando bem. — ela sorri

— Não sou amigo dele, só estou sendo educado — eu falo me levantando

— Já vai ir ? A conversa estava boa — Pedro fala

— Não se acostuma, porque não vamos conversar tanto — eu falo indo pra sala

Me jogo no sofá e ligo a TV.

Dona Regina vem atrás.

— Sei que com o tempo você vai lidando melhor com a situação mas você poderia tentar ser mais legal com ele — ela diz

— Eu não tenho essa obrigação — eu falo

— Você está parecendo uma criança quando ganha um irmão, e fica louco de ciúmes! Que coisa ridícula Phelipe — ela diz

— Eu só não quero normalizar isso dona Regina, até ontem eu nem conhecia esse cara — eu falo

— E agora a realidade é outra, e se você não se conformar e olhar para as virtudes você vai acabar maltratando ele que não tem culpa nenhuma nisso tudo! Pelo contrário ele não desistiu de te achar, e está sendo muito paciente com você, então dê uma chance pro seu irmão porque eu não te ensinei a agir assim! — ela fala firme e logo se retira 

Eu respiro fundo.

- Gabriela

— Meu Deus amiga! Não acredito — Giulia diz

— Eu também fiquei pasma, e agora ele está lá tentando ganhar o coração do João, fiquei com um pouco de dó — eu falo rindo — Mas eu conheço o João, ele é difícil de se dar no começo mas depois ele abre o coração.

— Foi assim com você né amiga — Giulia diz

— Sim, ele é difícil de se entregar aos sentimentos — eu falo

— Mas diz aí, como ele é? — Giulia pergunta

— Ele aparenta ter uns 25 anos, tem um corte de cabelo tipo topetinho sabe?, barba, é bem forte, alto, e de rosto ele e o João se parecem um pouco, ele aparenta ser bem simpático, não sei o nome dele, não deu tempo dele se apresentar — eu falo

— Você sabe que carne nova no pedaço chama atenção da vila toda — Giulia diz rindo — Você lembra de quando a gente chegou

Dou risada

— É verdade, quer apostar quantos que a Jéssica vai se jogar pra ele ? — pergunto

— Então eu já vou dar a quantia pra você, porque isso já é garantido — Giulia fala rindo

— Aí amiga, vou dormir porque amanhã vou estudar e ainda trabalhar, não quero dormir na bancada da padaria — eu falo

— Vai lá amiga — Giulia diz pegando o controle da tv

— Você também bonita, não quero ninguém chorando pra levantar amanhã em — eu falo

— 15 minutos só, boa noite — ela diz

— Boa noite — eu falo caminhando pro meu quarto

Eu já estava de pijama então só capotei.

- João Phelipe

Nos sentamos na mesa pra comer, e o cheiro estava ótimo.

Nos servimos, eu dei aquela garfada... Oh negócio bom!

— Gostou ? — Pedro me pergunta

— Não — falo

— Phelipe! — Dona Regina chama minha atenção

— É zoeira, você manda bem — eu falo

— Depois te ensino algumas coisas — Pedro fala

— Então João Pedro, como é sua vida no Rio ? — Dona Regina pergunta

— Bom, eu só trabalho, meus pais adotivos são chefes de polícia então dês de que me adotaram já me ingressaram nessa área, mas ainda estou em formação — Pedro diz

— João é um ótimo engenheiro, não é filho? — ela diz

— É... — eu falo

Meio que eu quebrei o assunto.

— Engenharia combina com você — Pedro diz — Está formado? — ele pergunta

— Eu estou com bastante sono, vou dormir — me levanto

— Mas você nem terminou de comer — minha mãe fala

— Passou a fome — eu falo

Vou pro meu quarto.
Não sei direito o porquê fiz isso, mas eu simplesmente fiz, pra mim está um pouco difícil de digerir, talvez amanhã eu esteja melhor.

Me deito, e durmo.

Eu e você (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora