129- Madrugada fria

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- João Phelipe

Eu nunca esperei isso de ninguém, principalmente da Gaby, pra mim foi como se meu mundo tivesse desabado.

Quero bater, esmurrar o Gustavo até ele não sentir mais o corpo.

Eu chego em casa batendo em tudo, até chegar no meu quarto e esmurrar o travesseiro.

João Pedro veio comigo, mas ele teve sabedoria em não dizer nada.

Tranco a porta do meu quarto pra ninguém me encher o saco, provavelmente Pedro está contando as boas novas a dona Regina.

— Então era isso que a Gabriela estava escondendo esse tempo todo — eu resmungo

Passo a mão pelo rosto, nada consegue me acalmar nesse momento, ela mentiu pra mim, ela me enganou, e isso pra mim é o fim de tudo.

Pego a aliança em meu dedo anelar da mão direita e jogo longe, nunca mais quero ver essa garota, e se ver, vou ignorar, vou tratar ela pior do que tratava antes.

Eu preciso fazer alguma coisa, isso não vai ficar assim.

Destranco a porta do meu quarto, vou até a cozinha rapidamente, Pedro e minha mãe se assustam com meu gesto.

Abro a gaveta e pego uma faca.

— João... — Pedro diz preocupado

Eu saio quase correndo da cozinha.

— Ei o que vai fazer? — Pedro pergunta vindo correndo com dona Regina atrás

Não falo nada.

Caminho em direção a porta, mas Pedro me impede de passar.

— Não faz isso Phelipe, você está fora de si — ele diz

— Sai da minha frente — eu falo

— Você não vai fazer nada João Phelipe, por favor, se acalma filho, você não é assim — minha mãe fala

Eu olho pro rosto dela, seu rosto demonstra desespero e preocupação.

— Olha pra mim meu amor, isso não vale a pena — Ela diz

Na hora meu coração já desacelera, nunca quis trazer prejuízos pra minha mãe.

João Pedro pega a faca da minha mão, e depois me abraça.

Por mais triste e emocionante que seja, eu nunca choro.

— Vamos nos distrair, depois a gente resolve isso de outra maneira — Pedro diz

Me solto de Pedro e vou em direção ao meu quarto, não quero sair mais de lá.

Entro no meu quarto com a mente a milhão, pensando em tudo, tenho certeza que se eu encontrasse o Gustavo eu já teria chegado metendo a faca nele.

Deito na minha cama e fico lá.

(...)

1,2,3 horas da madrugada. Não consigo dormir, nem peguei no celular porque sei que Gabriela deve estar me ligando.

Eu e você (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora