Eu e você (Concluído)

66- Sim ou sim ?

- João Phelipe

— Você está indo muito rápido João — ouço a Gabriela gritar

— Você que está indo devagar — eu falo colocando meu pé direito no chão, parando a bike.

Eu parei logo em frente a uma lanchonete... Aquela lanchonete, os desenhos e pichações ainda são bem visíveis na parede, nada mudou.

— Nossa, essa é a quinta lanchonete que eu vejo nessa rua — a Gabriela fala ofegante parando ao meu lado — Parece que eu já vi essa lanchonete em algum lugar, só não lembro — ela fala

— Deve ter sido em algum jornal, revista ou até na televisão — eu falo

— Vamos vir aqui um dia ? Parece ter daqueles lanches caseiros que eu amo — ela fala

— Esquece isso daí — eu falo cortando o assunto

— Vou até anotar o nome — ela fala anotando no celular

Eu reviro os olhos e volto a olhar pro lugar

Flashback

— O de sempre ? — seu Milton da lanchonete pergunta

— O de sempre pra mim e pro meu garotão — meu pai fala batendo na minha mão

Todas as sextas feiras nós cumprimos nossa tradição, vir aqui é fazer nossa noite dos machos, nós até conversamos coisas de macho.

— Aqui está — o seu Milton nos estrega uma porção de fritas, um suco e uma cerveja pro meu pai.

Era sempre a mesma coisa, mas eu curtia pra caramba passar momentos assim com o meu velho.

— Pai, eu também queria uma cerveja — eu falo e ele ri

— Já tá apressado assim rapaz ? Relaxa que tua hora vai chegar, por enquanto se contente com o suquinho — ele fala

Não existia nenhuma sexta feira, depois dos meus seis anos a qual nós não frequentamos essa lanchonete.

Flashback off

— Tá tudo bem ? — a Gabriela me pergunta

— Sim, tô de boa — eu falo

— Vamos então ? — a Gabriela fala guardando o celular em seu bolso e eu assinto.

Eu volto a pedalar mas dessa vez eu vou mais devagar pra acompanhar a tartaruga.

— Estamos chegando ? — a Gabriela pergunta

— Fica na boa — eu falo

Estamos quase lá.

Eu desço da bike e a Gaby faz o mesmo, nós começamos a andar levando a bicicleta.

— Você está em que ano da faculdade ? — a Gabriela pergunta

— No terceiro ano ainda, tenho mais dois anos pela a frente — eu falo