João Phelipe
— Vocês precisam colocar na cabeça de vocês que quanto mais cumprimento mas peso — a professora fala e eu não estou mais aguentando ficar preso nessa sala. — Opa, a tinta da caneta acabou, com licença eu vou lá buscar — a professora sai da sala levando seu canetão
Eu fico jogado na cadeira e pego meu celular pra me distrair até que sinto uma bolinha ser jogada na minha cabeça, eu reviro os olhos e ignoro.
Mas como esperado é jogada novamente.
Eu pego a bolinha que foi diretamente pro chão, me levanto e vejo o Guilherme e seus amigos na no fundão rindo.
Eu ando pelo o corredor estreito e vou até ele
— Você é tão criança, nem sei o que está fazendo aqui — eu jogo o papel bem na cara dele — Não faça eu voltar aqui, se não eu vou fazer você engolir esse papel.
Quando eu ia voltar pra minha cadeira eu sinto uma mão tocar meu ombro e em um gesto rápido me virar e me dar um soco na cara fazendo eu cair no chão.
Nariz sangrando de novo!
— Segunda vez que eu faço seu nariz sangrar né mocinha — o Guilherme fala
Eu me levanto, eu só queria ficar em paz só isso, não quero levar suspensão ou algo do tipo só por causa de uma briguinha besta.
— Não faça isso Guilherme, não queira tretar comigo na moral — eu falo
Eu passo as costas da minha mão tirando o sangue do meu nariz, viro as costas e caminho até minha mesa.
— A mocinha vai fugir — ele fala e eu reviro os olhos — Tá com medo — ele fala e todos da sala dão risada — Vai chorar quando chegar em casa, vai ir correndo contar pra mamãezinha — ele fala e uma raiva vai crescendo dentro de mim — O bebezinho da mamãe — ele fala
— Cala a boca! — eu falo indo até ele de novo — Você quer brigar ? Quer arrumar treta comigo ? Quer ? — eu falo pegando ele pela a gola da sua camiseta — Então vai, vem pra cima — eu falo jogando ele no chão — Vem, vem pra cima mané
— Tá bravão agora ? Só assim pra virar homem né — o Guilherme fala e eu dou logo um socão naquela cara de cavalo, fazendo sair sangue até do ouvido. Quero ver ele mexer comigo agora
— Vai levanta! Tu não é o machão — eu falo chutando ele e ele continua esticado no chão tossindo
— Phelipe é melhor parar — um carinha da sala fala
— Levanta!! Tá com medo de apanhar mais, seu merda — eu falo
— Já chega!! — a professora entra na sala e grita com aquela voz ardida — João Phelipe e Guilherme Pereira, pra sala do diretor agora! — ela fala
— iih mano deu ruim — um dos amigos do Guilherme fala
Como eu sei que isso vai demorar eu vou até minha mesa bufando de raiva, pego meu material e soco pra dentro da mochila.
Eu passo pela a professora e nem olho naquela cara de jacaré que ela tem.
— Não adianta ficar bravinho não João Phelipe, ninguém mandou aprontar — a professora grita enquanto eu ando pelo o corredor.
Eu caminho em passos lentos até a sala do diretor, vejo até o Guilherme vindo atrás, eu abro a porta e vejo o diretor sentado em sua mesa conversando com a...Gaby.
Eu nem bati na porta só entrei e já fui me jogando na poltrona, acho que já deu pra ele perceber o que aconteceu pois meu nariz está sangrando e o Guilherme está esperando lá fora.
— Você não está vendo que eu estou conversando com o diretor ? — a Gabriela pergunta
— João Phelipe, você poderia ter batido na porta antes de entrar, eu estou ocupado — o diretor fala
— Eu espero vocês conversarem — eu falo
— Você não tem nem um pingo de educação mesmo — ela fala
— Triste né ? — eu falo na ironia e ela revira os olhos
— Eu venho aqui depois, com licença diretor Marcelo — a Gabriela sai pisando fundo
— Senhor Guilherme pode entrar — o diretor fala e o Guilherme entra
Quer se fazer de educado pra sair como o bom samaritano só pode.
Eu olho pra ele que se senta na poltrona ao meu lado
— Não sei se vocês sabem mas eu trabalhava em uma escola publica cheia de crianças no bairro vizinho, e quando eu recebi a proposta de emprego de vir trabalhar como diretor da Anhanguera a melhor universidade de São Paulo eu fiquei muito feliz e aceitei na hora! — o diretor fala andando pela a sala
— E o que eu tenho a ver com isso ?— eu pergunto
— Não haja com ignorância João Phelipe, eu te conheço e sei muito bem que quando você está bravinho você age por impulso — ele fala e eu reviro os olhos — Bom, voltando ao que interessa, um dos motivos de eu ter aceitado esse emprego foi justamente por eu não ter que lidar com crianças e sim com jovens estudiosos que se esforçam para um bom futuro, mas durante o tempo eu fui percebendo que apenas meu salário que mudou pois eu continuo lidando com crianças! — ele fala em um tom bravo
— Quer saber o que aconteceu ou tem outra história pra contar ?— eu pergunto
— Prossiga — ele fala voltando a se sentar
— A criança do Guilherme estava jogando bolinhas de papel em mim na sala de aula, eu até que ignorei nos primeiros instantes ta ligado ?, mas ele continuou, então eu fui até ele mandar ele parar mas ele me desafiou e deu logo um soco no meu rosto, você queria que eu fizesse o que jão ?— eu pergunto
— Você mente pra caramba né phelipe, por que você não conta a parte em que você me deu um soco, me jogou no chão, e ainda me deu chutes ? — o Guilherme decide se manifestar
— Por que eu não queria te envergonhar — eu falo em um tom de deboche e ele me empurra
— Garotos! Já chega! Os dois ficarão de detenção, e já podem começar hoje... — o diretor fala
— É só dá uma esquecida nisso que a gente fica suave — o Guilherme fala
— Vocês vão ter o castigo de vocês e eu não quero saber de brigas, se não os dias de detenção de vocês irão aumentar — o diretor fala
Vai ser difícil passar um segundo sem poder dar um soco na cara do idiota do Guilherme.
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Eu e você (Concluído)
RomantizmGabriela Santos de Oliveira uma garota carioca e birrenta que sempre faz de tudo pra se proteger e ganhar. Ela vai estudar em São Paulo e acaba trombando com um garoto Paulista totalmente igual a ela, e ao mesmo tempo oposto e por causa disso eles a...