- João Phelipe
— Você já deve ter ouvido que seu pai era do morro vermelho, e foi para o morro Branco para ficar com sua mãe né — ela diz e eu concordo — Mas o que você não sabe, é que seu pai era meu amante...
Ela diz e eu me assusto
— Nunca! Meu pai sempre foi um homem leal a minha mãe — falo
— Tem razão, porque ele ainda não conhecia sua mãe quando estava comigo — ela diz — O morro SP não existia, eu era casada com o atual dono do morro vermelho, que na época não era, mas trai ele com o seu pai que era o dono do morro vermelho...
Eu comecei a juntar os pedaços
— Então foi por isso que mataram meu pai ? — eu me levanto alterado
— João, espera, senta por favor — ela diz e eu me sento — Seu pai era o homem mais incrível que eu já conheci, éramos amigos mas eu acabei ficando com ele algumas vezes, e mesmo eu amando ele, o coração do seu pai se direcionou para outra... Regina
— Minha mãe — falo
— Então ele terminou comigo e ficava as escondidas com a sua mãe, já que ela era do morro rival, e ele como dono, era inadmissível, mas eu sempre guardei esse segredo para proteger ele, mas... Meu marido descobriu — ela diz
— Seu marido? O que é dono do morro vermelho hoje? — pergunto
— Sim, ele descobriu tudo, a minha traição com seu pai, e a traição dele por se envolver com o morro inimigo — ela diz
— E aí mataram ele ? — pergunto
— Antes de matarem ele, ele fugiu, e eu com medo fui junto, e paramos aqui — ela faz um gesto com a mão — Então ele fundou um novo morro, o morro SP, levantou um exército e me colocou como líder. Ele ficou aqui por um tempo as pessoas amavam ele, até chamavam ele de Rei Rogério, mas ele sempre desejou sua mãe, então ele me deixou aqui e me disse que teria um filho, mas que não era pra mim envolver ele nesse mundo de gangs — ela diz
— E pra onde ele foi ? — pergunto
— Ele e sua mãe foram pro Rio de Janeiro, lá eles te adotaram, e ficaram por um tempo, até a poeira abaixar. Depois vocês voltaram e ele começou a viver e se adaptar no morro Branco com sua família, mas infelizmente, meu ex marido achou ele... — ela diz abaixando a cabeça
— Quem é seu ex marido, o dono do morro vermelho ? — pergunto
— Você precisa prometer, que não vai dizer a ninguém, João, isso é importante — ela diz
— Tá — eu falo
— É o Carlos...
- Gabriela
Eu: Pedro não encontramos ele, e procuramos em todo o lugar
Pedro: Vou continuar procurando, mesmo que eu fique até amanhã
Eu: Eu também, ele tem que estar em algum lugar por aqui
Pedro: Vai descansar Gabriela, até porque quem está no volante é o Igor né
Pedro desliga
— Ele deve estar na casa de alguém que conheceu, acho melhor esperarmos até amanhã de manhã — Igor diz bocejando
— Eu vou tentar ligar pra ele de novo.
Eu ligo e começa a chamar, o que é bom já que não estava nem chamando. Ele atende, e antes que eu pudesse dizer algo ele fala
João: Eu estou bem
E desliga.
Tento ligar de novo mas ele não atende.
— Ele falou que está bem — Igor diz
— É um alívio saber disso, vou avisar o Pedro — falo
Mando mensagem para o Pedro avisando, e ele fica mais tranquilo. Voltamos pra casa e como eu estava morrendo de sono eu deitei e dormi.
Igor dormiu no sofá, pois mesmo ele insistindo eu não deixei ele dormir na minha cama.
- João Phelipe
Abro meus olhos e vejo que estou em um quarto, um quarto claro, organizado e chique.
Eu não parei de pensar em que o Seu Carlos é o dono do morro vermelho, ele é o dono da padaria no morro Branco, tem contato direto com a Gabriela e com meus amigos, ele sabe quem eu sou, e sempre disfarçou muito bem.
Tiro o edredom branco de cima de mim e me levanto. Lembro que Daniela insistiu pra mim dormir em um quarto de hóspedes porque já era muito tarde.
Vou até o lavabo e faço minhas higienes, que por sinal, lá tinha tudo novo, escova de dentes e tudo.
Dou uma arrumada no meu cabelo que o corte está bem baixinho. E depois saio do quarto com a intenção de ir embora.
Desço uma escada enorme e encontro Daniela com o Mark na sala de jantar tomando café.
— Bom dia — Daniela sorri
— O marrentinho acordou — Mark diz
Eu vou até onde eles estão
— Vou embora — falo
— Não antes de tomar um bom café — Daniela diz e eu me sento na mesa
Olho pra ela
— Se o seu Carlos é o dono do morro vermelho, e é seu ex marido, você é a mãe do Gustavo e da Luara ? — pergunto
Ela respira fundo, isso parece machucar ela
— Sou — ela diz abaixando a cabeça — Do Guilherme também — ela diz e isso pra mim foi uma surpresa
Eu nunca que iria imaginar que o Guilherme também era dessa família, por isso ele o Gustavo tem tanto poder no morro.
— Não diga nada pra Luara por enquanto por favor, ela não merece saber disso, ela já sofre demais — Daniela diz preocupada
Eu não sei se poderei esconder algo assim, de alguém que sente falta da sua mãe.
Tomo o café bem devagar, e fui tirando minhas outras dúvidas sobre meu pai.
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Eu e você (Concluído)
RomantizmGabriela Santos de Oliveira uma garota carioca e birrenta que sempre faz de tudo pra se proteger e ganhar. Ela vai estudar em São Paulo e acaba trombando com um garoto Paulista totalmente igual a ela, e ao mesmo tempo oposto e por causa disso eles a...