153 - Revelação assustadora

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- João Phelipe

— Você já deve ter ouvido que seu pai era do morro vermelho, e foi para o morro Branco para ficar com sua mãe né — ela diz e eu concordo — Mas o que você não sabe, é que seu pai era meu amante...

Ela diz e eu me assusto

— Nunca! Meu pai sempre foi um homem leal a minha mãe — falo

— Tem razão, porque ele ainda não conhecia sua mãe quando estava comigo — ela diz — O morro SP não existia, eu era casada com o atual dono do morro vermelho, que na época não era, mas trai ele com o seu pai que era o dono do morro vermelho...

Eu comecei a juntar os pedaços

— Então foi por isso que mataram meu pai ? — eu me levanto alterado

— João, espera, senta por favor — ela diz e eu me sento — Seu pai era o homem mais incrível que eu já conheci, éramos amigos mas eu acabei ficando com ele algumas vezes, e mesmo eu amando ele, o coração do seu pai se direcionou para outra... Regina

— Minha mãe — falo

— Então ele terminou comigo e ficava as escondidas com a sua mãe, já que ela era do morro rival, e ele como dono, era inadmissível, mas eu sempre guardei esse segredo para proteger ele, mas... Meu marido descobriu — ela diz

— Seu marido? O que é dono do morro vermelho hoje? — pergunto

— Sim, ele descobriu tudo, a minha traição com seu pai, e a traição dele por se envolver com o morro inimigo — ela diz

— E aí mataram ele ? — pergunto

— Antes de matarem ele, ele fugiu, e eu com medo fui junto, e paramos aqui — ela faz um gesto com a mão — Então ele fundou um novo morro, o morro SP, levantou um exército e me colocou como líder. Ele ficou aqui por um tempo as pessoas amavam ele, até chamavam ele de Rei Rogério, mas ele sempre desejou sua mãe, então ele me deixou aqui e me disse que teria um filho, mas que não era pra mim envolver ele nesse mundo de gangs — ela diz

— E pra onde ele foi ? — pergunto

— Ele e sua mãe foram pro Rio de Janeiro, lá eles te adotaram, e ficaram por um tempo, até a poeira abaixar. Depois vocês voltaram e ele começou a viver e se adaptar no morro Branco com sua família, mas infelizmente, meu ex marido achou ele... — ela diz abaixando a cabeça

— Quem é seu ex marido, o dono do morro vermelho ? — pergunto

— Você precisa prometer, que não vai dizer a ninguém, João, isso é importante — ela diz

— Tá — eu falo

— É o Carlos...

- Gabriela

Eu: Pedro não encontramos ele, e procuramos em todo o lugar

Pedro: Vou continuar procurando, mesmo que eu fique até amanhã

Eu: Eu também, ele tem que estar em algum lugar por aqui

Pedro: Vai descansar Gabriela, até porque quem está no volante é o Igor né

Pedro desliga

— Ele deve estar na casa de alguém que conheceu, acho melhor esperarmos até amanhã de manhã — Igor diz bocejando

— Eu vou tentar ligar pra ele de novo.

Eu ligo e começa a chamar, o que é bom já que não estava nem chamando. Ele atende, e antes que eu pudesse dizer algo ele fala

João: Eu estou bem

E desliga.

Tento ligar de novo mas ele não atende.

— Ele falou que está bem — Igor diz

— É um alívio saber disso, vou avisar o Pedro — falo

Mando mensagem para o Pedro avisando, e ele fica mais tranquilo. Voltamos pra casa e como eu estava morrendo de sono eu deitei e dormi.

Igor dormiu no sofá, pois mesmo ele insistindo eu não deixei ele dormir na minha cama.

- João Phelipe

Abro meus olhos e vejo que estou em um quarto, um quarto claro, organizado e chique.

Eu não parei de pensar em que o Seu Carlos é o dono do morro vermelho, ele é o dono da padaria no morro Branco, tem contato direto com a Gabriela e com meus amigos, ele sabe quem eu sou, e sempre disfarçou muito bem.

Tiro o edredom branco de cima de mim e me levanto. Lembro que Daniela insistiu pra mim dormir em um quarto de hóspedes porque já era muito tarde.

Vou até o lavabo e faço minhas higienes, que por sinal, lá tinha tudo novo, escova de dentes e tudo.

Dou uma arrumada no meu cabelo que o corte está bem baixinho. E depois saio do quarto com a intenção de ir embora.

Desço uma escada enorme e encontro Daniela com o Mark na sala de jantar tomando café.

— Bom dia — Daniela sorri

— O marrentinho acordou — Mark diz

Eu vou até onde eles estão

— Vou embora — falo

— Não antes de tomar um bom café — Daniela diz e eu me sento na mesa

Olho pra ela

— Se o seu Carlos é o dono do morro vermelho, e é seu ex marido, você é a mãe do Gustavo e da Luara ? — pergunto

Ela respira fundo, isso parece machucar ela

— Sou — ela diz abaixando a cabeça — Do Guilherme também — ela diz e isso pra mim foi uma surpresa

Eu nunca que iria imaginar que o Guilherme também era dessa família, por isso ele o Gustavo tem tanto poder no morro.

— Não diga nada pra Luara por enquanto por favor, ela não merece saber disso, ela já sofre demais — Daniela diz preocupada

Eu não sei se poderei esconder algo assim, de alguém que sente falta da sua mãe.

Tomo o café bem devagar, e fui tirando minhas outras dúvidas sobre meu pai.

Eu e você (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora