124- Homem de atitude

205 13 3
                                    

- Gabriela

Alguns dias se passaram, hoje é sábado, estou bem focada nas provas da semana, e o que eu pretendo fazer hoje é estudar o dia todo!

Por sorte não vamos trabalhar essa semana pois a padaria está em uma reforma pesada e por óbvias questões vamos ficar uma semana de boa, na verdade nem tanto, pois todos vamos fazer provas.

E só pra lembrar, eu ainda não contei nada pro João, fiquei tão focada em estudar que não contei.

— Mulher vai tomar um sol — Giulia entra no meu quarto

— Você não vai estudar não ? — pergunto focada no notebook

— Já estudei, daqui a pouco eu volto, estou fazendo pausas, você deveria fazer também, assim você não vai aguentar nem chegar no dia da prova — ela fala

Eu leio mais alguns textos, até Giulia vir e fechar o notebook

— Uma horinha só pelo menos Gabriela, até seu namorado está preocupado, vai fazer alguma coisa, ver uma luz  — Giulia fala

— Ai tá bom — falo me levantando

— E outra coisa, sua amiga está aí — ela fala

— Amiga ? — eu pergunto

— Luara — ela diz

— Porque você não falou antes ? — eu falo me apressando

- João Phelipe

Fiquei estudando um pouco, aí depois Pedro entrou no meu quarto e começamos a conversar e tchau estudo.

—  Eu mesmo estou precisando renovar o corte, se não meu cabelo vai ficar igual o seu — eu falo

— Deixa crescer pô — Pedro fala sentando na minha cadeira giratória

— Não estou acostumado, desde menó sou assim — eu falo

— Me conta aí, como foi desde que chegou aqui, sua mãe contou do seu pai mas não falou de você — Pedro pergunta

Eu me jogo na minha cama.

— Eu não me lembro de quando eu cheguei pois eu só tinha um aninho, mas me lembro do meu pai me ensinando tudo, sobre futebol, garotas, eu sempre fui assim, encrenqueiro, marrento, bom de bola — falo e ele ri — Comecei a trabalhar cedo, meu pai que me apresentou essa área de construção sabe, ele era pedreiro mas eu sempre vi ele como um engenheiro, ele que despertou isso em mim — eu falo

— Acho que eu iria me dar bem com ele — Pedro diz

— Sei não, só esse seu cabelinho ai já não ia passar confiança. Meu pai era valentão, tinha muitos mistérios sabe, eu nunca sabia de nada, só via ele e minha mãe cochichando, mas ele escondia muita coisa de mim, ele dizia que eu não estava pronto para ouvir — falo

— Ele era dono de um morro né? Antes de se casar com sua mãe — ele pergunta

— Sim, o morro vermelho. Quando vi meu pai morrer, vi meu mundo desabar, meu futuro também, eu era pequeno demais e tive que virar o homem da casa, perdi minha infância, e me tornei agressivo, só queria vingança, até hoje não sei quem foi o idiota que atirou no meu pai — eu falo

Eu e você (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora