11 - Até minha casa

906 54 4
                                    

- João Phelipe

Ver aquelas duas no maior papo tava me dando vontade de sair de lá, e não por ciúmes da minha mãe, mas sim pela a presença daquela barraqueira.

— Você tem quantos anos Gabyzinha ? — minha mãe pergunta

— Dezenove — a Gaby fala

— E já é tão independente! Eu acho muito bonito isso em garotas como você, tão bonita e gentil, você poderia estar fazendo outras coisas de jovens por aí, mas decidiu estudar — minha mãe fala sorrindo

— Isso é uma indireta ? — eu pergunto

— Você sabe que não Phelipe, você também é assim as vezes, tirando algumas noites que você não dormiu em casa, mas você também é assim — a dona Regina fala

— Mas essas noites que eu não dormi em casa, eu não estava com nenhuma menininha, a senhora tá ligada que eu acabei dormindo na casa do Cadu — eu falo

— Era o que eu ia falar... — minha mãe fala — Fala mais sobre você Gaby, você namora ?

Minha vontade é de sair daqui, na moral

— Não — ela ri — Eu já tive alguns casos no Rio mas não era nada sério sabe ? Meu pai sempre dizia que eu tenho um coração duro pra me apaixonar — ela fala

— Engraçado porque eu também sempre digo isso ao Phelipe — minha mãe fala e eu reviro os olhos — Tem uma garota que fica no pé dele, a Jenifer, essa menina é insuportável eu nunca apoiaria o namoro deles

— É Jéssica mãe e eu nunca vou ter caso com ela, tu ta ciente disso — eu falo

— Ainda bem né — diz minha mãe

Depois de minutos finalmente alguém decide encerrar

— Bom, dona Regina eu já vou ir, está ficando tarde — a Gaby se levanta

— Mas amanhã é sábado querida — minha mãe fala

— É...mas minha melhor amiga deve estar preocupada comigo, é melhor eu ir — ela fala indo até minha mãe

— Tudo bem então, vem aqui mais vezes, você será mais que bem vinda — minha mãe fala e elas se abraçam

— Pode deixar — a Gaby fala

— Phelipe leva ela até o portão — minha mãe manda

— O que ?! Por que ? — eu pergunto

— Porque sim, eu vou guardar as coisas aqui, o que custa ?

A Dona Regina vai ir além com esse seu planinho infalível, mas é uma pena que não vai dar certo.

— Não é preciso, eu vou sozinha — a Gaby fala

— Não, o Phelipe vai te levar até o seu portão, está tarde, não quero ficar com a consciência pesada se souber que você morreu de uma bala perdida — minha mãe fala

— E eu sou o colete a prova de balas ? — eu pergunto e a Dona Regina me olha com aquela cara de quem quer me esmurrar — Tá, bora logo

A Gaby acena pra minha mãe que mantém um sorriso, nós andamos em silêncio, eu abro o portão da minha casa 

— Podemos fingir que você me levou até em casa — ela fala e eu ignoro

Nós atravessamos a rua, e eu deixo ela em frente a sua casa

— É estranho eu estar te agradecendo por algo mas... valeu — ela fala tirando algumas chaves do bolso

— Fique longe da minha mãe firmeza ? — eu pergunto sem querer arrumar briga mas...

Eu e você (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora