- Gabriela
Eu sabia que não íamos assistir o filme, nós comemos a pipoca, tomamos o suco, e depois ficamos deitados no sofá, conversando.
— O que eles fizeram com você ? Você enfrentou eles ? — eu pergunto acariciando o rosto dele enquanto ele encara o nada, deitado na minha barriga.
— Eu não enfrentei ninguém, eu só forcei um pouco a barra e o Guilherme me bateu, e só consegui bater porque os mosquitinhos dele estavam lá — ele fala
— Mas você com certeza provocou ele — eu falo
— Sabe como é né, eu sou um pouco afrontoso — ele fala
— É perigoso, eles poderiam ter feito algo pior — eu falo
— Que nada! O Guilherme não consegue matar nem um pernilongo — ele fala
— Não estou falando do Guilherme, você sabe que existem pessoas mais perigosas por lá — eu falo
— É eu sei, mas vamos mudar de assunto, já que eu não vou mais aparecer por lá. O que você pensa quando se fala de futuro ? — ele pergunta
— Quando se fala de futuro, eu penso em eu já formada em arquitetura, com um ótimo emprego nessa área, casada, com vários animais em casa... — eu dou risada — Um marido engenheiro, talvez um filho, ou dois, e me imagino morando na praia pra ouvir o som do mar bem longe da cidade grande — eu falo
— Ui, quem será esse marido engenheiro ? — ele ri abraçando minha cintura, continuando deitado na minha barriga — Eu me imagino sendo seu marido engenheiro, brincando com nosso filho no quintal de casa enquanto você coloca nossa filhinha pra dormir, imagino a dona Regina chegando pra levar os netinhos nos deixando sozinhos em casa... — ele faz uma cara de safado
— E eu aproveitar esse tempo para descansar, porque cuidar de dois filhos e de um marido é muito cansativo — eu falo e ele ri
— Eu quem vou cuidar de você — ele fala
— Não cuida nem de si mesmo, olha esse nariz — eu aponto pro nariz dele que já voltou a sangrar — Enfia papel aí dentro — eu falo e ele se levanta de cima de mim
Eu me levanto do sofá
— Onde você vai ? — ele pergunta
— Pegar os negócios pra curar esse nariz — eu falo indo até meu quarto
Eu pego uma maletinha de remédios de dentro do guarda roupa e volto pra sala, encontrando ele deitado no sofá
— Senta! — eu falo e ele senta no sofá naquela preguiça
— Vai doer ? — ele pergunta e eu não respondo, porque eu sei que vai.
Eu pego um algodão e coloco o remédio nele.
— Seja delicada, tá dodói — ele fala
— Calma, fica quieto — eu falo
Eu aproximo minha mão do nariz dele e começo a limpar o ferimento com o algodão, eu nem cheguei perto direito e de repente o João gritou um palavrão e deu um tapão na minha mão derrubando tudo.
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Eu e você (Concluído)
RomanceGabriela Santos de Oliveira uma garota carioca e birrenta que sempre faz de tudo pra se proteger e ganhar. Ela vai estudar em São Paulo e acaba trombando com um garoto Paulista totalmente igual a ela, e ao mesmo tempo oposto e por causa disso eles a...