- Gabriela
Eu ajudei a dona Regina com o almoço, enquanto o João Phelipe limpava a casa na força do ódio pois ele foi obrigado por sua mãe.
— Você está bem ? Depois de ontem ? — ela pergunta
— Sim estou, só fiquei preocupada com o João, foi até difícil pegar no sono — eu falo
— Eu nunca tinha o visto daquele jeito, o Phelipe é bravo mas ontem ele estava o próprio satanás! — ela fala e eu dou risada
— Ele realmente estava diferente — eu falo enquanto tempero a carne
— Acho que as coisas se misturaram — ela fala negando com a cabeça
— Como assim ? — eu pergunto
— Você sabe que o João Phelipe passou por muitas coisas quando era criança, ele fazia acompanhamento com uma psicóloga, e ela sempre dizia que tudo aquilo que ele estava passando era demais pra uma criança... — ela fala
— Eu imagino, ver seu próprio pai sendo baleado na sua frente é demais até pra um adulto — eu falo
— Mas não foi só por isso que ele passou, também teve o processo da adoção dele, mas graças a Deus o João não liga muito pra isso, ele nunca ligou pelo o fato dele ser adotado — ela fala
— Que bom né — eu falo
— Mas ele foi muito prejudicado, eu tinha medo dele crescer com algum trauma, mas como a psicóloga tinha dito, ele cresceu com um trauma um pouco diferente, ele guarda tudo pra ele — ela fala
— É complicado — eu falo
— Ele ainda está em acompanhamento com a psicóloga — ela sussurra
— Como assim ? — eu pergunto
— Phelipe não gosta disso, mas eu quero muito que ele converse com ela, ele tem mania de guardar tudo pra ele, por isso ele é assim — ela fala
— Então a senhora está fazendo isso sem ele saber ? — eu pergunto
— É o jeito, ele é orgulhoso, acha que não precisa de ajuda pra nada, por favor, não conta pra ele — ela fala
— Sogra, eu não quero esconder nada dele — eu falo
— Por favor, você sabe como o Phelipe é, ele nunca aceitaria isso, eu sei que eu não deveria ter te contado mas as vezes as coisas escapam — ela fala
Eu suspiro.
— Tudo bem, eu não vou contar — eu falo
— Contar o que ? — o João entra na cozinha
Eu olho pra dona Regina que disfarça na hora.
— Contar o segredo da comida maravilhosa da sua mãe, pros meus pais — eu minto.
Eu odeio ter que mentir, eu queria voltar no tempo e tampar meus ouvidos.
— Ata, pensei que dona Regina já estava te contando segredos contra mim — ele fala vindo por trás de mim dando selinhos no meu pescoço.
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Eu e você (Concluído)
RomanceGabriela Santos de Oliveira uma garota carioca e birrenta que sempre faz de tudo pra se proteger e ganhar. Ela vai estudar em São Paulo e acaba trombando com um garoto Paulista totalmente igual a ela, e ao mesmo tempo oposto e por causa disso eles a...