A Bailarina [CHAENNIE]

Ep. 22

Depois que a aula acabou naquele dia, Jennie foi direto para o estúdio de balé. Pretendia falar com Rosé, ver se o humor dela havia melhorado e talvez ela mudasse de ideia sobre o namoro das duas.

Quando chegou ao estúdio, ela se escorou na porta a procura dela, para sua surpresa ela não se encontrava lá.

— Nem adianta procurar, ela não tá aqui — lisa disse sorrindo para jennie.

— Ela voltou à aula? — jennie ergueu a sobrancelha, aquilo era estranho.

— Eu falei com ela ontem, e ela disse que não vinha.

— Acha que ela tá doente ou algo do tipo? — pergunta preocupada.

— Não. Na verdade, ela disse que desistiu do balé, não vai mais fazer aulas aqui.

— Desistiu do balé!? — jennie quase gritou — Como é?

— Você não é namorada dela? — diz confusa — Achei que sabia disso.

Lisa esperou que Jennie dissesse alguma coisa, mas ela apenas deu as costas e saiu andando para longe, ela não precisava perguntar para saber aonde Jennie iria.

Em questão de alguns minutos, Jennie estava parada na porta da casa de Rosé. Sabia que provavelmente não ficaria feliz com a presença, mas ela não se importava. Então, tocou a campanhia. E Rosé não demorou muito para abrir a porta, Jennie ficou calado olhando para ela e conteve um suspiro, estava tão linda.

— O que você faz aqui? — perguntou, era óbvio que rosé sabia que era a jennie.

— Que história é essa de que você desistiu do balé? — perguntou sem enrolação.

— Isso não é da sua conta — ia fechar a porta, mas jennie se pos na sua frente, a parando.

— Escuta, eu sei que você terminou comigo, mas ainda podemos ser amigas, não é?

Rosé suspirou com impaciência.

— Sim.

— Então, como sua amiga, eu tenho o direito de perguntar. Por que desistiu do Balé?

— Isso não é óbvio? — rosé questionou irritada.

Bom, pelo tom de voz dela, estava bem claro o que poderia ser. Mas Jennie não consegui entender como ela podia simplesmente desistir assim, era ridículo. Aquele era o sonho dela.

— Por que desistiu? — insistiu.

— Porque estou cansada, o balé é perda de tempo.

— Como perda de tempo? O balé é a coisa que mais te alegra.

— Eu sou cega e estou perdendo meu tempo achando que vou conseguir chegar há algum lugar com isso. Já quebrei minha cara muitas vezes em pouco tempo, eu simplesmente cansei.

— Para de ficar repetindo que você é cega, isso não quer dizer nada. Está cometendo um erro.

— Mais uma vez, isso não é da sua conta — rosé tentou fechar a porta de novo, mas jennie não permitiu.

— Rosie, por favor...

Rosé não queria ser grossa com Jennie. Afinal de contas, ela não fez nada de errado. Mas de outro jeito, Jennie simplesmente não desistiria.

Um dos problemas de Jennie, pelo menos para Rosé, era o fato dela ser extremamente insistente.

— Jennie, eu não tenho tempo para isso agora, tenho um compromisso.

— Que compromisso?

Rosé apenas ficou séria. Certo, aquilo queria dizer: não é da sua conta.

— Curiosidade de amiga! — sorriu de lado.

— Vou ver minha tia.

— Por que? — jennie insistiu — Ela não veio aqui anteontem?

— Ela está pretendendo voltar a morar em Nova York — diz, mesmo que encontra à vontade — E eu vou ter que ir junto.

O sorriso de Jennie sumiu. Rosé iria embora da cidade? Ela não podia ir assim, deixá-la daquele jeito.

— Você vai se mudar? — ela não fez questão de esconder a sua indignação.

— Ainda não é certo, mas se minha tia for, eu vou com certeza.

— Você não pode ficar?

— Não posso ficar sozinha, Jennie. Caso não tenha notado, eu sou cega — respondeu de forma grosseira — sei que me vê como independente e que não preciso de ninguém, mas não é bem assim. Ela é minha única família.

— Mas Rosé...

— Eu tenho que ir agora, me dá licença.

Ela não deixou que Jennie terminasse, apenas fechou a porta. Sim, Rosé havia batido a porta na cara dela.

Jennie não podia acreditar naquilo. Primeiro Rosé terminava com ela, e agora ia embora? Ela não ia permitir que isso acontecesse, não ia abrir mão dela. Não sem motivo.

Quando Jennie chegou em casa, Joy estava lá em sua espera.

— Hey girl — joy sorriu — Falou com a Rosé?

— Ela vai se mudar — jennie diz, com tom de voz já sem vida.

— Mudar? Pra onde? — quis saber.

— Nova York. A tia dela vai embora e ela tem que ir junto, já que é a única família que ela tem. Ela vai me deixar.

— Bom, Nova York não é tão longe daqui — joy tentou encorajá-la.

— É longe o bastante — fechou a cara.

— Quando ela pretendia ir para Paris, estudar lá, você deu o maior apoio, agora que ela vai mudar para a cidade vizinha você fica histérica? — joy riu.

— Eu não tinha pensado por esse lado — confessou — Eu só queria que ela realizasse o sonho dela, mas agora é diferente. Ela terminou comigo e vai embora. Pode ser que eu não a veja mais.

Joy não soube bem o que dizer para amiga, nunca viu ela tão envolvida com alguém. Se Rosé fosse embora, Jennie não seria mais a mesma. Já não era faz tempo.

— Você não vai desistir dela, né? — hoy questionou.

— O que?

— Sabe, se ela terminasse porque não te aguentava mais, aí eu mandava você partir para outra — explicou — Mas ela te ama e só terminou contigo com medo de se magoar e te magoar também.

— É, eu sei disso.

— Então, vai lá e prova para ela que você a ama. Mostra para ela que essa ideia que ela colocou na cabeça é totalmente estúpida, você pode fazer isso garota — joy sorriu — Você é Jennie Ruby Jane Kim.

Jennie sorriu para a amiga. Era isso mesmo, ela era a JENNIE e nunca desistiria.

— Você tem razão, Joy! Não vou deixar ela escapar de mim.

— É, agora diga que me ama — joy diz com uma cara convencida.

Jennie levantou do sofá aonde estava sentada e pulou em cima de Joy, que estava deitada em outro sofá. A abraçou e deu uma mordida na bochecha dela, tudo isso em meio a gargalhadas. Sabia que se ficasse ali, Joy a bateria, então saiu correndo pela casa.

— Eca, Jennie sua sapata, não faz isso viada — joy gritou levantando do sofá e indo correndo atrás de jennie com uma almofada na mão.

Jennie nunca abriria mão de sua vida desse jeito. Sim. Rosé era a vida dela e nada mais importava.