Ep. 30

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Rosé e Jennie estavam sentadas na sala da casa de Rosé, abraçadas, conversando e namorando. Nessa semana de férias de Rosé, elas decidiram não falar sobre o retorno dela para Paris, queriam apenas aproveitar ao máximo os momentos juntas.

— Rosie, posso te perguntar uma coisa?

— Claro, amor, o que quiser — sorriu.

— Você já pensou em fazer uma cirurgia para poder enxergar?

— Já — ela assentiu.

— E?

— Para falar a verdade, esse foi outro dos motivos pelo qual eu fiquei sem te dar notícias.

— Como assim?

— Eu fui a um médico em Paris — rosé confessou — Fazer uns exames de vista, saber qual é a gravidade do meu problema, se eu poderia fazer uma cirurgia para poder enxergar.

— Sério? — jennie sorriu animada — E o que o médico disse?

Rosé suspirou, fechando os olhos. Ela um dia prometeu a si mesma que não criaria esperança sobre poder enxergar, afinal, tinha se acostumado a sua realidade. Mas estando em Paris, um lugar desconhecido e que já ouviu falar que era tão bonito, ela simplesmente não conseguiu evitar.

— Ele disse que eu nunca vou poder ver.

— O quê? — o sorriso de jennie sumiu imediatamente.

— O meu problema é grave, sempre foi, afinal, eu nasci assim — deu nos ombros — Ele disse que talvez se eu tivesse ido procurar o médico antes, talvez eu tivesse a chance de ver, mas agora é impossível.

— Eu sinto muito, Rosie — jennie não soube o que dizer.

— Tudo bem — rosé sorriu de lado — Eu no fundo sabia que seria assim. Nunca criei muitas esperanças sobre poder enxergar, mas eu devia essa tentativa a mim mesma, sabe?

— Não pensa em consultar outro médico? Uma segunda opinião?

— Não. Eu não quero isso. Seria mentira da minha parte dizer que eu não quero ver, eu sempre quis, mas eu já me acostumei a ser assim e sinceramente não me incomoda. Não é como se eu fosse sentir falta, é uma coisa que eu nunca tive.

Jennie estava triste por isso. Ela sinceramente esperava que talvez um dia Rosé poderia ver.

— Eu gostaria de poder enxergar o mundo aonde vivo, mas o que realmente me incomoda é que nunca vou poder olhar para você.

— Nunca entendi como pode amar alguém que nunca viu — jennie confessou.

— Para se amar alguém, não é preciso enxergá-la, apenas senti-la, já te disse — rosé sussurrou, escorando sua testa na de jennie — E eu gosto muito do que sinto.

Jennie sorriu, a beijando docemente. Como poderia deixá-la partir de novo? Como poderia deixá-la sozinha no escuro?

— Então você está mesmo bem com isso? — jennie pergunta.

— Eu vou sobreviver. Tenho tudo o que preciso bem aqui. E sabe de uma coisa?

— O quê?

— Talvez, se eu pudesse enxergar como todo mundo, eu poderia ter sido uma pessoa diferente — comentou — E eu gosto de quem eu sou.

— É. Eu gosto muito também — sorriu.

Jennie a deitou com cuidado no sofá e a beijou.

Era um beijo calmo, sem segundas intenções, mas quando se deram conta, já estavam totalmente ofegantes. Suas mãos passavam pelo corpo uma da outra sem restrições. Jennie estava sobre Rosé, beijando toda a extensão de seu pescoço, as mãos apertando sua cintura por baixo da blusa. Rosé agora já não tinha mais medo e nem vergonha quando estava com Jennie, confiava nela plenamente e sabia que ela nunca a machucaria.

A Bailarina [CHAENNIE]Onde histórias criam vida. Descubra agora