Ep. 25

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Jennie caminhou tranquilamente pelos corredores da escola até chegar ao estúdio de balé.

Rosé estava lá como sempre, sozinha, dançando perfeitamente como um anjo.

Jennie sorriu e ficou escorada na porta a observando. Sua vontade era de correr até lá e beijá-la, mas faria as coisas com calma. Seu plano para reconquistar a confiança dela já estava em ação.

— Vai ficar ai parada ou vai entrar e me perturbar como sempre? — rosé perguntou, ainda dançando.

— Eu estava pensando em ficar aqui quieta, mas já que quer que eu te perturbe... Ótimo! — riu e entrou no estúdio.

Rosé parou de dançar e ficou quieta, ouvindo o som dos passos de Jennie: dez, até que alcançasse a cadeira e então se sentasse nela. Jennie sorriu. Sabia que Rosé estava ouvindo o que ela fazia.

— Então, falou com sua tia? — perguntou curiosa.

— Sim — respondeu simples, brincando com a curiosidade dela.

— E? — jennie insistiu.

— Ela disse que vai pensar — deu nos ombros — Ela não está certa de que me deixar aqui, sem vigilância, é uma boa ideia. Eu apresentei a Lisa, minha tia a adorou, mas mesmo assim ela tem receios.

— Diga a ela que não há porque de preocupar. Lisa e eu cuidaremos de você — sorriu.

— Ah, claro. Se eu disser que você vai cuidar de mim, ai mesmo que ela não me deixa ficar — riu.

— Por que? — franziu o cenho

— Ela não gosta muito de você, Jennie. Ela acha que você só quer se aproveitar de mim.

— Que absurdo — resmungou.

Rosé riu da frustração na voz dela e entendia a preocupação de sua tia. Ela tinha medo de que tentassem se aproveitar da sua aparente inocência e de sua cegueira. Rosé também sabia que com Jennie não era assim. Ela se importava com ela de verdade, se não, não estaria ali.

— Também mostrei a casa para Lisa — diz rosé — E ela adorou.

— Eu sabia — sorriu.

— Agora ela vai falar com os pais e disse que eles vão querer me conhecer.

— Eles são super gente boa, vão adorar você, afinal, quem não adora? — brincou.

— Sem bajulação, Jennie — pediu.

— Desculpa — riu — Mas eu vou ficar torcendo para que você fique.

Se Rosé ficasse na cidade, sua ideia de esquecer Jennie e se afastar dela não daria certo. Enquanto ela estivesse por perto, Jennie não desistiria.

Mas no fundo, Rosé não queria que ela desistisse, queria tê-la por perto. Eram sentimentos contrários e ela sabia que não podia ter os dois.

Essa historia de serem apenas amigas nunca daria certo, porque Rosé nunca ia deixar de amá-la e toda vez que Jennie estivesse perto, ela ficaria como agora: o coração batendo forte no peito, a estranha vontade de correr pros braços dela.

— Rosé? — jennie chamou quando ela ficou quieta por muito tempo — Ta tudo bem?

— Tá sim — forçou um sorriso.

— Quer que eu saia para você voltar a ensaiar?

— Não precisa — ela afirmou — Gosto quando você está aqui.

Jennie sorriu satisfeita e se levantou da cadeira.

— Precisa de ajuda? — sugeriu.

— Seria legal — rosé sorriu — Você tem certeza que não quer virar bailarina?

— Deus me livre — fez careta — Eu nunca conseguiria fazer o que você faz.

— Seria divertido tentar, e aposto que você ficaria linda com a roupa de bailarina — diz rindo.

— Por que não dançamos? — perguntou mudando de assunto.

Jennie colocou a música desde o começo e foi até Rosé. Ela ainda ria da irritação dela. Só de imaginar ficar na ponta dos pés, já sentiu todo o corpo doer, mas logo ela esqueceu de tudo e passou a se concentrar apenas em Rosé.

Elas se divertiram ensaiando juntas. Era como antigamente, quando elas eram apenas boas amigas, quando Jennie tentava apenas ser gentil.

— Ainda lembra de como é o salto? — perguntou um tempo depois.

— Lembro sim.

— Ótimo — rosé sorriu — E vê se não vai me deixar cair.

— Nunca! — garantiu.

Ela assentiu e se preparou para fazer o salto, respirando fundo. Mais uma vez, foi feito com perfeição. Jennie a segurou no momento certo, a mantendo no ar por um instante e logo em seguida, a pondo de volta no chão.

Jennie a manteve perto de seu corpo, as mãos pousadas em sua cintura fina, as respirações das duas se misturaram e Jennie pode ouvir o coração de Rosé bater depressa.

— Foi perfeito — jennie sussurou.

— Obrigada — rosé respondeu séria.

Ela mantinha os olhos abertos. Parecia um pouco assustada com a repentina a proximidade entre as duas, e odiava profundamente o fato de não poder olhar para Jennie naquele instante.

Jennie sorriu enquanto olhava para ela. Tão delicada, frágil e linda. Queria muito beijá-la naquele instante, mas havia prometido para si mesma que respeitaria o espaço dela.

— Que tentar de novo? — jennie perguntou.

— Não — respondeu com a voz fraca — Está bom por hoje.

Jennie chegou com o rosto um pouco mais perto dela, perfeitamente consciente de como a deixava confusa. Ela passou delicadamente seu nariz pelo rosto dela, acariciando, sentindo seu perfume. Rosé fechou os olhos automaticamente e sem perceber, estava se inclinando na direção de Jennie, seus lábios quase se tocando.

— Eu tenho ir embora — jennie sussurrou tirando as mãos dela e se afastando.

Rosé abriu os olhos novamente atormentada, confusa. Parecia difícil de dizer onde estava, não sabia nem mesmo qual era o seu nome. Era o efeito que Jennie causava nela.

— Até mais, Rosie! — sorriu.

— Tudo bem — responde um pouco decepcionada.

Jennie então caminhou para fora do estúdio, mas não saiu. Ficou parada na porta a olhando enquanto ela tentava se recompor. Rosé até tentava voltar a dançar, mas já não tinha força nas pernas. Estava sem equilíbrio, então apenas desistiu. Jennie riu silenciosamente. Não ia demorar para que ela mudasse de ideia.

[...]

No caminho para casa, Jennie se viu seguindo para casa de Joy. Precisava falar com alguém. Ao chegar, tocou a campainhia, que foi atendida pela própria.

— Oi, sapata linda que eu mais amo — diz toda sorridente.

— Já falei para não me chamar assim —  jennie diz fechando a cara — Sapata é a sua vovózinha.

— Tanto faz — revirou os olhos — Enfim, estava mesmo te procurando.

— O que foi?

— Sabe aqueles jurados que avaliaram o teste de balé da Rosé? — questionou — Estão na escola da minha irmã.

— Sério? — jennie sorriu de lado — Acabei de ter uma ideia.

— Eu devo perguntar o que é?

— Não. Você deve vir comigo e descobrir. Anda logo! — a puxou pelo braço.

— Tá. Não tenho nada melhor para fazer mesmo — deus nos ombros.

As duas seguiram juntas até a escola. Jennie tinha que fazer uma coisa. Com sorte, algo que mudaria toda aquela situação.

A Bailarina [CHAENNIE]Onde histórias criam vida. Descubra agora