Ep.9

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Jennie estava no estúdio de balé, sentada na mesa do canto. As aulas do dia haviam acabado e ela agora esperava pela chegada de Rosé.

Sentia uma ansiedade crescente conforme ela demorava, era uma sensação irritante, a sensação de que lhe faltava uma parte, até que ela entrasse pela porta.

Seu celular começou a vibrar no bolso pela milésima vez no dia, suas amigas e irmãos a convidando para sair. Sabia que andava deixando eles de lado, mas não conseguia se conter, os seus amigos teriam que esperar. Quando olhou para o lado, lá estava ela, linda, com sua roupa de bailarina, atravessando o salão do estúdio.

— Parece que alguém chegou mais cedo hoje — rosé comentou enquanto se aproximava dela.

— Como sabe que eu tô aqui? — perguntou um pouco indignada, rosé riu percebendo a frustração na voz de jennie.

— Seu perfume, senti de longe.

— Aff — revirou os olhos — Eu vou mudar de perfume.

— Não vai adiantar — largou suas coisas em cima da cadeira — Eu vou saber que é você de qualquer jeito.

— Ah é? Como pode? — jennie questionou.

Rosé pretendia dizer a ela que toda vez que passava pela aquela porta sentia uma presença, e toda vez sentia seu coração disparar no peito, como se fosse um aviso de que ela estava por perto, mas não podia dizer isso.

Pequena observação: Rosé gostava de estar perto de Jennie, até mais do que ela mesma admitia.

— Já falei, eu ouço muito bem.

— E o que isso tem a ver? Eu nem sempre faço barulho.

— Eu conheço o som dos seus passos, o jeito como você anda e o barulho do seu tênis no chão. Tudo tem um som próprio. E tem também... — rosé hesitou em falar.

— O que? — perguntou curiosa.

— O som do seu coração — ela sussurou
°(N/A: que gay!)

— Como assim?

— Ele bate de forma ansiosa enquanto você me espera — ela explicou — Então se acelera quando você me ver e depois se acalma conforme vamos conversando.

Era a pura verdade, e um tanto constrangedor também. Rosé não podia olhar para ela, mas podia ouvir tudo.
Inclusive, seu próprio coração se comportando mal.

— Seu coração está acelerado agora — comentou e jennie abaixou a cabeça.

— Conversar com você é algo meio constrangedor.

— Por que?

— Bom, você não pode ver a minha cara de idiota, mas pode me ouvir.

— E o que tem isso?

— Você pode ouvir as besteiras que eu falo, e acredite ou não, a maioria dos meus micos acontecem quando eu abro a boca.

— Eu já percebi isso. — rosé riu.

Ela se sentou na cadeira ainda rindo e começou a calçar as sapatilhas. Jennie ficou a olhando por breves segundos.

— Não sei porque, mas não consigo dizer nada inteligente quando estou com você — jennie confessou — Fico sem saber o que dizer.

O sorriso dela se tornou um pouco tímido.

— Eu costumo intimidar as pessoas, geralmente eles ficam sem saber o que dizer com medo de me magoar.

— Não é disso que se trata, eu só...ah, esquece.

Jennie não sabia porque estava dizendo aquilo para ela. Na verdade, era mais uma prova de como ficava incoerente na sua presença. Sem saber como agir, o que falar, como falar. Rosé estava a deixando maluca.

A Bailarina [CHAENNIE]Onde histórias criam vida. Descubra agora