Ep. 23

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Aquele dia, Jennie não foi para a escola.
Assim que saiu de casa, se viu seguindo um caminho diferente.

Estava impaciente quando tocou a campainha da casa de Rosé e mais ainda quando ela abriu a porta, com uma expressão nada amigável em seu rosto quando descobriu quem era. Novamente, sem que Jennie precisasse dizer nada.

— O que faz aqui? — rosé questionou.

— Vim falar com você — respondeu calmamente.

— Não devia estar na escola?

— Eu matei aula — deu nos ombros — Se você pode desistir das suas aulas, eu também posso desistir das minhas.

Antes que Rosé tivesse a chance de demonstrar a sua descrença, Jennie já estava entrando na casa e sentando no sofá sem ser convidada. Rosé fechou a porta e foi até ela, sem entender o que estava havendo. Ela realmente não desistia nunca?

— O que pensa que está fazendo?

— Vim aqui falar com você e não vou embora até te convencer a voltar para as aulas.

— Bom, está perdendo o seu tempo — ela garantiu.

— Parece que vou ficar aqui muito tempo então — sorriu de lado.

— Jennie, isso não tem graça — fechou a cara.

— Não é piada.

Rosé cruzou os braços com impaciência. Ela queria poder ver o rosto de Jennie. Talvez se pudesse olhar ela nos olhos e dizer que queria que ela fosse embora, aí talvez ela acreditasse. Mas então se lembrou, que se ela pudesse ver, não precisaria mandá-la embora, pois elas seriam iguais.

— Olha, quem decide o que faço ou não da minha vida, sou eu — rosé diz — Você não tem mais nada a ver com isso!

— Bom, como sua amiga, eu tenho que discordar — jennie se levantou ficando cara a cara com ela — Os amigos se preocupam e se importam um com o outro, e geralmente tentam impedir que faça uma besteira.

— E se eu não quiser que você seja mais minha amiga? — desafiou.

— Você pode terminar com sua namorada, mas não pode simplesmente terminar uma amizade. Não pode impedir de eu me preocupar com você.

— Não há motivos para preocupação — diz irritada — Eu estou bem, nunca estive melhor.

— É mentira, eu conheço você.

— Não — discordou — Você pensa que conhece.

— Rosé... — jennie segurou os braços dela.

Rosé tentou se esquivar do toque dela, mas não conseguiu. Jennie a segurou pelos braços, mas não para machucar, apenas para que ela não fugisse e lhe ouvisse.

— Sei que ganhar aquela bolsa de estudos era muito importante para você. Sei que foi difícil perder, mas não pode desistir de tudo por causa disso. Não pode deixar que uma perda te desanime.

— Uma? — rosé sorriu de lado, deixando uma lágrima cair — Não foi uma Jennie, foram quatro. Quatro vezes que eu tentei e nas quatro perdi porque sou cega.

— Aqueles jurados eram preconceituosos, não pode pensar que todos são assim. Sei que em algum lugar, tem alguém que vai reconhecer o seu talento.

— Aonde? — ela questionou — Quando? Eu não posso mais fazer isso. Estou tão cansada de sempre quebrar a cara, de me sentir tão inútil.

— Você não é inútil — jennie acariciou o rosto dela — Você ajuda aquelas crianças da instituição, dá para elas um pouco de esperança, de carinho. Você é tão boa com as pessoas e as encanta com sua dança. Você é especial.

A Bailarina [CHAENNIE]Onde histórias criam vida. Descubra agora