Gente, desculpa se tiver erros. Essa é minha primeira história e eu espero muito que gostem.
(...)
Maya Stella
As vezes é preciso saber nosso tempo de amadurecer.
Eu tinha apenas cinco anos quando eu vi meu pai assassinar minha mãe depois de violar seu corpo, lhe deixando marcas e sangramentos internos depois de um estupro. Ele fez de proposito ao me deixar no mesmo quarto, enquanto tirava a vida dela com facadas, eu gritei, mas não foi suficiente, quanto mais eu gritava para ele parar, mas ele sorria diabólico e a esfaqueava. Para uma criança tão pequena, talvez você consiga imaginar o quanto traumático foi ver o homem que deveria ser meu porto seguro matar minha própria mãe bem na minha frente. Eu ainda pude ver uma última lágrima cair do seu olho antes de dá o seu último suspiro.
Antes disso as coisas já não eram muito boas. Ele sempre foi um homem agressivo, e, alcoólatra. Depois do trauma desenvolvido eu esqueci de muita coisa da minha infância, mas eu ainda acordo assustada depois de ter tido um pesadelo envolvendo aquele homem, e ele sempre aparece no meu sono sorrindo diabolicamente. Quantas noites eu já não acordei assustada e chorando compulsivamente, olho pros lados e me sinto sozinha, então me pego abraçando meus próprios joelhos em busca de algum conforto. Eu queria ao menos uma vez me sentir em paz com meu próprio eu do passado, acolhida. Mas, tudo sempre volta quando tudo o que eu mais desejo é esquecer.
Eu conseguir me livrar dele dois anos depois de o ver assassinar minha mãe. Esses dois anos da minha vida é um branco já que o trauma me fez esquecer, minha melhor amiga diz que isso é consequência do trauma. A mãe dela é psicanalista, então ela entende um pouco desse assunto de psicanalise. O que me assusta em não lembrar é que muita coisa pode ter acontecido nesses anos que não lembro.
A policia acabou descobrindo que ele foi o responsável pela morte da mulher encontrada morta dentro de um galpão abandonado dois anos antes dele ser preso. Como ele havia deformado todos os seus membros, foi difícil a perícia descobrir de quem se tratava o corpo. Aos sete anos eu vi meu pai sendo preso pela morte da minha mãe, as vezes ainda consigo escultar os sons das sirenes no fundo da minha cabeça. Eu não sentir nada ao vê-lo sendo levado, pra uma criança tão pequena, talvez você consiga imaginar sobre o que estou dizendo. Qualquer criança no meu lugar estaria assustada com tantos policiais e detetives dentro de sua casa, enquanto tudo tinha virado um caos total e eu não passava de uma criança.
Naquele momento eu percebi que fui forçada a crescer.
Logo após esse ocorrido, tive que ir morar com meus avós materno. Eu achei que as coisas tivessem melhorado, que então eu seria uma criança igual as outras. Entretanto, era só uma grande ilusão de alguém que ainda sonhava. Pra uma criança, acho que você deve imaginar como é crescer rápido demais mentalmente, enquanto permanece em um corpo de criança. As crianças brincavam lá fora de bola, pega pega, bolinha de gude e de esconder, enquanto eu as olhava pela janela quando estava limpando os moveis e deixando a casa limpa para não apanhar dos meus avós. Eu não frequentei a escola por um bom tempo, mas sabia ler e escrever muito bem pra alguém como eu, meu avô dizia que tudo bem ter uma neta imprestável, mas uma neta burra já era demais. Todos os dias depois que eu deixava o trabalho de arrumar a casa eu o encontrava na pequena biblioteca da casa para que ele me ensinasse. Tudo bem que as vezes ele usava a tão famosa palmatoria quando eu errava algo, mas pelo menos ele me ensinava e eu fazia tudo possível para não errar. Eu só não entendia o porquê ele não me colocava na escola como alguém da minha idade. Ele me ensinou muita coisa que eu com certeza não aprenderia na escola. Aos dez anos eu estava aprendendo sobre empreendedorismo, educação financeira, administração e qualquer assunto que alguém da minha idade acharia chato e entediante, mas eu fui obrigada a aprender. Eu conseguia responder um calculo avançado muito rápido e fazer coisas duvidosas para alguém com tão pouca idade. Minha avó me ensinou culinária, mas a razão por traz disso foi unicamente me deixar responsável pela refeição diária da casa. Quando não estava bom eu era chamada mais uma vez de imprestável.
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Doce Inocência
Non-FictionMaya Stella foi uma criança que teve que crescer rápido demais mentalmente após ver seu pai assassinar sua mãe aos cinco ano de idade. Se achava uma mini adulta com pensamentos avançados para alguém tão pequeno. Quando conheceu Ellie, uma garota do...