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Tenham uma boa leitura e não se esqueçam de comentar...

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Maya Stella Liens Klinhom

O jatinho decolou minutos depois de estamos dentro dele. A única coisa que me lembro antes de sentir meu coração acelerar pelo medo, foi da mamãe segurando minha mão e falando que estava tudo bem. Mas pra mim não estava nada bem. Eu nunca voei de avião, isso era novo pra mim, e, a sensação era tão estranha quando ele começava a subir pro céu que tive a impressão que estávamos ultrapassando os limites até o além. Talvez eu esteja exagerando, eu só queria está no colo da mamãe enquanto ele subia, mas infelizmente precisávamos ficar com o sinto até que o jatinho estivesse no ar.

A mão da mamãe era macia enquanto fazia um carinho para me passar conforto, acho que em meio a isso tudo ela percebeu que estava aterrorizada. Meus olhos denunciaram isso.

Quando já no ar, o tio Joseph foi o primeiro a tirar o cinto de segurança da sua poltrona e vim até a mim. Observei atenta ele se abaixar para seu rosto ficar rente ao meu, me lançando um sorriso amigável antes de desafivelar meu sinto.

— Prontinho, estamos no ar bebê. — Ele diz. — Você está bem?

Assinto com a cabeça.

— Logo mais irá anoitecer, irei preparar a cama do jatinho para você poder dormir.

Me levanto da poltrona e vou em direção da mamãe que também já está fora com o sinto desafivelado. Sem falar nada, me sento em seu colo com uma perna de cada lado e sinto seus grandes braços me acolher. Coloco meu rosto sobre seu peito coberto e começo a chorar. Eu não tinha sentido seu cheirinho de lar desde a noite anterior, quando saímos da casa do tio Carter e da titia Clair em nossa despedida. E eu nem sabia ao certo o porquê ao sentir seu cheiro me veio a vontade repetina de chorar, mas, de repente tudo começou a fazer sentindo. As coisas mudariam tão drasticamente que eu estava com medo dessas mudanças.

A mamãe apenas me apertou mais, como se sentisse o que estava sentindo. Eu não precisava de palavras, meu choro já dizia por si só. Eu estaria tão longe de onde um dia chamei de casa.

E, mesmo não querendo pensar sobre tudo isso. Consequentemente talvez demoraria a rever a Ellie. Eu tenho que admitir que eu amava, e não só amorosamente. Ela era minha melhor amiga, ela quem esteve lá quando mais precisei de colo. E infelizmente ela não estava no jantar de despedida na casa de seus pais.

Dizer um tchau, ou até logo não custaria nada. Até porque é de se esperar que nos reencontraremos por aí em um dos jantares na casa dos Liens mais velhos. Ou seja, dos nosso avós.

Talvez tenha sido melhor assim, eu já chorei demais ao se despedir da Rebeca na escola.

(...)

De repente o frio de Minessota virou o frio de Londres e a noite virou dia.

Eu não sei que horas pousamos, mas quando acordei eu estava deitada no colo do tio Joseph enquanto tinha a mamãe ao nosso lado. Talvez eu tenha perdido a parte em que desembarcamos.

Olhei pra cima e notei que estávamos em um carro, o cheiro de couro novo junto com ar quente do automóvel. A mamãe mexia no celular enquanto o tio Joseph olhava distraído a janela lá fora.

Se o tio Joseph está me segurando, quem está dirigindo?

Olhei pra frente e pude notar um cara meio forte e de terno. Não conseguia ver seu rosto, mas na sua cabeça continha um quepe chapéu militar preto. E nas suas mãos luvas. Julgo dizer que ele era o motorista particular, mas ele parecia ser tão mais sério que o John, motorista da casa da Ellie.

Doce InocênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora