Narrador
Maya encarava aquele objeto mediano com a tampa transparente em cima da mesa de estudos a alguns minutos incontáveis. Tinha alguns desenhos em cores pastéis que iam de florzinhas até animais. Seus olhos estavam indecifráveis e nem ela sabia dizer o que estava sentindo naquele momento. Pela primeira vez Ellie viu uma Maya sem palavras para descrever o que sentia, mesmo que mínimo.
- O que você achou? - A ruiva perguntou atrás da menor sentada na cadeira. Maya piscou lentamente.
- Por que ela me deu isso? - Perguntou sem desviar sua atenção do objeto.
- Ora, Maymay. Eu sei que lá no fundo você quer isso.
A pequena imediatamente virou em direção a mais velha e a olhou como se fosse um monstro de sete cabeças.
- Eu não quero uma mamadeira, Ellie. Em que momento você é sua mãe acharam que eu precisava de uma? Por Deus, não é porque eu gosto de tomar leite no copo de canudo que eu vá querer uma mamadeira. - Falou indignada.
Gostava do cuidado que tinha naquela casa, mas ainda era difícil aceitar que tinha infantilismo, e agora tinha ganhadouma mamadeira, era sem explicação. Achava isso bizarro.
- Stella. - disse a Ellie seriamente, virando a cadeira da menor para que ela lhe olhasse de frente de uma vez.
Quase nunca se referia a Maya como Stella, só quando queria falar sério. Ellie inclinou um pouco para deixar seu rosto bem próxima da menor e então disse:
- A gente não está te forçando nem achando nada a seu respeito, só estamos fazendo você deixar de reprimir desejos que tem aqui dentro. - Apontou para a cabeça dela antes de continuar. - Tudo bem agir como uma "adulta" que você acha ser, mas quando estiver aqui em casa, eu farei o possível pra te fazer soltar esse lado infantil que você tenta esconder.
- Mas...
- Mas... - Levou sua mão até o queixo da menor e a calou com um selinho. - Eu sou completamente apaixonada por você, e vou amar te ver usando essa mamadeira.
No fundo Maya queria admitir que amou ganhar a mamadeira de presente da Claire. Já tinha uma chupeta que ganhou da Ellie a um tempo, mas não costumava usar muito, por mais que quisesse, sua mente insistia em dizer que era bizarrice demais pra uma pessoa só, então usava só quando sentia medo e inseguranças.
Maya passou a tarde trancada no quarto com a Ellie por está com vergonha dos tios da garota. Não era muito chegada a ficar perto de pessoas desconhecidas, nem reparou muito neles quando foi apresentada.
Na hora do jantar só faltou fazer birra para não descer junto da ruiva, mas perdeu nos argumentos contra a mais velha então foi obrigada a descer.
Os pais da Ellie já conheciam bem a relação entre as duas, então já era comum observar a Ellie tendo um cuidado especial pela Maya. Até mesmo quando a ruiva muitas vezes dava alimento diretamente na boca da menor como uma criança incapaz de fazer por si só.
O jantar ocorreu normal, com a Maya ignorando totalmente a presença das outras duas pessoas. Mas podia sentir o olhar da mulher sobre ela e a Ellie, mas preferiu fingir que não estava vendo.
Só fim do jantar, as duas se despediram dos demais e subiram para o andar de cima novamente. Nita estranhou toda essa movimentação esquisita vindo da Ellie, já que a garota era sempre tão apegada a si e noite passada não se desgrudam pela a saudade, achou que seria igual, mas não foi. Não questionou, talvez fosse apenas por causa da menina adorável ao seu lado.
Mesmo não tendo trocado palavras, se admirou pela criança. Não sabia quantos anos ela tinha, mas era perceptível ser muito mais nova que sua sobrinha. Tinha uma cara muito mais infantil e um corpo menos desenvolvido para alguém de 16 anos.
(...)
Durante a madrugada Nita acordou com seu seio doendo, estava cheio pois não havia retirando o leite desde que pousou na América. Seu seio pesava e o deixava ainda mais dolorido. Olhou pro lado esquerdo da cama e Joseph ressonava baixinho. Ela se levantou na cama com cuidado para não acordar o marido e foi até sua mala para procurar a bombinha para retirar o leite, quando achou foi até o banheiro e começou o procedimento, gemendo de dor por seu peito está muito cheio.
Algum tempo depois colocou o leite retirado dentro de dois recipiente pequeno e tampou para jogar fora. Normalmente ela doava, mas como estava na América não sabia onde fazia isso, então a solução era jogar fora.
Arrumou seu baby doll e arrumou as coisas antes de descer pra cozinha para jogar o leite na pia de lá. Porém, quando estava descendo as escadas encontrou com a Ellie vindo da cozinha com um um copo de água em mãos.
- Acordada a essa hora, Ellie. - Disse divertida para a garota que sorriu sutil.
- Me deu cede e percebi que não havia água no meu quarto. - Diz levantando o copo suficiente para a outra ver. - E você, o que faz acorda as 2:30 da madrugada?
- Acordei com meus seios vazando, tive que retirar o leite. - Diz sutil, também levantando os dois mine recipientes para a a garota ver.
Todos da família Liens sabiam sobre o pequeno incidente com a Nita e o Joseph a respeito do aborto, mas só os mais próximos sabiam que ela não conseguiu parar de lactar depois disso. Umas dessas pessoas era a Ellie.
- O que irá fazer com eles? - aponta com a cabeça para leite.
- Com o leite?
- Sim.
- Ah, irei jogar fora. Normalmente eu os congelo e dou em algum hospital maternidade, mas acho que esses aqui não irão fazer falta. Ultimamente meus seios andam enchendo muito. - Diz meio que dando de ombros. Ellie pensa um pouco e então fala surpreendendo a tailandesa.
- Você me dá esses leites? - Nita franze com a pergunta da mais nova.
- Pra que? - Pergunta meio desconfiada, não conseguia pensar em nada que garota pudesse fazer que envolve leite materno.
- Já ouviu falar em banho de leite? Ouvi dizer que relaxa o bebê. Quero ver se funciona com pessoas mais velhas. - Disse com um sorriso amarelo.
- Ok. - Foi tudo que a Nita disse, entregando os recipiente com o leite para a garota. Estava tão cansada quem nem retrucou. Apenas se despediu da mais nova, deu meia volta e voltou pro quarto.
Ellie olhou aqueles recipientes transparente com o líquido branco e sorriu de lado. Subiu pro andar de cima e observou a Maya dormir com a boca levemente aberta e dedo dentro da boca. Estava em um sono leve, mas mesmo assim não acordou quando a ruiva pegou a mamadeira em cima da escrivaninha e saiu do quarto.
Ellie voltou pra cozinha e esterilizou a mamadeira antes de colocar o leite dos recipientes lá dentro. Não colocou nada além do leite, deixou os recipiente sobre a pia e então subiu de volta pro quarto encontrando a Maya na mesma posição. Tirou o dedo dela de dentro da boca e substituiu pelo bico da mamadeira. Esperou parcialmente alguns segundos até a mais nova começar a sugar a mamadeira, o que fez ela se assustar quando sentiu algo morno tocar sua língua e então abriu os olho imediatamente a tempo de ver a Elllie segurando a mamadeira na sua boca.
- Calma, bebê. É só leite. - A ruiva sussurrou calma. Maya ainda sonolenta apenas fechou os olhos e começou a sugar o bico da mamadeira com vontade. Era morninho e tinha um gostinho bom então apenas se aconchegou mais na Ellie e se deixou levar pelo sono mais uma vez.
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Doce Inocência
Non-FictionMaya Stella foi uma criança que teve que crescer rápido demais mentalmente após ver seu pai assassinar sua mãe aos cinco ano de idade. Se achava uma mini adulta com pensamentos avançados para alguém tão pequeno. Quando conheceu Ellie, uma garota do...