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Hi babys.

Tenham uma boa leitura

(...)

Maya Stella Liens Klinhom

Eu não lembro do meu passado, tenho vagas lembranças de quando tinha cinco anos, e uma delas eu preferia nunca ter vivenciado. Dos seis aos sete anos de idade eu não lembro, parece que minha vida simplesmente deu um salto de tempo. Há uma coisa que não consigo recordar: o que deve ter acontecido nesses anos em que passei com ele antes de descobrirem seu crime e eu ser obrigada a ir morar com meus avôs.

Eu sinceramente entendo o motivo de eu ser assim, que infância eu tive? Nenhuma pra ser sincera! Aos oito anos eu tive que crescer.

Meus avôs me transmitiram ideais perfeccionista, onde eu tinha que ser perfeita em cada ação minha, errar não era tolerável.

Talvez tudo isso fosse um castigo por ter sido uma menina má quando bebê e não ter comido o brócolis que a minha mãe me ofereceu.

As vezes repenso mil vezes antes de fazer algo. Isso seria bom? E se eu não corresse pela varanda? O papai pode se irritar por eu está rindo alto com o Linguado enquanto ele trabalha na mesa de jantar. Ou a mamãe pode me castigar se eu não comer a salada do almoço. Talvez a Marg me chame de inútil por apenas observar ela fazer nosso café da manhã e não ajuda-lá.

Não, veja isso, o papai fechou o computador e veio até mim para brincar de pega pega. E a mamãe não me obrigou a comer a salada porque eu já estou cheia. A Marg me deu o recipiente com um pouco de massa de bolo crua para que eu pudesse raspar e comer. Eu gosto de massa de bolo crua.

Talvez, nesse novo lar eu só possa ser eu, se eu errar serei ensinada novamente, não penso em ser perfeita, no final do dia ainda receberei beijos de boa noite e mamar morninho.

Eu gosto de ser criança!

Lembro do meu primeiro dia de aula, eu tinha 12 anos. Foi recentemente, eu até então nunca havia tido um contato a mais com crianças da minha idade. Viver a vida toda tendo que estudar em casa, isso me fez ter um pouco de dificuldade quanto a interagir com outras pessoas. Eu demorei a fazer amizade com a Mia e a Rebeca. Eu já havia passado por duas escolas diferentes nesses 2 anos.

Hoje seria mais um primeiro dia de aula em uma escola nova. Ansiosa era pouco para o que eu estou sentindo nesse momento enquanto a mamãe arruma meu cabelo. Nervosa, essa é a palavra!

Estou usando um uniforme de padrão preto e azul. Uma saia rodada azul, blusa branca com gravata e suéter. Assim como em Minessota, aqui também usamos sapatilhas e meia cano alto branca. Mas por está frio, tem a opção da meia calça preta.

A mamãe finaliza meu cabelo. Ela fez cachos com o babylis e juntou duas pequenas mechas com o laço azul. Após isso ela vai até a minha penteadeira e retira de lá um gloss e vem até mim para o passar na minha boca. Como uma "adolescente" eu tenho uma penteadeira com todas as maquiagem possíveis, apesar de eu mal saber passar um rímel sem sujar minha pálpebra. Mas a mamãe e o papai diz que não preciso disso, meu rosto já é perfeito do jeito que é. E eu acredito neles.

— Você está a coisinha mais linda desse mundo. — A mamãe diz sorrindo animada. Eu posso ver seu brilho no olhar. Parece que de fato está me admirando. — Preparada pro primeiro dia de aula?

Nego com a cabeça de imediato.

— Não? — Ela vem até mim e se abaixa para ficar na minha altura. — Mas eu tenho certeza que não precisa temer nada, a mamãe e o papai escolheram bem o lugar na qual você irá estudar. Terá amigos legais, pessoas especiais que estará acompanhando você. Caso não se sinta bem é só pedir a Mr. Mitchell, diretora da escola, para me ligar que eu ou o seu pai iremos te buscar imediatamente.

Doce InocênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora