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- Se eu tivesse um cachorro, eu daria o nome dele de Linguado, igual o peixe da Ariel. Então eu iria levar ele pra passear no parque e correr atrás dele. Mas eu queria um Gold retrieve, porque eu acho muito bonito, Tio Carter. Só que é muito caro o filhote, e acho que um adulto não vale a pena, porque ele já é grande... - Maya falava sem tempo nem de respirar nos intervalo das palavras. O pai da Ellie, o Carter, estava do outro lado do balcão cortando frutas pra ela, que até então estava mais tagarela que o normal.

Ela continuava a falar enquanto o mais velho como sempre apenas concordava com o que a menor falava. Fingia prestar atenção, mas só sabia que ela falava algo sobre cachorros. As vezes a menor parecia sem freio quando engatava a falar sem parar.

- ...então o Bilu mordeu o braço da Mia, mas acho que não machucou, porque ela disse que era mordida de carinho.

- Quem é Bilu? - Ele perguntou após descascar a banana pra cortar e colocar na salada de frutas dela.

- O doguinho da Mia, Tio Carter. - A menina disse, fazendo o homem perceber por si só que não estava prestando bem atenção na conversa da mais nova.

Carter entregou o recipiente com a salada de frutas a ela e antes que a criança falasse mais alguma coisa, Joseph adentrou a cozinha com um sorriso simpático.

- Olá, Maya. Tudo bem? - Perguntou após sentar ao seu lado. A menina apenas assentiu, por está com a boca cheia de frutas. Ele cumprimentou o irmão, e após Maya engoli o alimento, se inclinou pra olhar o homem ao seu lado.

- Tio Joseph. Você tem cachorro? - Perguntou, surpreendendo o homem por ser chamando daquela forma e pela menor falar consigo naquela naturalidade, já que das outras vezes ela parecia tão tímida na presença dele.

- Tenho sim. - Ele respondeu cordialmente.

- Qual a raça dele?

- É um pitbul. - Ele disse, e então viu quando a menor fez uma cara estranha misturada com assustada. - Não se preocupe, ele é dócil. - Falou como se lesse a mente da criança.

- Ele é dócil mesmo? - Perguntou curiosa, levando outra colher com frutas até a boca, mas sem desviar o olhar do homem. Acabou derrubando alguns pequenos pedaços sobre o balcão.

- Oh, sim. Ele é bem dócil. Mas ele mora na casa dos meus pais, pois eu moro em apartamento e ele precisa de espaço pra correr. - Explicou.

- E qual o nome dele?

- Frederico. - Disse, e a coisa a seguir que presenciou foi uma risada divertida da menor, fazendo ele franzi o cenho confuso, mas ao mesmo tempo sorrindo pela cena da menor rindo.

Ela tinha uma risada de bebê, muito fofa e gostosa de se escutar. Surpreendeu até a Nita que havia acabado de adentrar o cômodo ao lado da Ellie. As duas pararam na soleira da porta da cozinha e observaram a criança rir. Ellie já conhecia a risada dela, mas era sempre bom escutar aquela risada de bebê não importava a hora ou momento ou ocasião.

Nita sentiu seu coração palpitar ao ver aquilo, seu marido ao lado da criança em um ambiente com clima aparentemente leve.

- Frederico. - Ela repetiu entre o riso. - Frederico e o nome do meu professor de inglês. E é o nome do seu cachorro. - Apontou pro homem, fazendo ele entender o motivo daquela risada.

- Frederico é um bom nome. - Ele defendeu o nome do seu cachorro, mas ainda mantinha um sorriso no rosto. - Acho que seu professor é um invejoso, roubou o nome do meu pitbul, acho que devo processar ele. - disse como se falasse sério, quando falamos com uma criança de 4 anos. Mas nesses dias que se sucederam na presença da menina, já havia notado que muitas vezes os pais da Ellie se referiam a Maya como uma criança muito mais nova que alguém de 14 anos.

Doce InocênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora