48. Alice

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Eu acordo no hospital com o meu corpo todo dolorido, mal consigo me mexer sem alguma coisa doer. Eu tento me sentar e logo já sinto mãos me ajudando, olho para cima e vejo Taylor e Nicolas.

- Você está segura agora pequena.

Eu aceno com a cabeça mas sinto uma dor lancinante que faz minha vista escurecer brevemente.

- Apenas fique deitada Alice você bateu a cabeça então vá com calma está bem, vamos avisar ao médico e aos outros que você acordou - Taylor trás uma bandeja de comida para mim - Coma de vagar está bem.

Tento comer algumas fritas e tomar o suco de laranja quando noto em meu pulso uma marca vermelha.

Um monitor começa a fazer um bip alto e tenho ciência de que se trata dos meus batimentos cardíacos, meu coração acelera com as memórias, meu medo retornando. Começo a conferir o meu corpo, alguns arranhões, alguns hematomas, os piores foram meu pé que tive que por gesso e minha cabeça.

- Alice? - vejo a preocupação nos olhos de Nicolas, eu ainda não disse uma palavra e isso o está apavorando.

- Estou bem - digo um pouco rouca por causa dos meus gritos - Mesmo, estou bem.

Ele não acredita em mim. E como poderia depois do que passei, quem eu estou enganando é claro que não estou bem. Vitor não conseguiu o que queria graças aos rapazes que chegaram bem na hora, já estava perdendo minhas forças, não conseguiria lutar por muito mais tempo.

Sinto minhas lágrimas descer pelo rosto meu peito meche com meus soluços e desta vez eu não me faço de forte, não me seguro na frente de Nicolas, eu me permito chorar.

Nicolas se aproxima de mim, tira a bandeja de comida pela metade mas não faz menção de me tocar, ele acha que vou rejeitar seu toque, o toque de um homem. Mas ele não sabe que o que mais quero é me sentir segura com seus braços me apertando. Então eu estendo minha mão pegando na sua e o puxo para cima da minha cama. Ele se ajeita devagar e deito em seu peito com seus braço me circulando.

- Pode dormir passarinho. Eu não vou sair do seu lado, eu juro pela minha vida.

Eu acredito nele, então me deixo relaxar de novo, fecho meus olhos e enquanto ele passa a mão para cima e para baixo em minhas costas eu finalmente durmo.


Tres dias meu médico lindo Zayde me manteve no hospital, minha menstruação acabou descendo no segundo dia.

" Graças a Deus."

Infelizmente desta vez não pude escapar do gesso mas desta vez eu não reclamo.

Jéssica e Camila passaram a maior parte do tempo comigo, os rapazes brigando com elas tentando expulsa las, mas apenas tentando, eles não tinham chance com elas.

Quando finalmente Zayde me deu alta saio do hospital em uma cadeira de rodas, mas assim que chegamos em casa peço logo minhas muletas. E vou direto para a cozinha comer alguma coisa.

- Quem vê pensa que você não acabou de sair do hospital - diz Dominic - Tá parecendo uma morta de fome.

Pego um tomate e jogo nele mas ele desvia bem a tempo.

- A comida do hospital não é ruim, o problema é que só davam 4 vezes ao dia. Eu preciso comer mais para manter o físico.

Saimon me pega no colo fechando a geladeira com o pé e me coloca em cima da bancada.

- Deixa que eu preparo um lanche bem gordo pra você.

Dou risada, eles me conhecem, esse negócio de só salada não funciona comigo.

Sei o que estão fazendo, estão me distraindo, provavelmente não terei um minuto sozinha, não querem me dar tempo para parar e relembrar daquele dia. O que aprecio de mais, eu não quero mesmo parar.

Tomas foi para a delegacia com nosso advogado e Tay o está acompanhando.

Saimon fez um lanche enorme para nós dois.

- Seu bastado de merda, por que não fez para todos ?- diz Dominic.

- Você tem mãos pode fazer pra você mesmo - Saimon se senta no banco que está ao lado da minha perna, comigo ainda sentada na bancada.

Os outros preparam seus próprios lanches e comemos conversando sem em momento algum tocar no assunto. Eles querem me deixar tomar essa decisão, se quiser falar sobre, eu terei que iniciar a conversa e apenas quando eu quiser.

Passamos a tarde vendo filme, as gêmeas me ligaram avisando que viriam aqui, mas eles barraram suas entradas.

- Elas já passaram muito tempo com você no hospital, agora é nossa vez - diz Dominic.

Não os proíbo, eu também queria passar um tempinho com eles, por mais que tenha apreciado muito a companhia das meninas.

Estou sentada no sofá com minha perna engessada em cima da mesa de centro e entre Dominic e Saimon.

- Quer alguma coisa passarinho ? - diz Nicolas de pé na minha frente.

- Quero - eu peço pra ele se abaixar um pouco e quando alcanço seguro em sua camiseta e o puxo para um beijo.

Eu o sinto tentar se afastar mas seguro sua nuca com minha outra mão e intensifico mais nosso beijo. Ele abre sua boca dando passagem para minha língua. Tento puxar ele para mais perto de mim mas ele não deixa. Segura cada uma de minhas mãos se soltando do meu aperto.

- Desculpe passarinho mas ainda não, ainda está se recuperando.

Ele se endireita e se afasta de mim. Olho para os outro e vejo que não adianta eu tentar todos tem o mesmo pensamento que o Nicolas.

" Grandes idiotas."

Desistindo de tentar então me deito com a cabeça nas pernas de Saimon e meus pés em Dominic. Não demora muito tempo para os medicamentos que estou tomando me apagarem.


" Ele está segurando minhas mãos e o sinto começar a descer seu corpo. Ele enfia uma perna entre as minha e depois a outra, se posicionando. Eu luto, puxo minhas mãos, tento chuta-lo, mas na posição que estamos não consigo acertar, tento machucar acertando meu joelho na sua lateral mas estou ficando sem força. Sinto sua mão entrando em meu shorts, seus dedos nojentos procurando seu caminho dentro de mim, me contorço"

- Alice, Alice - meus ombros são chacoalhando - Alice acorde.

Abro meus olhos, minha respiração ofegante, sinto minhas lágrimas descendo pelo meu rosto, meu pé está doendo, devo telo mexido durante o sono.

- Você estava tendo um pesadelo - diz Tay curvado em cima de mim.

É quando percebo que estou em minha cama, eu dormi no sofá e alguém me trouxe pra cá. Olho pra janela e está tudo escuro. Saimon está de pé no final da minha cama.

- Você está bem, está em segurança. Ele não fará nada mais - Tay senta ao meu lado passando os dedos em meu cabelo.

- Eu...eu sei. Foi apenas uma lembrança. Meu pé está doendo poderia...

- Eu pego - Saimon vai para o meu banheiro e volta com um copo de água e meu remédio para dor.

Assim que o tomo eu me ajeito para dormir novamente Tay se levanta para sair.

- Por favor fique - o chamando para se deitar comigo.

- Alice não podemos...

- Não é sexo que estou pedindo Tay. Só não quero ficar sozinha.

Ele se arrepende imediatamente e volta para a cama deita na minha frente e me aconchego nele, minha cabeça em seu peito e minha perna boa em cima da sua cintura.

Saimon decide ficar no divã, ele diz que vai ficar de olho se Tomas aparecer e dará uma desculpa.

Com a segurança dos braços de Tay eu durmo novamente e desta vez sem pesadelos.

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