MY TEACHER ~ VALU

Capitulo 29

LUIZA POV

- O que você faz aqui?

Dona Lúcia me questionou com uma cara de poucos amigos. Eu engoli a seco e respirei fundo.

"vamos, Luiza, não seja covarde."

- Eu vim conversar com a senhora.

O olhar de Lúcia era de desprezo.

- Eu não quero te ofender pois faz só uma semana que você perdeu sua mãe, então, por favor, atravesse a rua, vá pra sua casa e fique longe da minha filha. -me olhou com nojo. - ajudamos você, como você pôde?

Eu processei cada palavra a encarando.

- Sra Lúcia, eu respeito muito a senhora, mas eu quero e preciso conversar, eu sei que vocês me ajudaram muito, então me deixe ao menos conversar.

Lúcia me encarou por breves segundos.

- Espere aqui.

Eu assenti e vi a porta se fechar, ela falou alto e pode a ouvir mandar Valentina para o quarto e não sair de lá enquanto ela não deixasse, então, ela voltou e permitiu a entrada em sua casa. Me indicou o sofá e eu sentei, fui observada por um senhor Carlos sério e surpreso com minha visita.

- Carlos, Luiza gostaria de conversar conosco.

O homem nada me respondeu, então eu comecei a falar.

- Eu sei que é anti- profissional esse meu envolvimento com Valentina, eu sei que ela se assumiu recente e é tudo muito novo para vocês dois, sei que vocês confiaram em mim, eu sei de tudo isso, mas eu também sei que isso não é errado, e sei que eu amo a filha de vocês. - os dois me olhavam sérios.- Algo me atraiu em Valentina, eu me apaixonei por ela, eu nem disse ainda que ao lado dela eu sou feliz como nunca fui, eu nem tive tempo para isso, vocês não podem me afastar dela só porque eu sou a professora dela, eu sou professora dentro da escola, eu posso ser a namorada dela fora.

- Isso é inadimissivel. - Lúcia disse com uma risadinha sarcástica.

- Você mentiu para nós, Luiza. Eu confiei em você. - Carlos disse com uma pontada de mágoa.

- Eu sei disso. Mas eu amo a filha de vocês, e eu cuido das pessoas que eu amo, não que ela precise, Tina é forte. - sorri. - Nós nos amamos. - respirei fundo controlando minhas lágrimas. - Ela vai terminar o colegial e fazer dezoito anos, nós vamos ficar juntas, e eu só estou tentando tornar isso mais fácil pra vocês. Tentem entender.

Me levantei e sai, não sei o que passou pela minha cabeça, as últimas palavras foram pulando da minha boca.

Entrei em casa e joguei minha bolsa no chão me sentando no sofá e limpei a lágrima que insistia em cair.

- Queria que você estivesse aqui mamãe. - suspirei.

Fecho meus olhos tentando focar em algo diferente daquele dia pesado. Quando meu telefone começa a tocar, um número que não conheço.

Ligação on.

- Alô?

- Realmente vamos ficar juntas? - sorri ouvindo a voz de Valentina.

- Valentina! De quem é esse número?

- Duda entrou segundos depois de você sair. - ela falava rápido. - agora me diga, vamos mesmo ficar juntas?

Eu corri até a janela e a vi me olhando.

- Independente de qualquer coisa. - sorri.

A vi sorrir e passar a mão no rosto.

- Eu amo você, não esquece disso. - colocou a mão na janela.

- Eu amo você e nunca vou esquecer. - coloquei a mão na janela.- Valentina?

- Diga, meu amor.

- Eu vou esperar por você. - Sussurrei.

- E eu vou correndo pra você, eu prometo. - ouvi um barulho. - Minha mãe está aqui, preciso desligar.

Ligação off.

Ela desligou a ligação e fechou as cortinas me mandando beijo, eu somente sorri e voltei para o sofá. Porém, não se passaram 5 minutos e Valentina em ligou de novo, dessa vez de seu número mesmo.

Ligação on

- Oi, meu amor.

- Meus pais querem que você venha jantar para conversar. Já que você os deixou falando sozinhos.

Pelo tom formal, entendi que sua mãe estava perto. A notícia me pegou de surpresa.

- Isso é realmente sério?

- Sim, Luiza.

- Certo, eu estarei aí. Qual horário?

A ouvi perguntar a mãe.

- Às oito horas. Eu espero por você.

- Sendo assim, eu irei.

- Até logo, Albuquerque.

- Te vejo a noite, Schultz.

Ligação off

Não sei o que se passava na cabeça da mãe de Valentina, mas sei que esse não é o momento para eu ceder, eu vou a esse jantar e enfrentar a fera de frente.