Capitulo 30

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VALENTINA POV

Exatamente as 19h45m eu desci as escadas para preparar para jantar, Duda foi embora há pouco tempo dizendo que não queria testemunhar nenhum assassinato, eu quase implorei para ela ficar comigo, mas de nada adiantou, me sentei no sofá quando vi minha mãe descer as escadas, totalmente elegante.

- Mãe, por que está tão bem arrumada? - a questionei.

- Vamos receber visita. Não é um jantar qualquer. Por que você está de moletom?

" A Visita até pelada já me viu" - pensei.

- Por nada, só não vejo necessidade de me arrumar tanto. - respondi dando de ombros.

- Se você acha. - ela disse indo em direção a cozinha.

Vi meu pai vindo do quintal, também estava bem arrumado.

- Pai, até o senhor? - questionei o olhando de cima a baixo.

- Sua mãe praticamente me obrigou.

- Você sabe o porquê desse jantar? - questionei.

- Acredite, estou tão surpreso quanto você, Lúcia não me falou nada.

- Isso está estranho. - resmunguei me jogando no sofá.

- Sim. Mas, filha, por que você escondeu isso de mim? Eu te apoiei desde o primeiro momento, eu merecia sua honestidade.

Eu olhei para o chão.

- Eu sei, pai. - respirei fundo. - Eu me sinto muito triste por ter mentido para vocês dois, mas Luiza era minha professora, vocês nunca iam aceitar isso, e eu não sei se iria suportar a dor de perder a pessoa que eu amo, eu não estou suportando a ideia de talvez perder Luiza. - uma lágrima escorreu dos meus olhos e eu rapidamente limpei.

Percebi que meu pai me encarava.

- Você a Ama, Valentina?

Eu o olhei, suspirei e sorri lembrando do meu primeiro beijo com Luiza.

- A amo com toda minha vida.

Meu pai parecia realmente surpreso, e ia em responder mas exatamente as 20 horas, batidas na porta foram ouvidas, eu tinha certeza, Luiza chegou. Olhei meu pai como quem pedindo autorização para abrir a porta e ele somente assentiu, eu saí correndo com um enorme sorriso nos lábios e abri a porta dando de cara com uma Luiza de vestido florido, cabelos soltos escorrido pelo ombro e uma rasteirinha, uma menininha. Sorri com a alegria e amor que encheu meu coração ao receber aquele olhar apaixonado e seu mágico sorriso de covinhas.

- É tão bom ver você. - declarei.

Ela sorriu tímida.

- Isso porque você não está se vendo, é a própria visão do paraíso.

Eu sorri e a abracei, é tão bom sentir Luiza perto.

- Luiza? Entre! - ouvi a voz de minha mãe e me afastei de Luiza dando passagem para que ela entrasse.

Assim ela entrou e cumprimentou meus pais, nenhum dos dois estavam muito amigáveis. Meu pai estava mudo, não disse uma palavra, minha mãe apenas disse que o jantar seria um delicioso fricassê de frango. Luiza disse ser seu prato preferido o que era uma grande mentira, ela estava claramente nervosa.

Nós seguimos para cozinha, o jantar foi servido e ele seguiu em silêncio, hora ou outra minha mãe falava alguma coisa, Luiza apenas elogiou o jantar, e eu sorria de tudo e pra tudo, meu pai estava mudo e sério.

Eu não sei exatamente em qual momento foi mas minha mãe e Luiza começaram a discutir.

- Eu achei foi pouco só trocarem você de turno, você seduziu minha princesa.

- Hum, acho que te contaram a história errada, não foi bem assim. - Luiza debochou.

Eu arregalei os olhos.

- O que você quer insinuar? - minha mãe estava furiosa.

- Não quero insinuar nada, quero afirmar que Valentina é bem grandinha para tomar as decisões dela. E se nós nos amamos acho que a senhora não tem nada a ver com isso. - Luiza fuzilava minha mãe com o olhar. Mas eu tinha certeza que o coração dela por dentro estava a mil.

- Você é muito audaciosa...

A discussão continuou, as duas perderem o controle sobre si e eu não conseguia falar nada, estava me dando vontade de chorar. Num ato impensável, me coloquei de pé batendo na mesa. Meu pai apenas observava.

- CALEM JÁ A BOCA! - as duas me olharam. - Eu não aguento isso! Luiza, ela é minha mãe, ela acha que tá fazendo algo pro meu bem, não precisa agir assim, mãe, Luiza é a minha namorada, a senhora querendo ou não, e se você continuar proibindo agora, quando eu completar a maior idade, eu vou namorar ela do mesmo jeito, eu a amo como um dia você amou papai e não parou até hoje. - eu já chorava. - mas agora, esse jantar só está me fazendo mal, eu pensei que ia tudo se resolver, mas tá tudo horrível.

Limpei algumas lágrimas e ia saindo da cozinha quando, pela primeira vez durante o jantar, meu pai se pronunciou.

- Eu faço gosto desse namoro. - declarou atraindo nossa atenção.

- O quê? - nós três falamos juntas.

- Minha filha está amando e não vou deixar que o cargo profissional da namorada dela interfira nisso e faça minha princesa sofrer. E você, Lúcia, se realmente ama nossa filha deveria começar a levar a felicidade dela em consideração.

Uma breve troca de olhares entre eu e Luiza aconteceu e sorrimos.

- Você a ama, Valentina? - minha mãe me questionou.

- Com minha vida! - mais uma vez afirmei, e olhando nos olhos de Luiza e ela sorriu sussurrando que também me amava.

- Eu não sei o que dizer. - minha mãe declarou.

- Não temos que dizer nada. - meu pai disse. - Vamos subir.

Estendeu a mão até minha mãe e a levou para cima dizendo que iria conversar com ela e que eu fizesse o mesmo com Luiza. Eu apenas assenti.

Quando me sentei e fiz menção a falar, Luiza me atropelou com suas palavras.

- Quer casar comigo?

Eu arregalei os olhos e a encarei.

- O quê? - perguntei sorrindo.

- Casar, Valentina. Quer casar comigo? Se você quiser, nós ficamos noivas escondidas e no seu aniversário eu faço um pedido oficial, mas eu não quero passar nem mais um segundo com dúvidas se você vai ser minha esposa um dia.

Eu sorri, e meus olhos lacrimejaram.

- Eu vou, com certeza, ser sua esposa.

- Então você topa?

- Eu topo!

Meu sorriso se alargou e ela veio até mim e tomou meus lábios para ela.

MY TEACHER ~ VALUOnde histórias criam vida. Descubra agora