VALENTINA POV
Durante todo o enterro, eu continuei ao lado de Luiza, a abracei, segurei sua mão, chorei com ela, Tim ainda não tinha chorado, estava sério. O pior foi quando o caixão desceu, Luiza chorava copiosamente a morte da mãe, ela estava frágil, completamente frágil. Meus pais estavam aqui e eu nem liguei se eles estavam ou não desconfiando de algo, muito menos se a diretora Fernanda, que é tia de Lu, estava. Eu só quero acolher minha namorada e mostrar para ela que estou aqui com ela.
No fim do enterro, Luiza estava conversando com alguns familiares e eu estava perto dos meus pais.
- Lúcia, pode me deixar conversar com nossa filha um minuto? - meu pai perguntou e eu estranhei mas fiquei quieta.
Minha mãe revezou o olhar entre nós dois e respirou fundo.
- Vou ver como Fernanda está. - se deu por vencida e saiu.
Eu tirei meu olhar de Luiza e encarei meu pai esperando o que ele queria conversar comigo.
- Filha, aqui não é lugar, mas você sabe que eu gosto muito da professora Luiza, certo?
- Sim, pai, eu sei. - estranhei a questão levantada por ele.
- E você sabe que eu sei muito bem o que está acontecendo entre vocês. - arregalei os olhos e tentei explicar mas ele cortou qualquer palavra minha. - Tudo bem, Valentina. Depois você me conta alguma história qualquer. - piscou e riu, e olhamos para Luiza. - Eu tô te dando a tarde pra você levar Luiza para algum lugar, a mãe dela morreu dentro da casa dela, ela não merece ir direto para lá.
Eu desviei meu olhar da morena e encarei meu pai novamente.
- Tudo bem, pai. Deixa comigo.
- Não pense que eu aceitei essa história, está bem? Só quero o melhor para Luiza agora. E se o melhor for passar um tempo com você, eu deixo. Mas temos muito o que conversar.
É, não seria tão fácil assim meu pai aceitar isso, mas não respondi nada, apenas assenti, beijei a bochecha dele e segui em direção a Luiza.
- Lu?
Chamei e ela se aproximou de mim pedindo licença aos demais.
- Oi, Tina.
- Vamos? Acho que você não precisa ficar aqui.
Ela até pareceu considerar ir contra minha decisão, mas estava tão triste que assentiu e me acompanhou.
Quando entramos no carro, ela suspirou.
- Tina, eu n-não...
- shh, eu sei, não quer ir pra casa.- ela assentiu. - Lembra aquele hotel que você me levou? - ela assentiu. - Vamos pra lá, você toma um banho enquanto eu compro uma roupa nova na loja lá de baixo e saímos pra eu cuidar de você.
Ela me olhou e sorriu, ligou o carro e saiu.
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Eu já havia comprado um vestido para a Luiza e outro pra mim. Meu coração se partiu quando entrei no quarto de conta e ela ainda estava sentada na cama olhando para o nada, eu a despi em silêncio e tirei minhas roupas também, a abracei e entrei com ela embaixo da água, ela se agarrou ao meu corpo como se dependesse de mim para estar de pé, eu comecei esfregar o corpo dela cantando uma música bem baixo em seu ouvido...
"When you're on your own
I'll send you a sign
Just so you know
I am me, the universe and you
The universe and you..."Assim, terminamos o banho e ela seguiu para o quarto.
- Por que isso aconteceu, amor? Minha mãe era tão boa. - meu coração afundou diante da sua tristeza. -E meu irmão? Cadê ele?
Eu sentei na cama e a puxei para meus braços.
- Seu irmão ficou lá se despedindo dos familiares e agradecendo, depois vai te esperar na casa de meus pais, tudo bem? - ela assentiu. - E quanto a sua mãe, meu amor.- beijei seus cabelos úmidos. - pense que ela está descansando com seu pai em um lugar melhor, pense que está tudo bem.
- Como eu posso fazer isso, Valentina? Dói muito.
- Olha, eu não sei. - respirei fundo. - Mas eu sei que você pode colocar aquele vestido lindo que eu trouxe, e ir comigo até a rua, tomar um sorvete, andar no parque e ver o sol indo embora mais uma vez.
Ela riu e me encarou.
- Ver o sol indo embora?
- Sim! - beijei a ponta de seu nariz. - Você precisa ver.
- E por quê?
- Você pode tocar o sol? - ela negou. - Mas isso muda o fato dele estar lá iluminando o dia? - Ela negou novamente. - O sol é a maior prova que sua mãe sempre estará com você, você não pode tocá-la, também não pode vê-la, mas ela estará sempre lá iluminando sua vida. - Luiza tinha um sorriso lindo nos lábios e lágrimas nos olhos. - Ah, claro...- continuei e ela me dava toda atenção. - e seu pai é a Lua. Você me disse uma vez que ele era o seu herói. A lua ilumina a escuridão, e seu pai sempre estará com você quando você temer algo, ele ainda é o seu herói.
- Meu sol e lua. - ela chorou, mas logo riu e beijou meus lábios sussurrando. - e você é meu coração.
- Seu coração? - questionei sorrindo.
- Sim, está sempre comigo.
Eu abri um sorriso gigante e eu a beijei.
- Valentina, eu acho que já sei o que quero fazer!
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E assim foi aquele dia, Luiza fez uma tatuagem na nuca, metade sol e metade lua, e no meio deles um coração. Tomamos sorvete, e a deixei que me sujasse o quanto quisesse, brincamos como crianças no parque. O dia passou devagar mas bom, no fim dele Lu me deixou em casa e Tim assumiu a responsabilidade de cuidar da morena. Ela havia me dito que ia contar a mesma história do sol e da lua para ele.
Eu me sentia confortada. Tinha feito o dia da minha namorada feliz.
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MY TEACHER ~ VALU
أدب الهواةo que fazer quando você se apaixona perdidamente pela nova professora?