— Não é estranho que essa é a última vez que vamos nos ver esse ano? — Cláudia questiona.
— Nah. Estaremos de férias, vamos sair pra algum lugar. — Dou de ombros.
— Eu passo o natal com minha família em Nevada, e eu estou indo para o aeroporto assim que sair daqui. — Levanto as sombrancelhas, surpresa. — Você não passa com sua família?
Sua pergunta embola minha garganta, e de repente as palavras fogem da minha língua e da minha boca, me tornando um refém daquele silêncio irritante.
— Não. — Respondo o mais simplista possível, desviando o olhar.
Eu não deixava ninguém saber nada que não precisassem saber, e nisso estava incluso minha família. Uma vez me disseram que quanto menos sabem de você, menos pena sentem, e mais te acham capaz.
Sou tirada de meus pensamentos por um estalar de dedos alto e irritante, que é seguido da visão dos cabelos de marca texto com roupas que nunca imaginei vê-la com.
Uma saía quadriculada preta e um pouco abaixo de suas coxas, a fina meia calça que cobria 3/4 de suas pernas era branca, tal como a camisa de botões que ela vestia com uma gravata vermelha típica de natal. Os cabelos verdes montados em duas chiquinhas adoráveis que O'Connell parecia abominar.
— Eu trouxe presente para todos! — A mulher diz, segurando uma sacola vermelha e grande.
Deus que me perdoe, mas tudo que eu pensei foi em arrancar aquelas roupas dela e deixar o seu corpo nú pertencendo a mim.
Ela passa pela enorme mesa centrada no Lobby, deixando uma lembrancinha para cada pessoa sentada. Todas pareciam ser personalizadas, e eu estava animada para ver no que ela tinha pensado para mim.
Carvão.
— E isso que garotas que não se comportam ganham. — Ela sussurra antes de voltar a entregar os presentes.
Eu ri maliciosa e guardei o presente em minha bolsa.
— Hoje é o último dia de trabalho, e eu queria agradecer vocês pela colaboração e por mais um ano nos ajudando a tornar a O'Connell cinema melhor a cada dia. — Ela deixa a sacola no canto. — Eu quis marcar hoje como um dia de inimigo secreto, para nos proporcionar diversão e talvez intrigas. Então todos se preparem e façam seu discurso para inimigo, começa da direita para a esquerda.
Eu era a quarta.
Poderia ser pior. Pensei.
Poderia ser melhor. Repensei.
Depois de seus discursos melosos e presentes sem sentidos, era minha vez. E eu me levantei da cadeira em suspense, com um sorriso de diversão em meu rosto.
— Meu inimigo secreto é alguém petulante e irritante, ela tende a acreditar que o mundo está na palma de suas mãos, e se acha melhor que todos dessa mesa, julga seu intelecto como superior e leva a vida como se ela não tivesse consequências. — Eu digo, lubrificando meus lábios antes de terminar a frase. Os olhares da mesa eram prendados em mim, e esperavam a revelação do nome da pessoa. — Billie O'Connell, aqui está seu presente. Espero que seja útil.
Pisco para ela. Ela tem um sorriso odioso e sarcástico, que me da uma sensação de medo que eu aprecio. Algumas pessoas engasgam suas risadas, mas Finneas ri abertamente quando Billie tira um pacote de camisinha da minúscula caixinha que eu a dei.
Ela não ri, não sorri, e eu assumo que sua seriedade mostrou que meu objetivo foi atingido.
Eu continuei a roda com um sorriso de felicidade no rosto, sabendo que era responsável pelo ódio que minha chefe sentia nesse momento.Era uma sensação maravilhosa saber que venceu.
Depois que a cerimônia acabou, Billie liberou seus contratados com um sorriso falso no rosto, mas quando foi minha vez de sair, meu braço foi puxado.
— Você passou dos limites. — Ela sussurra perto de meu rosto, com uma raiva agradável de se ver.
— Foi meu objetivo, obrigada pelo seu feedback. — Pisco um dos meus olhos.
— Você é impossível. — Ela apoia seu braço sobre a parede, fazendo eu bater minhas costas contra a mesma.
— Eu sou, é? — Eu desafio num tom provocativo.
— Sempre foi. Desde que você entrou por aquela porta eu sabia que você seria impossível. — Ela diz cautelosa, com uma voz baixa para evitar que as outras pessoas da sala ouvissem o diálogo.
— E como você se sente sobre isso? — Passo a língua sobre meus lábios.
— Eu quero te destruir por causa disso. — Ela confessa. Eu abro meu sorriso ainda mais. — O que você fez hoje, Clifford, te torna irresistível.
— Por que eu fui a única a te desafiar?
— Por que você foi a única a se atrever. — Ela rosna. — E isso me irrita porquê eu não consigo te botar no seu lugar. Você não deixa.
— Eu já disse que eu sou uma garota má por natureza?
— Então eu vou precisar te adestrar. — Ela sequer tenta esconder sua malícia.
— Avrai bisogno di molto tempo per raggiungere questo obiettivo. — Mordisco minha língua quando termino de falar.
— Eu já não te disse que estava cansada do diálogo bilíngue? — Ela tenta soar autoritária, mas eu rio baixo.
— Eu estou cansada de você, o que posso fazer quanto a isso?
— As suas mentiras já foram mais convincentes. — Ela se aproxima do meu ouvido. — Só que está tão evidente que você nunca me quis tanto quanto quer agora. Você perdeu a habilidade de disfarçar seu tesão.
— Eu precisava primeiro descobrir o que ele era. Agora eu só estou buscando pelo meu objetivo. — Eu revelo em voz alta pela primeira vez.
— E que objetivo é esse?
— Te irritar tanto que você vai ser obrigada a me adestrar. — Olho no fundo dos olho azuis, encarando estática a imensidão de sentimentos. — E até lá, eu estou no poder.
Empurro seu braço do meu caminho, indo em direção a porta com um sorriso pretensioso.
Não havia arrogância suficiente para me fazer abaixar a guarda. Muito menos para Billie O'Connell.
Mas se tentar me desse prazer, eu estaria fazendo isso por benefício próprio.
Embora isso custasse parte da minha dignidade,
eu nunca negaria um jogo de poder.Principalmente se me oferecesse um bom orgasmo.
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N/A:
Quero opiniões sinceras. O que estão achando?
Se estiver indo rápido demais, me avisem. Eu gosto de um meio termo entre slow burn e romance normal, mas sempre acabo indo um pouco rápido pelo desespero.
Vocês mudariam algo?
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Arrogance • Billie Eilish [G!P]
RomantiekO'Connell é só mais uma engomadinha mandona vestida em um terno, já Dahlia, tende a ser desafiadora, e seu orgulho não a deixaria se curvar sobre os pés de sua chefe arrogante.