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Meus esforços para evitar Billie haviam sido em vão.

Desviei meu olhar ao notá-la me encarando do outro lado do cômodo, a imensidão azulada fixada sobre mim me deixava desconfortável, principalmente seguido do acontecimento de ontem.

Encarei-a de volta por segundos, pela simples força do hábito, no entanto, não levou muito tempo para que eu fosse puxada de volta à realidade, através de um grito vindo de Cláudia.

— Ei! Você tá ao menos me ouvindo? — A morena indagou, meus olhos voltando para ela de maneira atordoada. Soltou um suspiro, balançando a cabeça em negação antes de voltar a contar a história. — Enfim, depois disso Finneas me chamou pra uma dança. Eu até queria beber menos pra olhar para ele por mais tempo... Mas acabei saindo carregada por ele, e o pior de tudo é que...

Depois dessas palavras, a voz de Cláudia pareceu cada vez menos evidente, e o foco foi novamente se perdendo nos olhos azuis que não paravam de perturbar minha alma desde o dia anterior. Tudo em que conseguia pensar era em seus dedos roçando em minha bochecha e segurando meu rosto de maneira bruta. O pensamento se manteve em minha cabeça até que fosse interrompido por um estalar de dedos bem de frente ao meu rosto.

As unhas recém feitas e gigantes chamaram minha atenção rapidamente, e os dedos repletos de anéis me fizeram chegar à realização de que minha mente havia parado no tempo, pois quem eu encarava do outro lado do lobby estava bem de frente a mim, com sua postura irritante e atraente.

— Nunca te falaram que é rude encarar? — Ela perguntou, meus olhos seguindo seus dedos. Balancei minha cabeça, a fim de voltar aos meus sentidos.

— Você deveria tomar esse conselho pra si. — Tentei revidar, meio desacordada. — Se bem que você não deve se importar em ser rude.

Ela riu nasalmente. Minhas memórias de ontem à tarde se jogando contra os meus sentidos, conforme a vergonha também me perturbava. Suspirei, colocando as mãos em meu rosto para evitar que ela o visse.

— Err... Vou para o escritório. Te vejo no almoço, Lia. — Cláudia, cuja existência eu já havia me esquecido, disse, levantando-se e me deixando sozinha com a praga dos cabelos neon.

Enquanto Cláudia saía, deixando-me sozinha com Billie, senti uma tensão palpável pairando no ar. O silêncio desconfortável nos envolvia, e apesar da dispersão e vergonha que o momento me proporcionou, eu não cedi, e continuei lá, sentada no mesmo lugar.

Acontece que toda a minha esperança de manter a compostura foi-se quando notei que Billie não planejava ir embora. O sofá do lobby se afundou com o peso dela, e eu estava muito constrangida para fazer qualquer coisa.

— Alguém já te disse que você é ótima em invadir o espaço pessoal de outras pessoas? — Eu disse, bufando, já irritada. Meu orgulho não permitiu que eu me levantasse e fosse para outro lugar.

— Alguém já te disse que você é muito rápida para presumir as coisas? Talvez eu só queira me sentar aqui e apreciar a vista. — Deu de ombros, a maneira que seu ego ofuscava minha atitude me irritava.

A vista? — Eu ri entre dentes, minha expressão de vergonha se tornando zombeteira. — Não sabia que você me achava tão atraente.

— Ah, Dahlia, você se superestima. — Cruzou os braços, rindo baixinho. A maneira que ela negava com a cabeça com o sorriso pretensioso em seus lábios me atiçou.

Queria que houvesse outra garrafa de suco para que ela tirasse suas vestes novamente.

Não sei se o objetivo de Billie era me envergonhar, mas a certo ponto, sua atitude começou a fazer o efeito contrário. Parecia mais como uma provocação, era quase injusto que estávamos no salão principal de uma empresa famosa, e tudo que eu podia fazer era suspirar e sonhar acordada.

— E você não? — Pisquei, meu olhar constante fixo e ameaçador, embora ela não parecesse se sentir ameaçada ou até mesmo intimidada. Seus olhos me respondiam de volta com uma arrogância que estremecia minha espinha.

Ela se calou por alguns segundos. Esperei sua resposta, pacientemente.

Você é pouca merda, Dahlia. A única coisa que esse seu orgulho faz é te deixar mais atraente. Só vai ser útil quando você estiver gemendo na minha cama. — Ela se aproximou de mim, sussurrando próximo ao meu ouvido. Sua voz me dava arrepios. Eu lambi meus lábios em resposta.

Eu pisquei lentamente. Não restava um pingo de vergonha em mim, apenas luxúria, o sorriso brincante presente em meus lábios não caía, e se tornou quase involuntário. Eu lambi meus lábios mais uma vez, virando meu rosto para encarar o seu rosto próximo ao meu. Não me intimidei com sua respiração quente descansando sobre minha pele.

Então vamos torcer para que meu orgulho seja útil em breve, O'connell. — Finalizei a conversa, levantando-me do sofá e indo em direção ao elevador.

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(N/A):

Oi! Acho que essa notificação é meio surpreendente... Eu me esforcei um tanto para escrever isso, no entanto, ainda ficou ruim. Mas eu não quero deixar vocês sem capítulos por mais tempo, e acredito que vocês prefiram pouco do que nada. 

Bom, notícia boa: Eu tenho uma ideia do que fazer no próximo capítulo, então talvez não demore tanto. Porém, meu celular quebrou, e eu sou péssima pelo notebook. Mas eu vou tentar.

Ah! Eu também gostaria de fazer uma pergunta a vocês.

Como vocês imaginam a Dahlia?

Eu deixei a aparência dela não definida justamente porquê queria que viesse da imaginação de vocês, só que agora fiquei curiosa... Me deixem saber!

E me deixem saber se estão gostando do decorrer da história também. Se tiverem alguma sugestão não hesitem em contar.

Beijos! Até a próxima.


Arrogance • Billie Eilish [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora