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"There's no reason to cryyyyyyyyy, if God is a DJ, life's a dance floor!" Eu tomo a liberdade de desligar o rádio, arrancando de Billie um olhar carranco.

— Qual é? — Ela faz um bico ridículo, me fazendo revirar os olhos.

— Qual é o que? Se for colocar uma música às sete da manhã, coloque pelo menos uma boa. — Dei de ombros, olhando através da janela.

— O carro é de quem mesmo? — Perguntou, um tom desafiador em sua voz.

— Os ouvidos continuam sendo meu. — Dei de ombros novamente.

— Então vou te jogar aqui no meio da rua pra você continuar com seu ouvido e eu com meu carro. — Ameaçou, em um tom brincalhão.

A verdade é que, Billie e eu estávamos nos tornando mais próximas, e embora eu odiasse admitir, eu gostava da sensação que tinha quando estava com ela, de que eu não precisava me preocupar com nada, ela estava bem ali, e só isso já bastava.

Eu havia passado os últimos dois dias na casa dela, e hoje, numa quinta-feira qualquer, ela decidiu que hoje era dia de voltar ao trabalho. Na minha cabeça, eu xinguei até a quarta geração dela, porque estar ociosa era bom demais quando tinha sexo para se ocupar.

Deus (me perdoe), abençoe aquele apartamento, e a sua bancada da cozinha, o seu sofá, a mesa do centro, a cama, o chuveiro e a pia, e a janela. Nunca havia sido tão feliz quanto nos últimos dois dias, e também não sei de onde arranjei tempo para fazer tanto sexo.

Provavelmente tirando esse tempo de onde realmente deveria investir.

— Você... — Billie limpou a garganta antes de voltar a falar. — Quer voltar lá pra casa depois do expediente?

— Não. — Respondi com convicção, não me atrevendo a olhar pra ela. — Que foi? A minha casa não se arruma sozinha, sabe.

Nem meus problemas. Deus, de quem foi a ideia de me deixar voltar a pensar? Mande-o para o inferno, eu não mereço meu cérebro.

— Ah, então tá. — Jogou com indiferença, e eu também. — Você sabe que vou descontar do seu salário, né?

— Te conheço como a ponta da minha língua, O'connell. Você pensa que engana quem com essa cara de idiota?

— Você juraaaaaa que me conhece. Seu mundo vai cair quando descobrir que não sou nada do que pensa. — Lubrificou os lábios, fazendo o rádio voltar a tocar o diabo da música ruim. — I said don't run from yourself, man, that's no way to live, I've got a record in my bag, you should give it a spin.

Cantarolou, batucando os dedos no volante enquanto eu revirava meus olhos e colocava meu fone.

— Cão.

Seu mundo também vai cair quando descobrir que não sou nada do que pensa (se você sequer se importa o suficiente para isso)

[...]

D

efinitivamente, eu estava de volta ao ritmo do mesmo tédio de novo e de novo, e eu acho que pior do que ter roteiros para corrigir, era não os ter.

O que se faz quando não se tem o que fazer?

Para onde se foge se já fugiu de onde veio?

Onde se esconder quando o mundo parece perigoso demais e você ainda se sente pequena?

E você ainda se sente quem foi.

Por favor, Deus, por favor, Deus (estou falando tanto com ele), me dê um trabalho, um roteiro para corrigir, um–

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⏰ Última atualização: Oct 24, 2024 ⏰

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