2.6

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Quando entramos no apartamento exageradamente chique de O'Connell,  com sua mão entrelaçada ao meu braço e seu passo pesado, fui quase jogada no sofá espaçoso e confortável que tomava conta da metade da sala gigante. As luzes ligadas quase não fizeram diferença, já que meus olhos seguiam praticamente fechados.

Meus sapatos foram arrancados dos meus pés e eu escutei o som deles serem jogados do outro lado da sala, juntamente com o suspiro cansado de Billie, que se sentou ao lado do meu corpo quase desacordado, e acariciou minhas costas com uma delicadeza que não era sua.

— Eu realmente preciso voltar para a delegacia, Dahlia. Você vai ficar bem? — Eu tentei abrir meus olhos, mas estava com tanto sono que...

Tudo se tornou preto.

[ · · · ]

Quando acordei, já era manhã, e o cheiro de café inundou minhas narinas. Não quis sair dos lençóis confortáveis e do frio artificial, respirei o cheiro agradável do colchão, sentindo vontade de me fundir a ele.

Me levantei ainda meio bêbada de sono, a dor de cabeça da ressaca me atingindo como um tiro. Tive que me apoiar na mobília cara quando minha visão quase se tornou inteiramente preta.

Não estava familiar com o ambiente, mas eu lembrava exatamente de todos os detalhes da noite anterior e sabia exatamente onde estava, e exatamente quem ia encontrar ao abrir a porta, e assim que o fiz, semicerrei os meus olhos, olhando para a garota de fios verdes vestida em uma camisola folgada, mas que ainda marcava seus seios, seu cabelo em um coque bagunçado e um óculos extremamente atraente enquanto ela encarava a tela de seu notebook, escorada na cozinha americana enquanto seus lábios bebiam do café cujo o cheiro inundava a sala.

— Bom dia, bela adormecida. — Ela estava falando muito casualmente para alguém que estava explodindo de gostosa numa terça-feira de manhã. — Você lembra como destruiu o meu dia ontem ou eu vou ter que te contar?

— Não precisa. — Neguei com a cabeça, espantando a visão de sua bunda da minha cabeça.

Respirei fundo, indo até o sofá e me sentando, notando que ainda vestia as mesmas roupas levemente sujas de vômito.

— Porra. Ainda estou nessa roupa? — Fiz careta, olhando para Billie, que deu de ombros.

— Você queria que eu te desse banho e trocasse sua roupa enquanto você hibernava? Olha, sinto muito, mas tive a impressão de que um trauma seria o suficiente para você. — Riu nasalmente.

— É, você está certa. — Fiz uma expressão apologética, dando de ombros perante ao seu argumento. — O que aconteceu depois que eu apaguei?

— Voltei para delegacia e tive que arranjar um advogado em tempo recorde. Ah, e depois fui pra emergência ver se não tinha quebrado o nariz. — Lembrou, sentando-se ao meu lado. — Quer café?

— Passo. Estou com dor de cabeça. — Fechei meus olhos, descansando meu pescoço no braço do sofá. — E quebrou?

— Não. Você acha que ele continuaria lindo assim? — Arqueeou a sombrancelha.

— Se você arranjou um advogado em tempo recorde, nada te impede de arranjar uma rinoplastia em tempo recorde também. — Gargalhei baixinho, e ela correspondeu a risada.

— Agora você pode me explicar que porra você tava fazendo em um bar numa segunda-feira a noite? — Ela mudou de tom em um segundo, me fazendo ficar séria.

— Eu estava mal, ué... — Dei de ombros, sorrindo tímida e abrindo meus olhos.

— E é assim que se resolve os problemas? — Tombou seu pescoço.

Ela ficava ainda mais atraente brava e com esse óculos. Deus, eu estava piscando.

— Não estava ali para resolver nada. Queria esquecer. — Ao ouvir minha resposta, ela bebeu mais um gole de seu café, se levantando e o deixando sobre a ilha que ela antes se apoiava.

— Tanto faz, vai tomar banho, você está fedendo a vômito. Eu vou deixar uma das minhas roupas em cima da cama.

— Então finalmente vou ter meu dia off? — Sorri, brincando.

— A empresa está fechada. Sim, considere-se culpada.

— Na verdade, me sinto vitoriosa. — Levantei do sofá, indo até o banheiro andando em pulinhos e eu pude escutar a risada mansa e baixa de Billie invadir o local.

Ela estava sumindo com sua arrogância mas isso estava deixando o meu coração em uma corda bamba. Eu iria cair por ela e eu não havia caído por muitas coisas. Foi isso que debati comigo mesma no banho, e quando eu sai com apenas a toalha cobrindo meu corpo, não tinham somente roupas na cama, mas também uma individua com uma expressão séria mexendo em seu celular com um pirulito na boca.

Seus lábios vermelhos me fizeram ter inveja de uma guloseima, queria ser a tela de seu celular para que ela me olhasse com tamanha atenção. Estava até esquecendo quem quer fosse Chiara com a visão da agilidade de seus dedos enquanto ela digitava.

— Fecha a boca se não entra mosca. — Ela nem se deu o trabalho de olhar para mim para me repreender, e respirei fundo, indo até ela e tirando o celular de sua mão, jogando-o na cama e fazendo ela olhar para mim com atenção total.

Apesar da expressão de confusão, ela logo agarrou minha cintura, pondo um sorriso ladino em seu rosto enquanto me puxava para baixo, me indicando para sentar.

Joguei a toalha no chão antes de o fazer, e ela não conseguiu disfarçar a expressão de surpresa antes de tocar na maneira que meu corpo parecia.

— Você é insaciável, não é? — Ela riu, apertando meu quadril. — Se precisava esquecer de alguma coisa, bastava me ligar. Eu ia fazer você só lembrar do meu nome.

— Não quero te usar de bode expiatório.

— Prefiro que me use do que beba. Quer me dizer o que aconteceu?

— Não quero.

— Não estou pedindo, Dahlia. — Ela riu nasalmente, beijando meus lábios.

Na verdade, pensando bem, a arrogância continuava lá. E caia bem nela. E na verdade era o que estava me fazendo cair, aquele sorriso canalha, sem vergonha.

— Eu já te obedeci alguma vez?

Com a minha pergunta, ela estalou o céu da boca, negando com a cabeça e se levantando comigo sem dificuldade, me jogando por cima das roupas que era para eu usar.

Suas mãos abriram minhas pernas e ela se meteu entre elas, beijando minha boca com fome, e ainda pressionando a mão em minha cintura. Me puxou para mais perto e senti o tecido de sua roupa roçar em minha intimidade, me fazendo gemer contra sua boca.

Enrolei minha perna em seus quadris, puxando-a para mais perto como se fosse possível, suspirando pesado em seus lábios enquanto minha manha mostrava o quão necessitada me sentia. Certamente, não havia nenhum problema em minha cabeça, não agora. Não havia espaço para eles.

— Não, Dahlia, chega. — Ela para, suspirando de uma vez, como
se expulsasse o desejo de seu corpo. — Você não está bem. Não vou te submeter a isso.

E virou de costas, indo para fora do quarto e batendo a porta, me deixando choramingando e necessitando.

— Desgraçada. — Sussurrei para mim mesma.

Arrogance • Billie Eilish [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora