0.4

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Era a festa de aniversário da empresa. Hoje, O'Connell Cinema completava seus 5 anos, e apesar de tão nova no mercado, era um grande sucesso. Assumi que era por isso que o salão estava lotado.

Um vestido bege-esbranquiçado com um glitter imperceptível caía sobre meus cotovelos, destacando os saltos altos pretos com tiras que subiam até o início da fenda que deixava minha coxa exposta. No meu pescoço, um colar de coração que ficava próximo ao decote.

Uma moça segurando uma bandeja com taças de bebidas variadas parou bem de frente a mim, e nem pensei antes de pegar uma taça de tequila.

— Ok. Agora eu vou tentar falar com ele de verdade. — Cláudia expira.

— É a décima vez que você diz isso hoje. — Rio baixo. — Só vai de uma vez. O não você já tem, agora você tem que persistir pelo sim.

Aconselho minha amiga, esperando sua resposta.

— E se ele me humilhar?

— Per Dio, Cláudia. Você está falando de Finneas O'Connell, já viu algum homem mais cabaço que ele? — Eu me divirto com minhas próprias palavras.

De repente, a música desanimada que antes tocava, para, e somos surpreendidos por um barulho agudo de microfone se ligando.

Meus olhos localizam uma Billie ajeitando a gola de seu terno rosa bebê.

— Olá, meus caros convidados! — Ela quebra o silêncio com sua voz cheia de ego. — Obrigada por comparecerem hoje. A presença de vocês é muito importante.

Não é como se eu tivesse outra escolha.

— Sabemos como a O'Connell Cinema é bem sucedida, e isso não seria possível se não fosse nossos funcionários fiéis. Obrigada a vocês também. — Agradece, seus olhos fixados em mim. Levanto uma sombrancelha em modo desafiador. — Eu apenas subi aqui para avisar que é hora da valsa.

A festa fazia referência ao final de 1970, alguns dos convidados estavam seguindo o tema, outros nem tanto.

Eu vou fazer de Finneas meu par, só me assista! — Minha amiga sussurrou próximo ao meu ouvido, se levantando.

Me levantei também, seguindo as pessoas que formavam duas linhas de pessoas a quem supostamente seriam nossos pares. A dança era uma valsa tradicional, e quem não soubesse a coreografia teria a opção de não fazer parte da dança.

Quando a música começou, Jack William, meu par, se aproximou, pegando minha mão e começando a dança.

Eu mergulhava entre a melodia da música e me tornava parte dela. O ambiente exterior não me importava, eu estava muito focada em meus próprios passos.

Tive a visão de Cláudia dançando de braços dados com Finneas, e sorri genuinamente, me lembrando do passo de troca e voltando a focar na dança.

Meus olhos perderam o seu brilho assim que viram que meu par pelo próximo minuto seria Billie O'Connell, que tinha aquele seu sorriso orgulhoso típico de si.

Eu deveria fazer isso ao meu favor de alguma forma.

Pisei em seu pé de repente, não fazendo questão de omitir que havia sido de propósito. A de fios verdes geme baixo, afastando seu pé do meu.

Você é uma garota muito má, Dahlia Clifford. — Sussurra quando nos aproximamos. Sorrio de lado.

— Você é uma garota muito irritante, Billie O'Connell. — Mordo meu lábio inferior.

— Então aparentemente temos algo em comum.

Quando seu sussurro termina, o próximo par vêm até mim.

A dança durou por volta de 10 minutos, e foi bem interessante e animada. A primeira coisa que vi quando acabou, foi Cláudia e Finneas conversando entre si.

Dei um sorriso de missão cumprida e peguei minha bolsa para ir embora, tomando um último gole do copo de tequila que havia deixado descansando sobre a mesa.

Quando me levanto para finalmente sair, alguem puxa minha bolsa, e com um olhar indignado me viro de costas apenas para me dar de caras com O'Connell com minha bolsa em mãos.

— Você não tem outra pra incomodar? — Puxo minha bolsa de sua mão.

— Todas as outras ficam se jogando para mim, Clifford.

— Então agora você está com vontade de comer uma buceta difícil? — Rio curtamente.

Billie me olha com curiosidade, uma de suas sombrancelhas arqueadas.

— Ninguém aqui falou em buceta. Sua mente anda muito suja. — Ela diz, um sorriso pretensioso em seus lábios carnudos.

— O que esperar de alguém como você? — Arqueio a sombrancelha.

— Bem, eu espero respeito de um funcionário, e não tenho. Não podemos criar tanta expectativas, não acha? — Torce a testa.

— Talvez você devesse começar a pensar em outro conceito de respeito. Um que não envolva submissão. — Dou uma piscadela.

Eu consigo ver Billie morder o interior de sua bochecha, rindo de uma maneira intimidante, mas eu simplesmente não dou a mínima.

O silêncio entre nós me incomoda um pouco, mas eu não desvio meu olhar dela, tentando a intimidar de alguma maneira.

— Oh. Nunca te pensei em ver sem palavras. — Franzo a testa em surpresa. Seus olhos me encaram com ódio, mas eu continuo encarando sua imensidão azul. — Até a próxima, Lazuli.

Digo o apelido com deboche, dando de ombros e revirando os olhos. Saí da festa em um passo rápido, dando mais um vislumbre em Cláudia e Finneas, que pareciam mais íntimos que nunca.

Esse há de ser um longo natal.

Arrogance • Billie Eilish [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora