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⚠️ AVISO DE GATILHO ⚠️

Esse capítulo contém menção a abuso sexual e pedofilia, relacionado a infância de Billie.

Não leiam se forem sensíveis.

Billie O'Connell

Eu sempre tive uma paixão por fotos. Cresci querendo ser fotógrafa quando fosse mais velha. Não porque eu era boa em fotografia, apenas porque eu adorava.

Quando eu era pequena, sempre que meus pais começavam a me filmar, eu sempre dizia: “Quero ver”. Eu não suportava não estar atrás da câmera.

Minha mãe costumava dizer que seus interesses de quando você tinha três anos de idade sempre se mostram na idade adulta, mas nesse caso, acho que se mostraram mais cedo, e isso foi perigoso.

Como uma garota de treze anos na sociedade, tendo o sonho de me juntar a indústria cinematográfica mas não tendo ninguém para abrir meu caminho, eu tive que achar meu caminho.

E não foi a melhor forma de chegar a esse ponto. O esforço pode ter sido válido, mas me perturba saber os meios.

Homens velhos sempre conseguem o que querem, principalmente diante jovens entrando em sua adolescência, e quando elas tem um sonho, é muito mais fácil atrair elas; é muito mais fácil olhar através delas.

— Luzes, câmera, ação.

A atenção da sala de gravação se virou pra mim. Deixei meu constrangimento de lado e fazendo o que vim para fazer, o que me esforcei para fazer.

O meu primeiro papel semi-principal em um filme de um diretor aclamado.

— Puxe a manga da camisa e ajeite a postura. — O diretor gritou do outro lado.

— Mas a manga já é bem fina... — Torci meu rosto.

— Caddie a usa assim na história original... — O adulto disse, irritado.
Engoli a seco, colocando a fita do cropped apertado para o lado, deixando meus ombros expostos.

Viajar para Orlando para fazer um filme foi um sonho se realizando, uma viagem totalmente de graça, um papel importante, um preço bom e um filme com roteiro bem produzido.

Mas eu já queria ir pra casa.

É óbvio que eu sentia falta da minha família, mas esse não era o ponto principal. Todos os homens daquele estúdio pareciam olhar pra mim com uma atenção que não deveriam.

Quando terminei de gravar mais uma cena, o diretor me chamou pra sua sala, me deixando apreensiva sobre o seu comunicado.

— É bom te ver, Billie. — Sorri com seu cumprimento, me sentando sobre sua cadeira.

— Bom te ver, senhor Howard. Posso saber por que me chamou? — Fui direto ao ponto, brincando com meus aneis, nervosa.

Meus cabelos loiros naturais caiam sobre a camiseta larga que eu usava para dormir no trailer, eu estava desengonçada e com bastante sono.

— Como você sabe, querida, as gravações estão chegando ao fim. — Assenti com um sorriso. — E não dá pra negar que você é uma ótima atriz.

— Obrigada, senhor, eu me empenho muito. — Engulo a seco com o elogio.

— É isso que me atraí em você, Billie. Você dá o seu melhor. — O homem de em média 40 anos disse, destacando seu sorriso. — E é por isso que pensei em te encaminhar para um filme de um diretor afiliado a minha agência, como uma personagem principal. Você sabe... abriria oportunidades.

Abri meus olhos, em choque, abrindo a boca surpresa, e piscando meus olhos forte algumas vezes.

— Você faria isso por mim, senhor Howard? — Sorri, genuinamente.

— É claro, docinho. — O mais velho levou a mão até meu queixo acariciando minhas bochechas. — Mas você sabe que tudo tem um preço, não sabe...?

Levantei meu olhar, cuidadosa com o que ele falaria a seguir, escutando suas palavras atentamente.

— Eu não tenho dinheiro. Eu sinto muito. — Disse, sentido minha voz embargar, mas o choro que ameaçava vir foi interrompido por uma risada engasgada.

— Eu não preciso de dinheiro. — Ele disse, convencido.

— Huh? Então o que mais eu posso te oferecer...? — Eu pergunto, genuinamente confusa.

— Muita coisa.

O homem me olhou de cima a baixo, com olhos atentos e secando cada parte de meu corpo, me fazendo me sentir quase desesperada.

— Não... eu... quero ir pra casa. — Disse em pausas. — Obrigada pela oportunidade, senhor Howard, mas eu quero ir pra casa.

Ele riu de leve.

— Não vai te custar muito, querida. Não vai ser tão caro pra você, mas vai ter muito lucro. Isso eu te garanto. — Disse, convincente.

Meu cérebro imediatamente buscou refúgio nas memórias futuras que meus sonhos prometiam, deixando em segundo plano o medo de sua proposta.

— Você sabe que não vai conseguir fazer isso sozinha, não é?

Eu sei que não consigo fazer isso sozinha.

Engulo a seco, me atrevendo a olhar pra cima com olhos cheios de lágrima e de pesar.

— Fez a decisão certa. — Afirma, se aproximando de mim.

Eu gostaria de pedir desculpas pra minha eu de 13 anos. Eu quero tanto me convencer de que foi exclusivamente minha culpa, pra não ter que lembrar que existiam homens nojentos o suficiente pra usar o sonho de uma criança contra ela.

Eu queria acreditar que o mundo não era cruel.

Mas tiraram a minha inocência quando eu era nova demais pra saber o que ela significava, e levaram consigo a paz que eu pouco tive.

E é obvio que isso me herdou um futuro de ouro, mas eu me pergunto toda vez que não consigo afastar a memória;

valeu a pena?

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N/A:

Minha parte preferida de escrever fanfics chegou! Desenvolver o passado traumático que minhas Billie's não podem deixar de ter <3

Fãs da Lana del Rey, sim, a história da Billie é inspirada em 'Put me in a movie'.

O capítulo ficou ruim, e eu sei que foi um salto muito grande, principalmente sendo o primeiro dos poucos pontos de vista da Billie.

Arrogance é bem diferente de Always Look Behind You em vários aspectos, sendo um deles que Arrogance é bem menos pesada por ser algo que fiz em um impulso, e não era pra ter significado (diferente de ALBY, que tem, mas vocês só vão descobrir no fim 😚)

Enfim, personagens sem traumas são personagens descaracterizados e sem identidade. Se acostumem se vão ler minhas futuras fanfics!

'Tô trabalhando, 'tô bem ocupado. Perdão pela falta de atualizações, não sei o que fazer com Arrogance.

'Tive questionando apagar, mas vocês parecem gostar.

Se algo incomodar vocês, me avisem!

Beijo, adoro vocês!

Arrogance • Billie Eilish [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora