09 ⏤ (R)emover a tempestade

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  De repente ficou tanto frio. - Isabela esfregava as mãos tentando aquecer seu corpo gelado no meio da neve.

Está tão escuro, nem uma estrela no céu, sem nenhum som para ser ouvido e a realidade turva meu controle sobre meus poderes estão se indo aos poucos com a luz desaparecendo até o mundo ficar pra trás.   Vamos colocar os casacos. - sugeri e de seguida todos abriram as mochilas e tirando a peça de vestuário pra aquecer nossos corpos. Tentava invocar alguma água pra beber já que minha garrafa tava vazia porém fracasso um pouco pela exaustão, ainda não sei controlar bem os meus poderes aquáticos.

Mirabel tinha um casaco castanho que ela própria fez, ao ver o quão linda ela ficava nele corei um pouco.   Você tá tão linda. - abracei ela com carinho enquanto a mesma sorria toda vermelha que nem um tomate. No dia coberto de neve, envoltos pelo ar gelado e nossos corpos levemente aquecidos apenas.   Vêm. - de mãos dadas vamos até o silêncio mágico que nos acolhe enquanto eu a conduzo até lá, vendo os flocos de neve dançarem ao redor dela, derretendo-se suavemente em sua pele.

  Minha língua tá muito quente, não consigo que fique nem dois segundos intacto.

Nossas risadas ecoam pelas árvores enquanto nos envolvemos numa divertida luta de bolas de neve, cada toque trazendo à tona um calor reconfortante entre nós.

Exaustos e radiantes, nos recostamos sobre as delicadas gotículas de água congelada, unindo nossas mãos enquanto a neve continua a cair, testemunhando o início de um laço etéreo entre nossas almas e fechando ele com um beijo aquecido.

Após alguns minutos voltamos ao grupo continuando a caminhada e sentindo pequenos flocos de neve caírem por cima com ainda mais intensidade; quanto mais andávamos mais a neve se intensificava, até que não podíamos aguentar mais.   Devíamos voltar e esperar que a tempestade de neve passe. - Camilo colocou o seu chapéu de frio mas nem isso impedia seus cachos de ficarem tão duros que nem gelo. Ele olha pra trás mas já não dava pra identificar o caminho pelo qual viemos dando uma sensação de estarmos perdidos no meio do nevão.   Parece que não vamos poder voltar.

Mirabel tentava andar mas afundava e tanta neve acabava tampando as lentes dos seus óculos.   Nem continuar, está a ficar cada vez mais forte. - ela segura na ponta do vestido exprimindo nervosismo e uma certa ansiedade pelo momento.

  O quê? - Isabela gritava sem conseguir o que sua irmã tinha dito.

  EU DISSE QUE NÃO VAMOS CONSEGUIR CONTINUAR, A NEVE ESTÁ FICANDO MAIS FORTE.

  Meninas vocês deviam baixar o tom. - Dolores tentava chamar atenção, mas já era tarde.   Se não vocês vão provocar uma... - ela para de falar quando vê o que temia.   AVALANCHE. - ela gritou ao ver uma vindo na direção a gente com toda velocidade.

Entramos em pânico e corremos o mais rápido que conseguimos, porém a avalanche os apanha a todos.

18:22

Abria lentamente meus olhos, acabei desmaiando com o forte impacto ao me levantar vejo que estava sozinho no local me preocupando que eles possam ter ido embora sem mim; sempre era melhor que ter o pior cenário vagando em minha mente.   Mirabel, Camilo, Isabela, Dolores? Alguém tá aí? - porém ninguém respondeu, já tinha parado de nevar mas havia neve espalhada por toda a parte.

Assim que fico cansado de andar pela neve a procura deles, continuando sem algum sinal coloco as mãos cobertas por luvas na neve escavando no pó gelado branco a procura de alguém ainda respirando, lanço o preservativo ainda com sêmen longe continuando a escavar e achando um pé ali e era meu melhor amigo.

Tirei Camilo aos poucos da neve, até que o ver seu corpo por completo. Ele também havia desmaiado e chacoalho para acorda-lo mas nada resultava; então o molho um pouco na cara e Camilo desperta me fazendo sentir um pouco de alívio pelo domínio em meus poderes porém ainda permanecia com um aperto no peito.

Um novo Madrigal?Onde histórias criam vida. Descubra agora