SUSAN
Em geral, me orgulho de ter a cabeça no lugar e de tomar decisões sensatas, mas concordar em dar aulas para Emily? Mais idiota impossível.
Na noite seguinte, no caminho até a casa dela, ainda me crucifico por isso. Quando me encurralou na festa da Sigma, tinha total intenção de lhe dar um fora para ela parar de encher o meu saco, mas aí ela ficou exibindo Olívia bem diante do meu nariz como se fosse uma cenoura, e caí feito um patinho.
Perfeito. Agora estou misturando as metáforas.
Acho que está na hora de admitir a triste verdade: meu bom senso é zero quando se trata de Olívia. Na noite passada, saí da festa com o propósito único de esquecê-la, e, em vez disso, deixei Emily Dickinson me alimentar da emoção mais destrutiva para a humanidade - a esperança. Esperança de que Olívia possa prestar atenção em mim. Esperança de que possa me querer. Esperança de que talvez tenha finalmente encontrado alguém capaz de me fazer sentir alguma coisa.
É vergonhoso como estou caidinha por ela.
Paro o carro na entrada da casa, atrás do Jeep de Emily, ao lado de uma picape preta reluzente, mas deixo o motor ligado. Fico me perguntando o que minha antiga psicóloga acharia se soubesse do acordo que acabei de fechar com a capitã do time de hóquei. Acho que seria contra, mas Carole vive batendo na tecla do empoderamento. Sempre me encorajou a tomar as rédeas da minha vida e agarrar qualquer oportunidade que me permitisse deixar a agressão no passado.
E de uma coisa sei: saí com duas pessoas desde o estupro. Dormi com as duas. E nenhuma delas me fez sentir tão excitada quanto Olívia Nikkanen conseguiu com um único olhar.
Carole me diria que vale a pena explorar a oportunidade
Emily mora numa casa geminada de dois andares, revestimento de estuque, uma varanda na entrada e um gramado surpreendentemente bem cuidado. Apesar da relutância, forço-me a sair do carro e caminhar até a porta. As paredes reverberam um som alto. Uma parte de mim torce para que ninguém escute a campainha, mas ouço o som abafado de passos atrás da porta, ela se abre, e me vejo diante de uma garota alta, com cabelo escuro solto e um rosto esculpido que parece saído de uma capa da GQ.
-Ah, oi- ela cumprimenta com a voz arrastada, me olhando de cima a baixo. - Meu aniversário é só semana que vem. Mas, se isso for um presente adiantado, quem sou eu para reclamar, gata.
Claro. Eu deveria ter imaginado que as companheiras de república de Emily são tão detestáveis quanto ela.
Aperto os dedos ao redor do elástico da minha enorme pasta, me perguntando se sou capaz de voltar para o carro antes que Emily saiba que estou aqui, mas meu plano maligno vai por água abaixo quando ela aparece na porta. Está descalço, usando uma calça moletom e uma regata cinza surrada, e o cabelo está molhado como se tivesse acabado de sair do banho.
-Oi, Gilbertiz -cumprimenta, descontraída. - Está atrasada.
-Eu disse oito e quinze. São oito e quinze.- Encaro friamente a srta. GQ - E se você estava sugerindo que pareço com uma prostituta, considere-me ofendida.
-Você achou que ela fosse uma prostituta? - Emily arregala os olhos para a amiga. - É a minha professora, garota. Mais respeito.
-Não achei que fosse uma prostituta... Achei que fosse uma stripper, -retruca a loira, como se isso melhorasse as coisas.- Tá até fantasiada, caramba.
Ela não deixa de estar certa. Meu uniforme de garçonete não é exatamente muito discreto
.-Aliás, quero uma stripper de presente de aniversário - anuncia GQ - Acabei de decidir. Se vira.
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O ACORDO - EMISUE
RomanceEmily e Susan. Ambas são o opostos: Sue, faz parte do grupo dos músicos e artistas, tem poucos amigos, e passa seu tempo na faculdade focada em superar o passado e ajudar financeiramente seus pais. Já Emily é a garota mais popular do pedaço, sabe ap...