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Susan

- Não acredito que isso tá acontecendo, - anuncia George - mais ou menos pela milionésima vez -no banco de trás do Jeep de Emily. Ao seu lado, Camilla suspira e concorda - também - pela milionésima vez:

-Quem diria, né? Estamos no carro de Emily Dickinson. Parte de mim tá com vontade de dar uma de Carrie Underwood e gravar meu nome nos assentos de couro.

- Não se atreval - ameaço do assento do motorista.

- Relaxa, não vou fazer nada. Mas parece que se não deixar minha marca neste carro, ninguém nunca vai acreditar que estive nele.

Caramba, nem eu posso acreditar que ela está aqui. Vinnie ter topado vir para Cambridge comigo não foi nenhuma surpresa, já que ainda está em busca de detalhes a respeito de Emily, mas me espantei que Camilla e George tenham insistido em vir junto.

Até o momento, os dois já me perguntaram pelo menos duas vezes durante a viagem se Emily e eu estamos namorando. Usei minha resposta padrão - só saímos às vezes. Mas está ficando cada vez mais difícil convencer a mim mesma disso.

Seguimos pelo restante do trajeto cantando aos berros. George e eu cantamos juntos, e nossa harmonia é absurdamente incrível por que não chamei George para um dueto, droga? Vinnie e Camilla seriam incapazes de cantar de forma afinada nem que suas vidas dependessem disso, mas se juntam a nós nos refrãos, e estamos todos muito animados quando paro o carro no estacionamento da arena de hóquei.

Nunca vim a Harvard antes e gostaria de ter mais tempo para explorar o campus, mas já estamos atrasados, então levo meus amigos para dentro, porque não quero correr o risco de não encontrar lugar. Fico espantada com o tamanho da arena, bastante moderna, e com a quantidade de pessoas aqui esta noite. Por sorte, encontramos quatro lugares vazios perto do lado da Briar no ringue. Não perdemos tempo comprando comida, já que devoramos uma tonelada de batatinhas no caminho.

-Certo, como funciona esse jogo mesmo? - pergunta George.

Sorrio.

-Sério?

- É, sério. Sou um garoto de Biloxi, Susie Acha que sei alguma coisa de hóquei?

- Muito justo.

Enquanto Vinnie e Camilla conversam sobre uma de suas aulas de teatro, faço um rápido resumo a George sobre o que ele pode esperar. No entanto, quando as jogadoras surgem no gelo, percebo que minha explicação não lhes fez justiça. Este é o primeiro jogo de hóquei que vejo ao vivo, e não esperava o clamor da multidão, o volume ensurdecedor do sistema de som e a rapidez surpreendente das jogadoras.

Emily joga com a camisa 44, mas não preciso nem olhar para o número para saber qual das jogadoras de preto e prata ela é. Está no centro da linha de ataque e, no segundo em que o árbitro deixa cair o disco, ganha a disputa inicial e faz um passe para Abby que eu pensei que jogava de ala, mas, aparentemente, faz parte da defesa.

Estou ocupada demais prestando atenção em Emily para me concentrar em qualquer uma das outras jogadoras.

Ela é... hipnotizante.

Se já é alta sem patins, agora parece enorme. E é tão veloz que tenho dificuldade de acompanhá-la com o olhar. Voa sobre o gelo, perseguindo o disco que Harvard roubou de nós e marcando a adversária como uma profissional. Briar sai na vantagem, graças a um gol de uma jogadora que o locutor chama pelo sobrenome Berderon, e levo um segundo para perceber que está falando de Birdie, a aluna do último ano de cabelos escuros que conheci no Malone's..

O cronômetro no placar vai diminuindo, mas, quando penso que Briar vai conseguir fechar o primeiro período sem levar um gol, uma das atacantes de Harvard faz uma finalização rápida em cima de Allie e empata o jogo.

O ACORDO - EMISUEOnde histórias criam vida. Descubra agora