O ACORDO - EMISUE

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Alerta gatilho

SUSAN

É a segunda vez em duas semanas que acordo nos braços de Emily Dickinson. Só que desta vez... gosto de estar aqui.

A última noite acabou sendo uma sequência de experiências reveladoras, bebi em público sem ter um ataque de pânico. Fui forçada a aceitar que o estupro me afetou muito mais do que me permiti admitir.

E decidi que Emily é a resposta para todos os meus problemas.

Minha tentativa de sedução pode ter falhado, mas não por falta de vontade da parte de Emily. Sei exatamente o que estava se passando na sua cabeça "Susan está bêbada e não está pensando direito"

Mas ela estava errada..

Meu cérebro estava funcionando direitinho na noite passada, Beijei Emily porque quis. Teria dormido com ela porque queria.

Agora, à luz do dia, continuo querendo. Ver Sam me deixou com medo e insegura, e passei a questionar o que aconteceria se eu me envolvesse com Olivia

Questionar se estou apenas atraindo mais frustração e decepção para a minha vida.

Por mais louco que isso pareça, um teste com Emily pode ser tudo o que preciso para trabalhar meus problemas. Ela mesmo disse que não namora, só faz sexo casual com as garotas. Não há risco nenhum de se apaixonar por mim ou exigir um relacionamento. E não dá para ignorar a química entre nós. Temos tanta que poderíamos inspirar uma música de R&B.

Seria o arranjo perfeito.

Eu poderia transar com uma garota sem me prender a toda a pressão de um relacionamento. Com Sam, meus problemas sexuais tornaram-se cem vezes piores por causa dessa pressão, porque a parte sexual estava enroscada com a amorosa.

Com Emily, pode ser só sexo. Uma tentativa de juntar os cacos da minha sexualidade sem me preocupar em decepcionar alguém que amo.

Mas, primeiro, preciso que ela concorde com isso.

- Emily, - sussurro.

Ela não se move.

Eu me aproximo e acaricio sua bochecha. Suas pálpebras vibram, mas ela não acorda.

- Emily, - chamo de novo.

- Hmmm?

Seu resmungo me faz sorrir. Eu me inclino e pressiono os lábios nos dela..

Seus olhos se abrem.

- Bom dia, - digo, inocentemente.

Ela pisca depressa.

- Era sonho ou você acabou de me beijar? - pergunta, grogue.

- Não era sonho.

A confusão embaça seus olhos, mas ela está ficando cada vez mais alerta.

- Por quê?

- Porque senti vontade. - Sento e tomo fôlego. - Você tá cem por cento acordada? Tenho uma coisa muito importante para pedir.

Um enorme bocejo se espalha em seu rosto, enquanto se ajeita numa posição vertical. O cobertor cai até a cintura, revelando seus seios nus, e minha boca fica seca na hora. Emily é lapidada feito um diamante.

- O que foi? - pergunta, com uma voz rouca de sono.

Não existe maneira de frasear isso sem soar patética e desesperada, então simplesmente deixo as palavras saírem e flutuarem no ar.

- Faz sexo comigo?

Depois da pausa mais longa da história, Emily franze a testa.

- Agora?