21. mais feliz comigo

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2007

Stenio passou no apartamento para buscar Drica.

- Oi. Cadê ela?

- Tá no banho. Senta aí, não vai demorar.

Stenio se sentou e observou um par de tênis masculino alinhado, porém perdido no meio da sala, grudado numa poltrona.

- Seu namorado deixou aí? - Ele perguntou, apontando.

- Ah, é. Ele chegou do futebol e.. Enfim. - Heloísa não deu muita importância e voltou a prestar atenção em seu celular.

- Você lembra quantas vezes já brigou comigo por deixar meu chinelo na sala? - Ele riu fraco, olhando ao redor. Notou também uma jaqueta do cara pendurada na mesa de jantar. - A gente vivia em pé de guerra por umas coisas tão simples.

- Tu largava tudo em todo lugar. - Ela riu se lembrando. - Eu queria te matar com a toalha molhada em cima da cama. Tu lembra?

Ele riu junto, assentindo.
Foi ficando sério com uma expressão de dor em seu rosto.

- E agora você aceita tanta coisa de um cara que nem é o pai da sua filha. - Ele riu baixo, achando a vida irônica. - Um cara que nem te faz feliz. Que você voltou entediada do primeiro encontro com ele.

Stenio balançou a cabeça negativamente, inconformado. Se levantou.

- Stenio.. - Não é bem assim também. - Heloisa deixou o celular no sofá e se levantou indo atrás dele. - Para!

- Me fala que não foi mais feliz comigo do que foi com ele, e eu paro.

Ele colou o rosto no dela encarando o fundo de seus olhos. Heloisa o olhou. Gaguejava e não sabia o que dizer. Colocou a mão no peitoral dele para empurrar ele pra longe.

- E-e-eu.. Você..

Stenio a puxou pelo cabelo, beijando sua boca de maneira intensa. Heloisa correspondeu, segurando o rosto do advogado com as duas mãos. Ela foi andando com ele, até encostá-lo na parede da sala. As mãos de Stenio deslizaram por todo seu corpo, suas costas, sua cintura, trazendo Heloísa mais para perto. As dela, deslizavam pelo peitoral, ombros e braços do homem.

Ela se lembrou do namorado e se afastou automaticamente.

- Meu Deus.. - Ela tampou a boca com as duas mãos, se afastando de Stenio.

- Escuta, você..

Drica apareceu saltitante.

- Chegueeeeeiiiiii papaizinhoooo - Ela correu até Stenio e abraçou a cintura do pai. - Vamos?

- Sim, mas eu preciso falar com a sua mãe um pouco, você pode ir pro seu..?

- Não, vocês vão embora agora. - Heloísa o cortou. - A Drica tá ansiosa pra ir pro shopping, né filha?

Heloisa andou até a porta, abrindo a mesma.

- Tchau. - Ela murmurou, querendo expulsá-lo.

Pai e filha andaram em direção a porta, Stenio segurava a mão de Drica.

- Helô, eu..

- Tchau, amor. - Ela agachou e beijou o rosto da filha. - Te amo muito, e te vejo em alguns dias. Se precisar de alguma coisa, é só ligar pra mamãe.

Assim que ficou de pé, Stenio se aproximou para beijar seu rosto. Heloisa virou bastante o rosto para que ele ficasse distante de sua boca.

- Você traiu seu namorado com o Stenio?

- Eu vou ter que me matar. É isso. Não vai ter jeito. - Heloísa olhava para a avenida que o barzinho onde estava dava. - Será que se eu me jogar na frente de um carro em alta velocidade ele passa por cima de mim de uma vez?

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