30. eu... / eu sei. eu também.

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2011

- Vim buscar a Drica pra dar carona pra.. - Disse Stenio entrando no apartamento dela.

Viu Helô de camisola e robe sentada à mesa de jantar.

- Se perdeu, meu filho? Ela foi pra casa da Marcela faz umas duas horas. Vai dormir lá. Ela não te avisou não?

- Sério, Helô? - Ele se aproximou, observando enquanto a delegada enrolava o próprio cabelo fazendo um coque.

Creusa ouviu a voz dele lá de dentro e já foi trazendo um prato e uma taça para que ele jantasse com Heloísa.

- O que é isso? - Ela estranhou, chamando a atenção de Creusa. - OW. Onde já se viu, gente?

Stenio foi se sentando à mesa junto com ela.

- Inacrê. - Balançou a cabeça negativamente.

- Ah, qual é, eu dirigi até aqui atoa!

- E o dotô Stenio gosta tanto desse prato, né dotô?! - Creusa disse servindo ele.

- Amo! Sou apaixonado, você sabe. Tudo que você faz é demais, Creusita.

Ela deu um beijo no rosto de Stenio e se foi depois de servir o vinho que Helô tomava para ele também.

Heloísa ficou encarando ele.

- Eu devo ter tacado pedra na cruz pra merecer uma coisa dessas. Ter que jantar com meu meu ex marido numa plena sexta-feira à noite. - Ela terminou o vinho da taça e encheu mais.

- Você já tava indo dormir? - Ele puxou assunto, notando a camisola.

- To confortável na minha casa porque eu não queria visita nenhuma né Stenio. - Ela o encarou.

Stenio gargalhou.

- Que pena, ganhou companhia. Humm, isso aqui tá uma delicinha, ein?!

- Vai, come logo e vai pra sua casinha. - Ela forçou um sorriso para ele. - Que eu bem sei que você tá ajudando a meliante a esconder nota baixa de mim e eu não to boa com você.

- Que dia que você tá boa comigo né? A última vez foi.. Nem sei, em noventa e dois. - Stenio riu sozinho, levando a taça de vinho até a boca e tomando alguns goles.

- Tu é um palhaço mermo.

- Fica tranquila. Eu to cuidando de tudo.

- Eu imagino o seu cuidar. Mas não quero saber, to cansada demais pra saber. - Heloísa já estava na quarta taça de vinho.

- Oh Helô. Tá tudo bem? - Ele se preocupou ao ver que ela realmente estava mal.

Ela foi pro sofá com a segunda garrafa de vinho. Abriu e serviu mais.

- Tudo ótimo.

Stenio se sentou ao lado dela.

- Fala comigo, poxa. Você tinha dito que não se opunha a nossa amizade..

Heloísa suspirou.

- É só trabalho.

- Tudo bem, eu to aqui pra ouvir. Lembra? Na saúde, na doença.. Na calmaria e na irritação.

- Não tinha essa parte no nosso casamento. - Ela estranhou.

Ele riu.

- To adicionando agora. Vai, fala.

- Não é nada demais, só to me sentindo frustrada. Faz mais de um mês que eu to tentando rastrear um cara e.. Enfim. Sem sucesso. A investigação parece que tá congelada e eu me sinto muito inútil, pra todo canto que eu vou eu sempre me vejo numa rua sem saída no final das contas.

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