Steps

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POV. Harry

Assim que entrei no quarto encostei as costas na porta e respirei fundo juntamente de olhos fechados, minhas pálpebras estavam pesando e eu estava exausto, mal conseguia pensar no que tinha acontecido e no rumo que as coisas estavam tomando, meus cabelos estavam suados e eu estava totalmente cansado mas antes de deitar precisava de um banho.

Fui até o armário e o abri calmamente e de abrupto olhando para a primeira prateleira, aquela caixinha, maldita caixinha, não estava mais lá, não me lembro que fim ela teve assim que me tiraram do quarto mas com certeza deve ter sido levada para análise de digitais ou algo parecido, não era impossível ter minhas digitais nela já que eu toquei na tesoura assim que á vi, mas era impressionante como todas as pistas levavam a mim, eu não sei quem é o assassino e nem sei porque está fazendo isso mas de qualquer forma está sendo muito bom em se esconder e fazer com que todas as pistas levassem a mim como culpado mesmo que eu não fosse.

Ouvi um barulho de motor de carro próximo a janela do meu quarto que ficava no último dormitório, ao lado do estacionamento e despertei de imediato tentando manter meus olhos abertos e mudando o foco do olhar. Tentei achar uma toalha mas meus olhos estavam tão fechados que acabei pegando um lençol e abri os olhos irritado quando senti o tecido fino demais para uma toalha. Joguei o lençol em cima da cama e apertei o interruptor da luz para ligá-la, o quarto estava iluminado somente pela luz do poste da rua que entrava pela janela aberta acompanhada de um vento extremamente frio.

Achei uma toalha qualquer e ouvi um barulho de passos, como se fossem saltos finos indo de encontro ao chão.

Fui até a janela e fiquei observando um pouco escondido a saída do estacionamento, sem demora uma mulher saiu de lá segurando uma bolsa e uma chave de carro provavelmente o carro que eu ouvi sendo desligado, ela parou um pouco na entrada e pela luz sendo refletida totalmente no rosto dela pude ver que ela estava chorando, seu rosto estava avermelhado e inchado como se estivesse chorando a muito tempo, mas o que uma mulher estava fazendo aqui a essa hora da noite?

- Aconteceu alguma coisa? - perguntei com um pouco de receio e a mulher pareceu se assustar olhando em volta procurando de onde a voz tinha vindo.

- Quem está aí? - ela perguntou cautelosa com a voz embargada.

Coloquei a toalha em cima da cama e desliguei a luz, o banho podia esperar um pouco.

- Esta tudo bem, eu não vou te fazer mal. - disse saindo do dormitório e me aproximando da mulher que me olhou com os olhos arregalados e deu um passo para trás.

- Não se aproxime. - ela disse com a voz trêmula. - Eu não tenho dinheiro, eu não tenho nada, por favor não se aproxime.

Que?

- Eu não sou um ladrão. - disse franzindo as sobrancelhas - Eu sou um padre. - ela me olhou estranha.

- Vestido assim? - pisquei uma vez confuso e olhei para baixo analisando minha roupa, realmente eu não parecia um padre vestido assim mas se eu dissesse que tinha vindo da cadeia a mulher teria uma parada cardíaca aqui mesmo.

- Bom..Eu estava fora do internato essa semana, e cheguei agora por isso não vesti minha roupa ainda.

- Eu não confio em padre que não usa bata. - ela disse me olhando torto.

- O que você está fazendo a essa hora em um local onde só tem homens? - perguntei cruzando os braços enquanto ela parecia relaxar a tensão aos poucos.

- Eu vim buscar o meu filho, já falei com o padre principal e ele avisou que eu viria. - ela disse ajeitando a bolsa nas mãos.

- M-mas a essa hora? - perguntei desconfiado.

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