50 Capítulo

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Nalu

malu - não pô, cada um com seu sacrifício. cada qual com o seu mérito, se ligou - falou sentado na areia da praia.

cabelinho - carrego essa visão comigo também, tá ligada? - olhou para o mar - já sofri pra caralho na mão de nego, menor.

nalu - eu acho que todos nós já sofremos um bocado, mas eu agradeço a Deus - olhei pra cima - por todas as conquistas e por dar uma vida muito melhor pro meus coroa.

malu - pá vê tu man - soltou um riso nasal - eu nunca pensava que ia viver a vida que eu levo, nunca mermo irmão, mas é aquele barulho, tu sente que vai acontecer mas não sabe como.

lennon - eu ai - apontou para a Malu - eu e o Léo ralemo pra nós tá aqui pô, lembro que no meu primeiro show tinha umas 30 pessoas mais ou menos, eu fiquei tristão mano e a rapaziada que tava lá percebeu mas falaram pra não desanimar que aquele era só o primeiro.

cabelinho - as vezes bate uma neurose de querer tudo na hora, eu queria que o barulho acontecesse logo se ligou, eu tinha pressa - suspirou - mas aí eu falei pra minha mãe de santo esses bagulho que rondava a minha mente e ela disse pra me relaxar, que tudo era na hora de Deus e não na minha.

nalu - e pra completar tem um monte de nego que te coloca pra baixo, que rir da tua cara mermo, aponta o dedo e diz que aquilo não tem futuro e o pior que muitas vezes vem de quem tu menos espera.

cabelinho - graças à Deus que eu sempre tive o apoio da minha mãe e de uns parceiro meu que tão no corre comigo até hoje - sorri de canto.

lennon - nós venceu irmão, nós venceu pô - sorri olhando pro cabelinho.

nalu - amanhã tem um trabalho importante e tudo isso me faz pensar que valeu a pena sofre no início - brinquei com a areia com a ponta do pé - se tu quer, corre atrás que uma hora tem a glória.

cabelinho - fé em Deus que tudo ele sabe - falou levantando e tirou o excesso de areia da bermuda - bô larica ali, tô varado de fome.

lennon - bô mermo - diz levantando também.

A gente foi até um quiosque que ainda tava aberto e sentamos nas cadeiras. O atendente veio logo nos atender, todos fizeram os seus pedidos e continuamos conversando.

Levantei e fui até o quiosque pedir uma água de coco já que eu não quis nada. Fiquei esperando o moço cortar o coco e chega um cara esquisito perto de mim.

- tá sozinha gata? - perguntou me olhando de cima à baixo.

Olhei pra ele mas não responde e virei o rosto para ver se o atendente tava perto de terminar quando o cara apalpa minha bunda coberta pelo short jeans.

nalu - tá louco filho da puta - falei tirando a mão nojenta dele de cima de mim.

lennon - aí Nalu - levantou da cadeira rapidamente - qual foi?

nalu - esse filho da puta aqui me assediando, esse nojento da porra - empurrei o homem na minha frente que segurou o meu braço.

cabelinho - solta ela cuzão - agora tava os dois levantados vindo na nossa direção.

- aí irmão, relaxa - diz colocando as mãos no bolso - não sabia que a moça linda tava acompanhada.

lennon - rala rapá - partiu pra cima do homem mas eu não deixei.

nalu - Lennon - o olhei - não tem a necessidade, não aqui.

cabelinho - rala irmão - olhou feio pro homem - fica esperto não, nós se tombar por aí tu leva o teu palhaço.

malu - era pra ter dado um soco nesse merda - diz com o semelhante de raiva - não basta o que nós já passemos naquela porra de cidade lá no Ceará, tem que passar por isso aqui.

nalu - isso acontece em todo lugar - suspirei.

lennon - qual é da parada - diz se sentando novamente.

nalu - quando nós éramos mais novas o velho que se diz ser meu vô quase estrupou a - limpei a garganta olhando para a Malu que desviou o olhar pro mar - Laís.

cabelinho - serão - arregalou os olhos.

nalu - claro Victor - franzi a testa olhando pro mesmo - eu ia inventar um bagulho desse?

cabelinho - desculpa pô - levantou a mão em sinal de rendimento - foi mal mermo, só fiquei surpreso.

O moço chega com os pedidos e ficamos todos calados por um tempo.

lennon - sinto muito - olhou pra me e para a Malu.

nalu - não, todo bem - suspirei - desculpa cabelinho, fui grossa demais - ele só pegou na minha mão e sorriu.

malu - o ato só não aconteceu porquê eu e a Nalu chegamos da escola bem na hora, pra tu ter noção a Laís tinha na época 11 anos - falou indignada.

cabelinho - caralho menor - negou com a cabeça - da onde eu venho é morte da hora pacêro.

nalu - nós tinha acabado de sair da escola e fomos mostrar as nossas notas pra Laís e vimos na hora que ela correu assustada pra de traz do guarda-roupa assustada e tremendo - olhei pra Malu novamente que pegou o celular pra disfarçar os olhos marejamos.

lennon - eu nunca imaginava pô, que vocês já passaram por isso - diz surpreso.

nalu - a Malu já foi assediada por esse mesmo homem enquanto ela tava dormindo - me arrepiei de repente - graças à Deus ele nunca tocou em mim. minha mãe só soube disso tudo quando a Laís fez 18 anos, quando ela criou coragem pra contar.

cabelinho - cara - escorou na cadeira - desculpa por ter falado aquilo, serão.

malu - tá de boa pô - se recompôs - mas iae como tá com a gata? - olhou pro victor.

...

- isso Nalu - mais um clique da câmera - perfeita meu amor, agora faz a mesma pose que você faz no início.

Hoje tinha muitas fotos para me fazer e essa já era o último trabalho. A Rebecca, dona da agência disse que talvez eu vá para Bahia fazer um trabalho importante e representar agência em um evento, mas não é nada confirmado.

Sento na cadeira de frente pra penteadeira e tiro minha maquiagem por enquanto que o Alex, o cabeleireiro desfaz o penteado.

alex - como vai a vida da celebridade, hum? - me olha pelo espelho.

nalu - celebridade o que, alex - deu um riso nasal.

alex - tá bom então - fez um bico - falou a mulher que só tem poucos seguidores sem falar que é namorada do L7 - diz em um tom de ironia.

nalu - nós não namoramos e, eu não ligo pra fama, tenho grana no meu bolso por meu próprio esforço - digo pegando outro lenço - e eu não quero ser reconhecida na internet por ser a namorada de um famoso com umas e outras aí são - sorri meiga.

alex - pois deixa eu me calar - fez gesto de fechar a boca com zíper.

nalu - e por falar em namorado - semicerrei os olhos olhando para o mesmo que já tinha terminado - como foi o tal encontro com o cara do aplicativo? hum?

alex - aquele bofe? - fez cara de nojo - acredita que ele broxou na hora do sexo bolado, fiquei indignada menina.

Fiquei ali ainda conversando com o Alex esperando a Malu terminar as fotos que ainda faltavam. Ri horrores das histórias  que o Alex contava dos encontros dele.

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🫠

POR ACASO - L7NNON (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora