INTERROGATÓRIO

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Soraia estava histérica gritando com um policial parado na porta.
Meu pai ao lado, tentava ser mais gentil. Contudo, quando olharam para mim, ambos ficaram em silêncio.

— O que aconteceu? — Gemi, ao sentir uma dor terrível pelo corpo.
— Meu amor, como se sente?
— Pai? O que aconteceu? — Tentei levantar. Suas mãos me detiveram.
— Quem fez isso com você? — Perguntou, minha mãe.
Sua voz estava um tom á cima do comum, o que indicava raiva.
— Isso o quê? — Questionei confusa.
Uma pontada forte na cabeça, me fez estremecer
— Você está deixando ela agitada Soraia. Tem como permitir que nossa filha se recupere?
— Ela pode se recuperar depois que confirmar que quem a empurrou da escada foi Peter Thompson.
Meus olhos se estalaram.

Eu havia caído da escada? Ou melhor, alguém teria me empurrado?
Peter era o responsável?
Que diabos estava acontecem?

Novamente, procurei uma posição melhor, contudo, outra vez me detiveram no mesmo lugar.

— Eu não me lembro de ter caído.
— Como não?
— Eu não lembro Soraia! — Exclamei com convicção.
— Filha, encontram você jogada no chão, com um ferimento na cabeça, e desacordada no pé da escada que leva para o estacionamento da sua faculdade
.Fechei e abri os olhos com rapidez.
— Eu lembro estar descendo as escadas. — Parei.
— E...?
— Só isso. Depois tive um apagão. Ou sirenes um tempo depois, e acordei aqui.
— Não sentiu ninguém te empurrar?

Dessa vez foi o Policial quem me questionou.

Remexi minhas lembranças, bagunçadas, mas não encontrei nada.
Sem vontade de falar, apenas balancei a cabeça negativamente.
Sem mais, o policial e minha mãe saíram juntos.
Carter, se sentou ao meu lado.

— Pai, porque acham que foi o Peter?
Ele me encarou com ternura.
— Querida, os policiais acharam imagens do dia da morte da sua irmã. Na gravação, ela e Peter se encontraram na cafeteria preferida dela, discutiram e foram embora juntos.

Peter e Ava estiveram juntos no dia da sua morte.
Discutiram.
Foram embora juntos.

Aquela informação doeu mais do que minha queda, porque ele tinha mentido para mim.
E eu, burra, confiei nele.
Meus olhos encheram de lágrimas.

— Não sabemos se foi ele. Contudo, Peter se tornou o suspeito principal. Foi chamado oficialmente para um interrogatório. Sua mãe surtou, e já determinou que foi ele. Ela e os Thompson brigaram feio.

Eu não podia acreditar.

— Quanto tempo eu estou aqui?
— Dois dias.
Arregalei os olhos. E segurei o choro.

— Quero ir embora.
— Não sei se será possível. Vou ver com os médicos. Você sofreu uma pancada na cabeça.
Com essa pequena explicação, se retirou.

Todavia, ele estava certo, não obtive alta naquele dia, só dois dias depois.


(...)

Meu pai, assim como Colin e Soraia ficaram em cima de mim o tempo. Claro que meu pai e Colin, por querem zelar pelo meu bem-estar, ao contrário da minha mãe que só queria que eu acusasse, Peter.

DOSE DUPLAOnde histórias criam vida. Descubra agora