COMEÇOS

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— Aqueles garotas são psicopatas. Não há justificativas para o que eles fizeram.
— E o mais louco, é que nem sequer, tentaram se defender. São uns monstros.
— Pior de tudo é que a nossa menina preciosa, achava que eles eram seus amigos.
— Contudo, eles negam tê-la matado.
— E você acredita? Eles tinham motivos.
— Acha que ela descobriu?

Há uma semana, meus pais só conversavam sobre o caso dos "Jogadores que abusaram e mataram a própria amiga". A cidade toda só falava nisso. Essa era a manchete do momento. Criar teorias a respeito, se tornou comum.

Mesmo tentando muito, eu não conseguia me desligar dos acontecimentos.
Diversas coisas se passavam pela minha mente, sufocando-me. Por algum motivo, sentia-me mais inquieta do antes.
Isso precisava acabar.

Com a chegada do feriado prolongado se aproximando, tomei uma decisão.
Para evitar cair novamente na tentação. Mandei uma mensagem para Peter, pedindo um afastamento real, e sério. Ele me ligou várias vezes depois disso, e até tentou me ver, mas minha mãe impediu. Agradeci mentalmente por isso. Na faculdade, entrava e sai correndo. As pessoas em volta aumentaram. A sede por mais detalhes era como uma praga. Ir com Colin para o campo, seria minha salvação.

— Você não deveria viajar, nesse feriado.
— E, porque não?
— Porque só vocês dois, vai ser chato. Vem comigo, e com minha família para a praia. — Sorriu.
Lise estava á dias, empenhada a me fazer mudar de ideia em relação a viajar com Colin.
Para mim, ela tinha ciúmes. Só não sei de quem.
— Eu vou tentar com o Becker.
— Tentar o quê?
— Ele sempre foi meu melhor amigo. E ultimamente, tem alguma acontecendo. Pensei em investir, e ver no que dá.
— E, porque só agora?
— porque rolou só agora.
Continuamos andando até seu carro.
— Peter Thompson, não tem chances então?
A encarei.
— Da onde tirou que tenho, ou quero ter algo com o Peter?
Ela engoliu em seco.
— Eu sei que vocês ficaram esses dias.
— O quê?
— Ah para! Não se faz de tonta.
Esfreguei as mãos no rosto.
— Como você ficou sabendo?
Seus lábios se curvaram em um sorriso largo.
— Eu subi no quarto do Charles aquele dia.
— Droga!
— Relaxa. Seu segredo está bem guardado.
Respirei fundo.
— Enfim... Vou com o Colin. Preciso ficar afastada de tudo, e todos, que me lembram a Ava.
— Eu entendo, mas...
— O quê? Você tenta me dizer alguma coisa, desde que nos conhecemos mais nunca fala.
— Deixa para lá. Eu só sou estranha.
Chegamos a casa antes do (12:00) dia.
O que era raro, de acontecer.

— Posso entrar?
— Claro. — Respondi, meio sem ação.
Entramos juntas, surpreendendo minha mãe, que estava rezando na sala.
— Olá!
— Olá! Você é Lise Moore, filha da Carla, não é?
— Sim, senhora.
— Nós oramos juntas, na sessão das 18:00
— É mesmo? — Olhei de uma para a outra.
— Disso eu não sabia. — Comentou, Lise, sem graça.
— Pois é. Somo irmãs de fé.
— Entendo. — Sorriu, incomodada.
— Quem dera se a Ava tivesse ficado com seu irmão, afinal.
— MÃE! — a repreendi.
— O que foi? Ela não traiu o tal do Peter com ele? Deveria é ter ficado com o Charles. Tenho certeza, que é um menino mais digno.
— Claro, até porque, ele nem traiu o melhor amigo, né? — Disse sem pensar.
Lise tossiu.
— Enfim, sinta-se em casa Lise. E comporte-se Evie! — Disse, antes de sair.
Nós duas nos entreolhamos.
— Vamos subir?
— Claro, mas posso usar o banheiro antes?
— No meu quarto tem.
— Acho que não dá tempo.
Ri baixinho.
— Ok. Em baixo da escada tem um lavabo.
— Te encontro, daqui a pouco.

DOSE DUPLAOnde histórias criam vida. Descubra agora