Capítulo 3

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Derek


Voltamos da viagem e a rotina de todos voltou ao normal. Eu voltei, para o hospital assim como Lexie e Mark. Addie voltou para seu escritório. Voltei a minha rotina de casamento com minha esposa, pra minha vida tranquila e maravilhosa e sem problemas que eu tenho, mas dessa vez não estava tudo tão tranquilo, pelo menos não para mim.

O acontecido na praia comigo referente a Meredith não saía da minha cabeça. Estou até agora tentando entender o que aconteceu, entender o que eu senti e porquê senti. Primeiro eu pensei que fosse algo da minha cabeça, talvez eu tivesse imaginado algo que sequer existe, mas a noite aquele mesmo sentimento me invadiu. Na madrugada eu fui na cozinha pegar um remédio já que a tal virose também tinha me pegado de jeito e nisso, acabei passando pelo quarto de Mer. Ela dormia serenamente de bruços abraçada no seu travesseiro e com um fino lençol lhe cobrindo, estava vestindo uma regata e short como pijama. Parei na porta e a observei, coisa que não costumava fazer, e meus olhos foram parar justamente na parte onde o lençol quase não cobria, abaixo da sua cintura. Foi automático, eu nem pensei e quando vi, estava imaginando coisas muito inapropriadas. Foi quando saí às pressas para tomar uma água e depois de tomar meu remédio, ir direto para cama tentar dormir. Aquilo me pegou de uma forma, que eu comecei a ficar preocupado com minha índole. Por que? Por que agora? Desde que conheci Addison eu nunca tive esses tipos de pensamentos com outra mulher, não sentia vontade, não precisava, mas não sei o que está acontecendo. Bom, talvez seja a crise dos quarenta, eu estou quase lá, talvez seja uma crise que eu vá ter em relação a Addie e nosso casamento. É, acho que é isso.

-Pensando muito?- ouvi a voz de Mark perto enquanto sentava na mesa do refeitório comigo.

-Sim. Eu ando bem ocupado com as cirurgias.

-Oh, claro. Eu fiquei sabendo do último caso, foi bem complicado. Mas você sempre tira de letra.- piscou para mim mas eu apenas cutuquei a batata no meu prato. Estava sem fome.-Você não tá bem. O que aconteceu?

-Só...sei lá, já teve alguns pensamentos que invadiram sua cabeça de uma hora pra outra e você não consegue controlar? Tipo, não só pensamentos mas sentimentos estranhos que você não quer sentir e acaba sentindo?- cutuquei novamente a batata antes de olhar para ele, que estava me olhando de lado e com os braços cruzados.

-Quer que eu chame a psiquiatria?

-Mark...- revirei os olhos. Logo vi Lexie se aproximando e abraçando ele por cima dos ombros, fazendo meu amigo abrir um sorriso de orelha a orelha e dar um beijo na bochecha dela. Sorri vendo a cena e pensando que quando Mark me disse sobre ela, eu achei que não daria certo pela diferença de idade. Na época, ele tinha trinta e cinco e Lexie vinte e um, mas eles se deram bem, ela sempre foi bem madura - mais do que o Mark - e ele desde que conheceu, largou a vida de solteirão que vivia cachorreando para tentar ser o melhor namorado do mundo. Não era do perfil dele, nunca foi, mas depois de Lexie, Mark disse que tudo mudou.

-Achei que estivesse em cirurgia, meu amor.- falou ele a puxando para se sentar conosco.

-Era pra eu estar, mas foi adiada para as oito. Sobre o que estão conversando?

-Derek está tendo uma crise sobre sentimentos.- na mesma hora a morena me olhou com cara de dó e pegou minha mão por cima da mesa.

-Aw, tadinho. Quer conversar sobre?- sorriu gentil.

-Não Lex, obrigado. Seu namorado não sabe guardar segredos íntimos do amigo.

-Da minha princesa eu não escondo nada, Shepherd.- abraçou ela pelos ombros a trazendo para si, e depois depositando um beijo no topo da cabeça.

-Ok, eu tenho que ir. Bom almoço pra vocês.

Tentei ligar para  minha esposa mas ela não atendeu, provavelmente está em alguma reunião, então fui até o quadro de cirurgias e vi que tinha uma dali a uma hora, então fui reler alguns prontuários, o que foi alvo fácil para aqueles meus pensamentos voltarem e eu tentar afastá-los e sem sucesso. Então tentei pensar em lembranças que tinha com Mer quando criança, para meu cérebro e corpo se lembrarem de quem eles estavam supostamente querendo.

13 anos antes - Derek 26, Meredith 5


Era Natal e Addison resolveu que hoje seria o dia ideal para conhecer sua família. Eu mesmo não estando tão animado e um pouco nervoso, estava tentando manter um sorriso no rosto para causar uma boa impressão. Quando a porta foi aberta, sua mãe nos recebeu com um enorme e gentil abraço. Sua mãe, Ellis, não tinha uma cara lá muito amigável, mas pelo menos era só a cara, Carl, o pai de Addie era mais quieto mas também me deu um grande sorriso e aperto de mão ao me receber. Os dois estavam me contando sobre como eu era o primeiro namorado que ela trazia em casa e que estavam muito felizes por nós dois, já que eu também era médico. Foram tantas perguntas que mal vi quando a ruiva saiu do meu lado e depois a vi descendo as escadas com alguém no colo, que já imaginava quem seria. Ela parou no pé da escada e eu me aproximei com cuidado. Um bolinho vermelho com cabelos extremamente dourados estava abraçado a ela e escondia seu rosto nos cabelos ruivos da irmã.

-Derek, quero que conheça uma pessoa muito importante pra mim. A minha irmãzinha, Meredith.- sorriu e cutucou a cintura da menina.- Vira, florzinha. Você estava louca para conhecer ele.- a menina negou com a cabeça, fazendo todos na sala, inclusive eu rirem.

-Meredith? Que nome lindo. É um nome de princesa, sabia disso?- falei suave.- Bom, sua irmã não me disse que eu estava falando com uma princesa. Seu vestido vermelho é lindo inclusive, majestade.- disse, e aos poucos a menina foi se virando para mim, e ela era a criança mais fofa que eu já tinha visto. Os cabelos loiros com alguns cachos nas pontas combinados com os olhos incrivelmente verdes e a pele branquinha, a faziam parecer um anjinho. Suas bochechas estavam vermelhas e um sorriso sem graça estava no seu rosto.

-Obrigada.- falou baixinho.

-De nada. Ah, o Papai Noel passou lá em casa e deixou um presente com seu nome. Você quer ver?- perguntei animado e ela ligeiramente olhou para Addie.

-Pode ir, florzinha. Não precisa ter vergonha.- a colocou no chão e a menina me deu a mão. Fomos para perto da árvore onde lhe mostrei seu presente e ela adorou. Tinha acertado em cheio em comprar uma Barbie, ficou o dia inteiro grudada nela. E eu estava aliviado por ter sido muito bem aceito pela minha cunhadinha.

Gente, não vai ser uma fic com o desenrolar rápido, já aviso, tenham paciência hehehe
Beijão

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