Capítulo 14

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Derek


Acordei com algo incomodando meus olhos, algo claro e que fez eu apertar minhas pálpebras, tentei não ligar e voltar a dormir, mas estava impossível, então lentamente abri meus olhos. Não tinha fechado bem a cortina, então o sol da manhã entrava forte pela fresta que tinha deixado. Suspirei tentando manter meus olhos abertos, foi quando senti um peso sobre meu peito. Olhei para baixo para ver os fios loiros refletirem dourados pelo sol e um rosto angelical estar amassado contra meu peito. Seu pequeno corpo estava totalmente abraçado a mim, sua perna estava entre as minhas e seu braço abraçava minha cintura. Pisquei abrindo mais meus olhos e sorri quando senti o cheirinho doce da pessoa que eu conhecia. Era Meredith. Seu cenho estava franzido e percebi que a linha de sol estava pegando em seu rosto e também lhe incomodando, então me virei na cama, fazendo sua bochecha encostar o travesseiro e seu nariz o meu pescoço. Sua expressão se suavizou quando o raio do sol parou de lhe incomodar. Ela estava ali comigo, passamos a noite juntos. Me afastei um pouco para observá-la e aproveitar mais um pouquinho o tempo que tinha com ela. Acariciei seus cabelos, rosto e passei minha mão pela sua cintura, a trazendo mais para perto. Estava sorrindo igual um bobo vendo aquela menina dormir igual um anjinho ao meu lado.

Onde eu estava com a cabeça? Consegui passar de quase todos os limites em uma única noite. Como que uma queda pela minha cunhada se tornou isso? Como que aquele sentimento que eu achava que não era nada se tornou em algo que eu ainda não sabia explicar? Eu traí minha esposa e pior, com sua irmãzinha. O que deu em mim?

Realmente poderia ser uma crise dos quarenta, mas as outras possibilidades poderiam estar presentes também. Addie não para em casa, brigamos muito e quando conseguimos conversar, é sempre sobre as mesmas coisas e os mesmos problemas. Com Meredith é diferente, ela não me sufoca ou me pressiona, ela faz eu me sentir nas nuvens, faz eu me sentir um adolescente novamente, como se eu voltasse a ter os mesmos dezoito anos que ela tem. Ficamos tão próximos os últimos meses, meu instinto protetor ficou mais aguçado e vontade de ficar próximo a ela aumentou drasticamente. Dizem que homens casados a bastante tempo e que estão com crises no relacionamento costumam procurar mulheres mais jovens para ver se ainda dão conta, para não se sentirem tão velhos e para ter um ar mais leve e jovial. Pode ser que eu estivesse passando por isso, as caraterísticas se encaixam, mas tinha que ser justo com a minha cunhada?

Mer fez uma careta fofa enquanto se aproximava mais de mim e escondia seu rosto no meu pescoço, talvez fosse pelo ar frio do ar condicionado. Sorri e a cobri com a coberta até os ombros, depois depositei um beijo demorado em sua testa.

Estão vendo? Eu estou perdido. Se eu tivesse me envolvido com uma menina qualquer que eu não conhecesse eu não estaria tão encrencado agora, tão preso. Eu gosto tanto dela, tenho um carinho enorme por ela e esse foi o problema. Resolvi descontar minhas frustrações na pessoa mais doce e meiga que conheço, na pessoinha que também estava sensível com tudo de novo que está passando na vida e que está longe dos pais, que está carente e que na primeira pessoa que a trata melhor, ela se joga de cabeça. Não estou dizendo que Mer não gosta de mim, nada disso, mas acho que talvez tenha confundido seus sentimentos assim como eu porquê fomos o refúgio mais próximo um do outro.

Olhei para o relógio ao meu lado e suspirei. Hora de sairmos do nosso mundinho feliz. Afaguei os cabelos dela e esfreguei meu nariz na sua bochecha.

-Lindinha.- dei um beijinho no local.- hora de acordar.

-Não.- falou rouca pelo sono e fazendo beicinho, na qual não me impedi de beijar. Vou sentir falta desses lábios macios e doces.

-Sim, temos que acordar agora se quisermos tomar café com calma.- desci os beijinhos para seu pescoço enquanto me deitava por cima dela para fazer a preguiçosa dar um jeito de acordar, mas percebi que ela tinha caído no sono novamente. Sorri lhe dando um cheiro no pescoço.- Mermer, vamos.

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