crises

198 19 10
                                    

— eu te amo. — ele falou a mim, segurando minhas mãos firmemente. — nós vamos conseguir.

— você sempre me convence a ir, acho isso engraçado.

Começamos a rir juntos da pequena piada interna, confesso que sempre tive medo de ser os centros das atenções ou pior, da falha. Quando eu me deparava com aquela grande pista de gelo meu coração podia ficar em graus negativos de tão nervosa, minha respiração parecia não sair de meus pulmões. Mas derrepente suas mãos quentes rodeavam meu corpo em um abraço terno e romântico, ele era o homem da minha vida e o homem que sempre estava em cada passo que eu dava.

— E agora vamos ter a apresentação final! — o apresentador se pronunciou. — As estrelas cadentes!

Aplausos, gritos e pessoas eufóricas poderiam ser ouvidas de longe. Uma coisa que nunca iria me acostumar e sempre me faria ficar eufórica.

— vamos? — ele puxou meu braço. — depois iremos comer espaguete com o troféu em mãos.

— sim! — eu abracei ele, mirando seus olhos. — posso te dar outro presente também.

Com um sorriso pervertido selamos nossos lábios brevemente e ele apertou minha bunda, dando dois tapinhas significando um "vamos logo".
Patinei até o lugar abrindo meus braços dando oi a todos da arquibancada, logo depois Dain chegou me segurando em seus braços e dando um giro, segurando minha mão e puxando nossos corpos para o centro. Os riscos das acrobacias ficavam marcados no gelo abaixo de nossos pés, sorri para ele ao ouvir "lost in the fire" enquanto as luzes brilhavam e seguiam nossos passos a cada deslize que nossos corpos faziam, era mágico.
O gran finale eram quatro giros consecutivos e cair nos braços de meu parceiro após eles, e eu consegui.
No centro da pista ele me deu um beijo apaixonado, a plateia foi a loucura gritando, aplaudindo e pulando de alegria.

Depois de cinco minutos os resultados foram colocados na grande tela, revelando o primeiro lugar para nós.

— conseguimos! — pulei em seus braços. — Céus Dainsleif, conseguimos!

— sim!

   X

Já em casa preparamos nosso espaguete de molho verde, enquanto o grande troféu estava no meio de nossa mesa. Estavamos felizes, muito na verdade.
Sentei-me a mesa, colocando a comida em meu prato.

— Aether está com saudades, disse que não vê a hora de que eu volte para a cidade novamente. — comentei dando uma garfada.

— sério? — Dainsleif não parecia muito interessado na conversa, teclava sem parar a tela de seu celular. — talvez ficar em Nova York não seja tão ruim.

— eu sinto falta de casa.

— e eu tenho algo a te contar. — Dainsleif soltou seu telefone a mesa, bloqueado como sempre. — acabou.

— hm? — eu não tinha entendido, não mesmo.

— nosso relacionamento, acabou aqui. — seus olhos parecem me fuzilar, meu coração acelera.

Com a voz falha eu tento perguntar o porquê, o porquê disso tão derrepente, depois de uma noite tão boa. Já houve discussões piores e as altas relevâncias minhas sobre suas traições e como dava em cima de nossos fãs, mas eu sempre o perdoei.

— deve estar se perguntando o porquê. — leu meus pensamentos, colocando seu dedo indicador no próprio queixo. — sabe Lumi, nunca lhe amei de verdade, sempre foi pela fama.

Engoli em seco, processando o que acabou de dizer.

— você era uma estrela, eu apenas apareci como complemento e depois quem estava brilhando era eu. — soltou uma risada cínica. — você não é mais ninguém nesta pista, não é ninguém sem mim. Nunca vai ser.

coffee without sugar Onde histórias criam vida. Descubra agora