madrugada

216 26 4
                                        

Childe

Meus olhos se abriram lentamente, pisquei inúmeras vezes me acostumando com a luz que entrava pela fresta entre as cortinas do quarto, luz essa que ironicamente só mirava eu meu rosto, tateei os Lençóis procurando algo, mas esse algo que é uma pessoa já não estava mais lá.
Frustrado resmunguei e levantei preguiçosamente indo até o banheiro pra tirar o bafo matinal.

Meio minuto depois sai e caminhei lentamente pelo corredor de longe pude ver dois corpos emaranhados em um pequeno colchão ao lado do sofá.
Aether e Lumine dormiam tranquilamente, bem, quase. Por que Lumine abraçava um travesseiro, este que era do seu irmão, que no momento não tinha nada pra colocar abaixo de sua própria cabeça.
Uma cena fofa e cômica de se ver em plenas 6:00 da manhã numa terça feira qualquer.
Após certo tempo notei outra pessoa na sala, Xiao estava sentado no puff de bolinha enquanto traçava um prato de cereal  com iogurte.

— dia. — falei a ele, que parecia me notar desde o momento que eu entrei no cômodo.

— bom dia. — virou seu rosto para TV, não querendo conversa.

— pois é cara, muito interessante o que você me disse. — ironizei, saindo para a cozinha.

X

Sentei na mesa de mármore e peguei duas das panquecas semi queimadas que Kaeya fez antes de ir trabalhar, derramei Mel na mesa quando senti uma mão quente passar as mãos pelo meu pescoço.

— bom dia. — o voz rouca de Lumine fez meu corpo se estremecer.

— bom dia loirinha. — falei, enquanto tapeava o assento do meu lado indicando que sentasse.

— essas panquecas...quem fez? — sonolenta pergunta, enquanto abocanhava o que tinha em meu garfo.

Seu rosto se contorceu em uma faceta de nojo, foi fofo.

— horríveis.

— kaeya que fez, ele sempre faz o café as terças. — comentei, enquanto garfava mais um pedaço. É o que temos. — não posso negar que é horroroso.

— eu faço melhor.

— duvido.

Lumine se levantou em um pulo, virou-se e ficou em minha frente.

— onde fica as panelas dessa casa?

— tem umas gavetas enormes na ilha, puxe e você vê o que quer. — comentei.

Após isso Lumine passou cerca de 10 minutos fazendo as preciosas panquecas, e os garotos já haviam levantado o rabo deles da cama.

— nós deveríamos ter a Lumine sempre em casa. — falou scaramouche. — seria pratico e apetitoso.

— você é meio sem noção cara. — Diluc respondeu, enquanto lia um livro sentado em minha frente.

— mas sério, não temos namoradas e cozinhamos tão mal que com certeza poderíamos causar um vírus mortal. — completou sincero, scaramouche não tem filtro. — precisamos concordar também que Lumine é gosto-

— minha irmã é o que? — Aether chega esfregando seus olhos, visivelmente cansado.

— nada.

Pela primeira vez pude ver scaramouche com medo. Muito bom.

— precisamos fazer uma reunião na casa. — falei a todos. — um assunto bem sério.

— se é sobre as roupas largadas pela casa, já parei com esse vício. — Kazuha diz, passando com sacos de lixo para o quintal.

— sobre não chamar putas também, já que a última saqueou nosso porquinho do boteco. — Diluc falou com certa angústia.

Cerca de dois meses algum desses filhos da mãe chamou uma meretriz para está casa, e ela roubou a porra do porquinho que juntamos por dois anos pra ir no melhor boteco da cidade.
Até hoje queremos saber quem foi.

— não, não é nada sobre essas coisas. — encostei meu queixo em minha mão.

— está pronto garotos! — a única mulher da casa fala docemente enquanto coloca uma pilha de panquecas no centro da mesa. — bom apetite.

Todos alí parecem visivelmente felizes em não terem que tomar um café instantâneo com cream cracker.

Os gêmeos se chegam a mesa, e começam a conversar entre si sobre o café.

— por que não tira uma folga hoje? — Diluc, que estava perto se intrometeu. — seria legal conhecer vocês dois melhor.

— eu não sei... — a loira respondeu confusa, mas olhou para seu irmão que acenou positivamente. — pode ser.

(⁠ノ⁠^⁠_⁠^⁠)⁠ノ

Após o café fizemos as tarefas diárias e os gêmeos decidiram ir em casa se prepararem para uma festa próxima ao Campus, pulo em minha cama e deixo meu celular cair no chão. Ao me estender sinto um leve aroma de frutas vermelhas impregnado ao lado esquerdo da minha cama, puxo o ar dos meus pulmões para sentir melhor. Era dela.
Ontem a noite após Aether dormir, Lumine veio até meu quarto e me disse que não conseguia dormir, pasmem eu também não. Me lembro que ficamos horas falando sobre baboseiras, como clássicos de comédia ou brigando por qualquer coisa, ainda posso sentir o leve doer da minha barriga de tanto rir.
Passei a madrugada inteira ao lado dela, e no final. Eu dormi em seu peito.
Eu não sei o que essa garota fez, na realidade nunca tive desejos tão além de algo casual, ou sequer uma namorada. Mas Lumine fisgou minha atenção e creio que nossa amizade seja boa assim.

Flashback.
" — porque nós temos que viver em casas normais? — a loira perguntou, enquanto olhava o teto cheio de estrelinhas.

— o que está dizendo loirinha? — eu ri de sua pergunta.

— sabe, eu queria morar em um iglu, mas iriam me julgar. — ela bufa. — por que não posso morar num iglu Childe?

— por que sua bundinha quentinha iria ficar presa no gelo.

Lumine se enfurece e pega o travesseiro me espancando com o mesmo.
— calma! — eu falei tentando me livrar dos golpes.

Minutos após isso Lumine se encontrava em cima de mim, o silêncio pela primeira vez em dias pude ouvir na casa. O mundo, o relógio, as estrelas pareciam parar no momento em que nossos corações batiam em unissono.
Lumine se inclinou para perto de mim, e segurou em meu queixo.

— seria bizarro falar que quero beijar meu amigo? — riu.

— no nosso tipo de "amigo" acho que sim. — a respondi com convicção, estava ansioso.

Em um breve momento ela sela nossos lábios, em um beijo tão leve que mal quebraria a pressão superficial da água. Mas sua expressão continuava tremendamente fofa.

— obrigada por me deixar treinar com você.

— bem que poderia me deixar treinar outras coisas também. — movo meu quadril fazendo nossas intimidades se chocarem e o pequeno corpo se estremece.

— isso não... — ela diz batendo em meu ombro. — pervertido.

— só por você loirinha. "

Cubro meu rosto com vergonha, excitação e felicidade.
Por esses pequenos segundos pude chegar ao céu, e parar de me sentir estranho desde o momento que houve o flerte com o tampinha do Xiao.
Supostamente tartaglia (eu) queria estar no lugar dele.
Mas Lumine estava aqui, comigo bem em cima do meu pau enquanto me beijava, isso é muito para minha pobre sanidade. Estou a ponto de enlouquecer por essa mulher, apenas com lascívia é claro.

coffee without sugar Onde histórias criam vida. Descubra agora