banheira

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Me sentia nervosa, colocava minhas roupas amarrotadas em toda a mala, forçando por que tinha que levar uma coleção de casacos. Já que na fronteira do país era um lugar muito frio, dizem que os lagos quase sempre estavam congelados. Na minha cama o ruivo dormia calmamente do lado de paimon, depois de uma madruga inteira brincando e comendo na ceia de Natal, minhas tias tiveram de vir e foi uma completa bagunça, havia pessoas dormindo por toda parte. Coloco minhas mãos em meu rosto, sentindo a oleosidade, tinha acabado de acordar e sequer lavei o rosto. Suspirei e andei até o banheiro, levantando meus pés para não passar por cima de um dos meus primos deitado no colchão. Me olhei no espelho, o vestido envelope que usava antes estava amarrotado, minha cabeça girava e minha cara dizia exatamente o que tinha acontecido.
Virei quase dez shots de tequila e comecei a vomitar, nada muito impressionante.
A porta é aberta e pelo reflexo vejo minha mãe encostada na parede, me observando com um sorriso típico de bom dia.

— achei que ia acordar mais tarde. — ela cruzou seus braços.

Me virei até ela, a abracei e a mesma se sentou no vaso com a tampa fechada.

— vou tomar banho.

— vamos conversar um pouquinho. — ela diz, descansando suas bochechas na palma da mão, parecia interessada.

— podemos fofocar enquanto tomo banho.

— sim.

Tirei minha roupa e corri para a banheira, que antes eu já preparava, pretendia tomar um bom banho antes de uma viagem de quase 4 horas.

— desembucha filha, tá rolando algo entre você e o Childe? — ela perguntou, animada pela resposta que vinha a seguir.

Era minha mãe, ela nunca ligou com namoradinhos ou festas. Sempre gostou de ter uma filha na qual sabia que não se arrependeria de suas escolhas joviais. E sempre me cobria quando eu estava interessada em alguém e papai não deveria saber, até hoje o meu velho acha que sou virgem, e isso é engraçado.

— hm, eu não sei explicar. — suspirei pensativa, encostei minha nuca na lateral da banheira e observei o teto procurando por palavras. — ele meio que me ajuda a superar meu medo de relacionamentos.

— ah. — minha mãe baixa sua cabeça. — isso é bom. Sente algo por ele?

Essa pergunta parece me atingir diferente, nunca havia pensado assim antes, não sobre Childe. Mal eu percebi que íamos a encontros e fazíamos melosidade que casais adolescentes fazem em filmes dos anos 2000.

— eu não sei ao certo. — admito. — desde que ele chegou me deixou confusa. Mas diferente de Dainsleif que só me deixava nervosa, ele me deixa em paz.

— oh querida, também senti isto com seu pai. — ela ri, com um olhar nostálgico. — nunca pensei que me apaixonaria pelo melhor amigo do meu ex.

Eu rio, sabia da história complicada, das brigas que envolviam e tudo. Não era uma história nova.

— mas acho que ele não quer.

— querida! Você já viu como ele te olha?! — minha mãe grita.

— fala baixo! — a respondo, contendo sua animação.

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